segunda-feira, 30 de maio de 2016

Arroz de Espargos e Chouriço de Cebola | Pequenos Rebentos Escolha 2015 Alvarinho e Trajadura e Quinta do Cerrado Encruzado 2008




 
Um arrozinho (carolino), caldoso, com espargos frescos, pimento vermelho e chouriço de cebola foi o mote para provar o mais recente vinho do Márcio Lopes, feito com Alvarinho e Trajadura (e que ainda não está no mercado).
 
Muito bem faz o Márcio em não lançar os vinhos muito cedo...
 
O vinho precisa ainda de algum tempo em garrafa, mas está muito porreiro. Fresco, com acidez no ponto (apenas precisa de equilibrar as notas de fruta com as vegetais e teremos outro belo PR A&T by Marcio Lopes). Esteve muito bem a acompanhar o prato.
 
Depois deste, rumo ao Dão e a um Encruzado de 2008. Alguma evolução, mas ainda mantém boa acidez e frescura. Depois da pujança do Pequenos Rebentos, soube bem, sereno e ainda com vontade de acompanhar o prato e depois um queijinho de ovelha.
 
 
Como tinha referido no post anterior, Minho e Dão dão grandes vinhos...
 

sexta-feira, 27 de maio de 2016

3 Brancos do Douro




 
  • Maritávora 2014, feito pelo Jorge Serôdio Borges, elegante, fresco, porreiro para beber ou guardar...
  • Quinta da Covada 2011, feito pelo João Pinto, passou por uma fase "parva" e agora está um vinhão. Quem me dera ter mais...
  • Ensaios Soltos Viosinho 2011, do Márcio Lopes. Sempre muito composto, agradável e com garra.
 
3 perfis, 3 brilhantes Enólogos e 3 vinhos que não se encontram em qualquer lado, mas que merecem prova atenta.
 
Para mim, brancos de luxo fazem-se no Minho, no Dão, na Bairrada e em Bucelas, mas estes 3 Durienses são muito bons.
 

sexta-feira, 20 de maio de 2016

Caras de Bacalhau | Quinta dos Roques Branco 2014



 
Uma boa cara de Bacalhau, com muito e bom azeite, alho e mix de legumes é para mim uma perdição.
 
E para acompanhar, um vinho branco do Dão, feito pelo Luís Lourenço. Encruzado, Malvasia, Bical e Cerceal, é bom, barato, tem uma frescura que espanta e é do melhor que conheço para acompanhar este prato. Ou um bacalhau no forno ou um cozido. Daqui a dez ou vinte anos ainda estará vivo. Grande vinho...

 

quinta-feira, 19 de maio de 2016

Meandro 2013 | Costeletas de Borrego





 
 
É o vinho "de entrada" da Quinta do Vale Meão, de Francisco Olazabal e um dos melhores vinhos do Douro Superior, ao preço. Curiosamente, custa quase onze euros na Garrafeira Nacional e mais um eurito na moderna distribuição, o que vem apenas confirmar o que já disse algumas vezes, que há muitos vinhos a preços mais cordatos em garrafeiras...
Nesta edição, teve 92 pontos Parker, o que o torna um "campeão" na relação qualidade/preço. Não tem a complexidade do Quinta do Vale Meão, mas uma caixa deste Meandro (seis garrafas) custa pouco mais do que uma garrafa do QVM. Roxinho, austero e com alguma secura, tem 14,5º de álcool e apenas precisa de ser ligeiramente refrescado (servir a 16º C), servido em bons copos e a acompanhar boa comida, ele brilha. Além disso, bebe-se muito bem assim, em novo, previamente decantado ou a deixar "abrir" no copo, mas é capaz de ganhar algo com uns anos em cima. Compre-se uma caixa e guarde-se; ao fim de meia dúzia de anos poderá ser uma bela surpresa.

 
Ligou muito bem com umas costeletas de borrego marinadas umas horas em vinha de alhos e depois grelhadas e servidas com o molho da marinada, umas batatas a murro e uns grelos de couve salteados.
 

quinta-feira, 12 de maio de 2016

Encostas do Enxoé Branco 2008 e 2004



 
 Vinho da Sociedade Agrícola de Pias, perto de Serpa, no inicio do século era feito com uvas da casta Roupeiro. Mudam-se os tempos e as tempestades e agora é feito com as mais consensuais Arinto e Antão Vaz.
Mas estes roupeiros com alguma idade, surpreenderam muito.
 
O 2008 estava como eu esperava, com alguma evolução, notas licorosas a rondar o copo, mas ainda em muito boa forma. É capaz de mariadar muito bem com uns bifes de atum de cebolada, feitos assim.
Já o 2004 era um poço de frescura, parecia um vinho do ano passado, mas sem as notas da fruta fácil. É um vinho perfeito para acompanhar um bacalhau no forno. Grande, grande vinho...
 
 
 
 
 

terça-feira, 10 de maio de 2016

Brum Verdelho dos Biscoitos 1992




 
Um tesouro do Atlântico...
 
Quando se fala de vinhos licorosos (ou fortificados), normalmente fala-se de Portos (eventualmente moscatéis do Douro), Moscatéis de Setúbal e Madeiras e esquecem-se os belos vinhos dos Açores. O Verdelho dos Biscoitos, na Ilha Terceira é absolutamente mítico e este 1992 da Casa Agrícola Brum é de sonho!
Em primeiro lugar, porque dificilmente se encontra no Continente (o europeu, não é a loja do tio belmiro que por acaso até tinha um Lagido, da ilha do Pico, mas que não tenho visto à venda e na Garrafeira Nacional, temos apenas estes) e em segundo porque não precisa de comida.
Bebe-se assim, devagarinho, enquanto se espera pelo almoço ou pelo jantar, ou em alternativa, depois da sobremesa, a acompanhar uma boa conversa. Com 17º de álcool e quase vinte e quatro anos em cima, merece decanter, bons copos e ser servido ali pelos 14º C. Um vinho distinto, que precisa de tempo para se mostrar e que não agradará a todos. Sublime...
 
 
(partilho aqui o post do JVC, escrito há mais de dez anos)
 

sábado, 7 de maio de 2016

António Bernardino Paulo da Silva Colares Chitas Reserva 1987



 
Depois da edição de 1990, de que deixei relato aqui, provei o 1987. Pareceu-me em melhor forma, pede decanter e para ser servido em pequenas quantidades, para abrir no copo. Ainda com boa acidez, tem notas de couro e evolui para aromas de tawny com alguns frutos secos à mistura. Porreiro para beber a acompanhar uma conversa, mais do que comida. Com quase 30 anos, ainda está em boa forma.

 
Como complemento, remeto para este linque da Garrafeira Nacional.

 

Periquita Reserva 2013 | Jardineira de Entrecosto de Porco



 
Sobre o vinho, temos toda a informação aqui. Com um preço a rondar os oito euros, vale a pena comprar umas garrafas para beber já ou guardar. Tem boa aptidão gastronómica e acompanhou muito bem uma "jardineira" de entrecosto.

 

Salada de Favas com Morcela da Beira | Prova Régia Arinto de Bucelas Reserva 2013



 
Favas simplesmente escalfadas, a que juntei cebola em rodelas finas, flor de sal, um pouco de vinagre de vinho branco e bom azeite. Deixei a marinar uma hora e servi com morcela da beira salteada e ovo cozido. O ovo cozido pode parecer algo despropositado, mas entra nas favas à moda da Gândara, por isso, também entrou neste prato...

 
Para acompanhar o prato, escolhi um branco feito com Arinto em Bucelas, ali às portas de Lisboa. Tem quase três anos e custa cerca de cinco euros. Merece que se espere mais uns anos por ele, mas já se bebe muito bem. Bucelas tem claramente potencial para fazer dos melhores brancos deste país e é pena, como tenho referido muitas vezes, que não se aposte mais em fazer grandes vinhos na região.
 

quarta-feira, 4 de maio de 2016

Notas de um Almoço



 
O Brum 1992, Verdelho dos Biscoitos e do qual falarei em breve, foi o vinho de entrada, onde pontuaram um Loureiro 2014 da Adega de Ponte de Lima, porreiro, um Encruzado de Cabriz 2013 (para beber idealmente uns quatro a cinco anos após a colheita), um Quinta da Covada Reserva 2011 (a começar a entrar "nos eixos", austero e com a assinatura do João Lopes Pinto, para beber ou guardar), um Grandes Quintas Reserva 2010, feito pelo Luís Soares Duarte, no ponto, um belo vinho do Douro.
O Covada e o Grandes Quintas são dois vinhos com uma relação qualidade/preço excelente, ambos com um PVP recomendado a rondar os quinze euros, mas que estão já há alguns anos ao nível de outros vinhos muito mais caros, como relatei aqui (para os menos atentos, estão no quadro dos que tiveram 17 pontos).
Para finalizar, um Espumante feito de Loureiro em Ponte de Lima, muito fresco, é um daqueles vinhos de "porta do frigorifico", para se abrir e beber uma tacinha (como se diz na Bairrada) desde que haja sede, companhia e qualquer coisa para trincar.
 
 

 

domingo, 1 de maio de 2016

Bola de Bacalhau, Cozido e Pretexto para Beber Bons Brancos (nem todos tranquilos)



Sobre a Bola de Bacalhau, não me alongo. A descrição da que se faz em Lamego aparece na pagina 67 da Cozinha Tradicional Portuguesa de Maria de Lourdes Modesto e eu vou reinventando a preparação à procura de uma de excelência (se lá chegar).
 
Interessante para mim foi a harmonização desta bola com um dos meus brancos preferidos, ainda por cima barato, o Quinta das Bágeiras colheita, aqui numa mini vertical, com o 2013 já porreiro, o 2012 (infelizmente com "rolha") e o 2011 que estava sublime. Uma lança em África (neste caso vinda da Fogueira). Cada vez gosto mais destes vinhos, até mais do que dos topos.
 
Ainda antes do cozido um honesto dão branco 2012, de Álvaro de Castro, muito porreiro.



 
 O Cozido foi feito com coisas normais, como carnes, enchidos, fumados e vegetais, com opção de se meter mais qualquer coisa. Aqui entrou um arroz agulha cozido no caldo das carnes.
Se quiser ir pela via parva pode sempre fazer na termomija, mas não é a mesma coisa...

 
Como o cozido não estava nada mau, justificou um raid por Bucelas, antes de ir ao Minho.
 
 Morgado de Santa Catherina 2008, um Arinto de sonho, fresco, mineral, com a madeira a não chatear, foi um dos melhores vinhos da noite.
 
Depois, duas estrelas de Anselmo Mendes, o Muros de Melgaço 2008 e 2009. Já havia Curtimenta (desde 2005, o vinho de topo), mas estas garrafas tronco-cónicas faziam toda a diferença. O 2008, muito complexo, o 2009, mais fresco e directo e a pedir mais tempo de cave, estiveram brilhantes a acolitar o prato.
 
 
Antes dos bolhinhas [há quem chame champagne a tudo o que tem gás], os tais não tranquilos, tempo para uma raridade, um Casa de Saima Branco 1995. Impressionante para um vinho com 20 anos (é Bairrada, carago).
 
Nos intranquilos (aka bolhinhas), um Caves Primavera Premium 2013, feito com Arinto e Baga e para acabar a noite, um São Domingos Velha Reserva 2003, com o degorgement feito em 2014...