Um vinho da novel região de Lisboa, da DFJ e do Enólogo José Neiva Correia. Saiu com a Revista de Vinhos deste mês. Por mais € 6,00 pode-se trazer todos os meses para casa um vinho (naturalmente) bem escolhido, com um PVP a rondar os € 10,00 (acaba por se trazer a revista de borla, digo eu), muitas vezes ainda não existente no mercado e ainda se tem direito a uma caixa de cartão canelado com o interior em poliestireno expandido, o que dá um jeitaço quando se quer levar uma garrafa para um almoço ou um jantar. Aquilo mantém mesmo o vinho fresco! Tudo vantagens, portanto...
Este vinho foi feito com 50% de Arinto fermentado em inox e os outros 50% a partir de quatro partes iguais de Arinto, Alvarinho, Chardonnay e Fernão Pires vinificadas separadamente em barricas novas de carvalho Francês da Seguin Moreau. O lote de Arinto em inox assegura a frescura e o segundo lote ajuda a "compor" o vinho (dito de uma forma básica). Tem uns quase incríveis 12,5º de álcool (parece ter mais um pouco), a madeira aparece muito elegante, a marcar qb. Equilibrio e elegância são os nomes do meio, por isso talvez o nome. Para consensual tem tudo, tirando apenas o facto de gostar de ser bebido entre os 12 e os 13º C, já que acima disso começa a pesar um pouco, mas com a temperatura do ar a rondar os 30º C e a temperatura dentro de casa nos 20º C, isso é normal. Parece-me que algum tempo de garrafa não lhe fará mal nenhum, pelo que não desdenharia de o provar com o bacalhau da consoada.
Este vinho foi provado com um prato que normalmente serve para reciclar sobras... Um empadão de carne. Como não havia sobras para reciclar, comprei um bocado de vitela (alcatra). Passei-a pelo moínho de carne, em casa. Tal como para os croquetes e como bem refere o Luís, no Comidas Caseiras, a varinha, a 123 e naturalmente a Bimby, não servem para preparar estes pratos, deixando a carne completamente em papas. Descasquei batatas e meti-as a cozer, temperadas com um pouco de sal marinho, enquanto para outro tacho piquei grosseiramente uma cebola e dois dentes de alho esmagados, juntei um fundo de azeite e levei a lume esperto. Deixei a cebola ficar transparente e juntei a vitela. Baixei o lume e juntei um pouco de polpa de tomate (a referencia aos croquetes e à sua boa preparação não é inocente, porque para um bom empadão, o ideal seria mesmo juntar polpa de tomate e fumet de carne, mais fumet que polpa, mas não tinha feito e não uso caldos, logo foi assim, quase como a base do esparguete à Bolonhesa). Temperei com um pouco de pimenta preta e apaguei o lume. Quando as batatas estavam cozidas escorri a água, juntei manteiga e envolvi tudo. Fui juntando leite e batendo com a batedeira até ter um puré húmido (mais do que o puré normal, por assim dizer). Temperei com um pouco de noz moscada em pó. Entretanto tinha ligado o forno que estava a chegar aos 170º C. Num tabuleiro dispus um fundo de puré, a carne estufada e outra camada de puré. Meti o tabuleiro no forno até o empadão alourar. Servi assim, com umas folhas de alface roxa temperadas com flor de sal e um fio de azeite, afinal o vinho é de Lisboa...