domingo, 4 de julho de 2010

Quinta das Bágeiras | Visita, Almoço e Prova Vertical de Vinhos

Mário Sérgio Alves Nuno é, para mim, um dos mais emblemáticos Produtores Portugueses. Apesar de conhecer relativamente bem os seus vinhos, devo confessar que a perspectiva de os provar numa vertical e na Quinta era uma ideia demasiado tentadora para a deixar escapar. Há pouco mais de um mês deixei a proposta no fórum da Revista de Vinhos e dois dias depois já havia mais de uma dúzia de foristas interessados em participar no Evento. O Mário acedeu em receber o grupo e até propôs que a prova fosse feita na Quinta e que decorresse durante o almoço. Marcou-se o dia 3 de Julho (ontem, sábado) e calmamente fomos combinando o almoço, ordenando a lista dos participantes e verificando a disponibilidade de vinhos das nossas garrafeiras.  

O programa do dia (tal como anunciado no Fórum) previa a chegada à Quinta das Bágeiras, sita na Fogueira, Sangalhos por volta das 11.30, visita à Adega e à Cave, prova informal de espumantes e em seguida o almoço (com pratos de peixe e o belo do Leitão à Moda da Bairrada) e a prova vertical dos vinhos Garrafeira da Quinta. E mais não se disse...


À chegada, a primeira surpresa. Na cozinha, para além do Senhor Simões (do lado esquerdo da foto abaixo a ser ajudado por um dos foristas participantes), que é um excelente cozinheiro e amigo do Mário e que simpaticamente preparou entradas e dois pratos de peixe, estava o Ricardo, do Restaurante Mugasa, entregue às lides do forno. Nunca tive o prazer de ir ao Restaurante Mugasa, mas a avaliar pelo leitão com que o Ricardo nos brindou, merece visita, sem dúvida.


Dois leitões Bágeiras/Mugasa no Forno.


Começámos com o Mário Nuno a guiar-nos numa visita à sua cave, onde vimos os espumantes em estágio.



Ainda tivemos direito a uma explicação acerca da forma de fazer Espumantes na Quinta das Bágeiras.


No fim da visita, voltámos à Adega, onde as mesas já estavam postas para o almoço.


Hora de alinhar as garrafas para a prova. Vinhos Quinta das Bágeiras Garrafeira Tinto de 1991, 1994, 1995, 1997 (em magnum), 2000, 2001, 2003, 2004 e 2005 (em magnum).


Os Garrafeira Brancos (aqui os de 2001, 2002 e 2004, mas provámos também os 2005, 2006 e 2007, ou seja, todos!)


Antes do almoço e da prova monumental que se avizinhava (sempre eram 15 dos mais distintos vinhos Portugueses) provámos Espumantes das Bágeiras de 1992 e 2001, ambos em muito bom nível. Provámos ainda um Branco Maria Gomes 1994 em magnum que estava excelente. Inesqueciveis, as ovas de peixe preparadas pelo Sr. Simões a deixar adivinhar a excelência das preparações seguintes.


Passando para a sala ao lado, para o almoço e prova, começámos com os Brancos Garrafeira de 2001, 2002 e 2004 a acompanhar uma sopa de peixe que estava absolutamente divinal. Os 3 vinhos estavam em muito boa forma, com o 2001 a mostrar-se muito fino e delicado, o 2002 a mostrar que apesar do ano ter sido difícil merece em pleno a designação de "Garrafeira" e o 2004 a ser um dos mais consensuais. Grande vinho.


A seguir, para os Brancos Garrafeira de 2005, 2006 e 2007, uma big frigideira com petingas preparadas de uma forma parecida com uma caldeirada. O 2005 estava muito bem, gostei muito da aptidão gastronómica. O 2006 perde um tudo nada sem deixar de ser excelente. O 2007 foi o mais elogiado de todos. Poderá vir a ter o estatuto de melhor Garrafeira Branco das Bágeiras. É um vinho já esgotado na loja da Quinta e que merece que se procurem umas garrafas para guardar...


Estava na hora de passar aos tintos e à comida do Ricardo. Começámos com uma cabidela de leitão, que estava muito boa e se revelou muito boa companhia para os Garrafeira Tintos de 1991, 1994 e 1995. O 1997, servido em magnum ajudou a "fazer a ponte" para o leitão. Quatro Garrafeiras do século passado em bom nível e que merecem ser provados a solo.  


Estava na hora de tirar os Leitões do forno e de os trazer para a mesa, para passar à segunda ronda da prova de tintos.


Os leitões, para além de terem sido bem escolhidos e superiormente assados, ainda beneficiaram de um tratamento final que não é muito comum. Efectivamente, tenho-me deparado muitas vezes com leitões de bom tamanho e qualidade que até são bem assados mas que depois são trinchados em pedaços grandes, o que estraga tudo. Leitão que é leitão corta-se em quadrados de quatro a cinco centímetros de lado. Como estes, que estavam excelentes, dos melhores que já provei. 


Ns vinhos seguintes, de 2000, 2001, 2003, 2004 e 2005 (em magnum), destaque para o 2001 pela sua juventude e para o 2005 pela elegância e que foram excelente companhia para o leitão.
À sobremesa foi servido um pão de ló que acompanhou mais uns vinhos, como um Espumante de 1995 da Murganheira, um Champagne Louis Roederer Cristal 2002, um Porto Guimarães 1997 (de que apenas apanhei as borras), um Georg Breuer Auslese 2007 e um Bastardinho de Azeitão 30 anos. Com o café, Aguardente vínica das Bágeiras.


Antes de terminar o almoço (já passava da hora do lanche) ainda houve tempo para uns bons momentos de conversa entre os participantes desta prova memorável. Para além dos vinhos, nota mais que positiva para a comida do Sr. Simões e para o belo Leitão do Mugasa preparado pelo Ricardo e, naturalmente para o Mário Sérgio Alves Nuno, que tão bem nos recebeu. Antes de regressarmos, ainda tivemos direito, en primeur, a uma embalagem do mais recente produto da Quinta, um vinagre, embalado num frasco com um vaporizador. De aroma, promete muito, mas ainda não o provei. Impunha-se também uma passagem pela loja da Quinta, para umas (quase) inevitáveis compras.

1 comentário:

  1. Excelente jornada enófila pautada novamente pela excelência dos vinhos do produtor e pela forma excepcional como nos recebeu.

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