O FLP 2007 é um vinho único em Portugal; nascido da primeira parceria entre dois brilhantes enólogos Portugueses, Filipa Pato e o seu pai, Luís Pato.
"Misto de uvas nascidas em solos arenosos e argilo-calcáreos, das castas Bical (argilo-calcáreo), Cerceal e Sercialinho (arenoso). É doce por paragem de fermentação com o método da adição de azoto líquido para lhe provocar o arrefecimento, ficando assim com baixa graduação e um teor elevado de açúcar. Por isso lhe chamamos Vinho Molecular. Acompanha sobremesa e outras gorduras."
Retirado do site de Luís Pato.
A colheita de 2005 já tinha sido referenciada por aqui, recentemente provaram-se as de 2005 e 2007, de que se deu nota por aqui.
Conhecendo a aptidão e as capacidades da Isabel para fazer belas sobremesas, propus-lhe que concebesse uma harmonização virtual para este belo vinho.
Proposta: um requintado gelado feito com chá verde e coberto com mel de alecrim. Presumo que o FLP 2007 será um fantástico wine pairing para esta bela sobremesa.
Isabel, muchas gracias por este fantástico gelado. Parabéns.
Thank's Filipa and Mr Baga for this fantastic wine.
terça-feira, 31 de março de 2009
domingo, 29 de março de 2009
Filetes de Polvo com Arroz do Mesmo
O polvo presta-se a alguns e bons tratamentos.
Do arroz à lagarada, com filetes e feijoadas à mistura, caldeirada (nem devia entrar, mas pronto)...
Mas, bem, é um polvo a cozer com uma cebola, sal e pimenta (os meus preferidos proveniem da galiza, congelados).
Quando o polvo se afigura macio, retirar da água da cozedura (que se reserva) e "trinchar" de modos a que e bem, ficar com as partes mais carnudas das "patas" para filetar e as restantes para um arroz.
Desses "restantes" do polvo (lembrei-me da posta, mas isso é correios ou mirandesa... não releva), cortar fino e juntar a um tacho onde se alourou cebola em azeite (pois, tomate, pimento, chouriço, alho e tudo o mais pode ser mais ou menos), juntar arroz carolino, deixar frigir, juntar a água da cozedura do polvo e esperar que se transforme num belo arroz de polvo (pois).
Entretanto poderá-se passar os "filetantes" por ovo e farinha ou farinha e ovo ou por um polme (pois) e levar a oleo (ou azeite) quente a fritar...
fui (best end of sunday)
e um belo alvarinho...(lol, e redoma ao lado...)
Do arroz à lagarada, com filetes e feijoadas à mistura, caldeirada (nem devia entrar, mas pronto)...
Mas, bem, é um polvo a cozer com uma cebola, sal e pimenta (os meus preferidos proveniem da galiza, congelados).
Quando o polvo se afigura macio, retirar da água da cozedura (que se reserva) e "trinchar" de modos a que e bem, ficar com as partes mais carnudas das "patas" para filetar e as restantes para um arroz.
Desses "restantes" do polvo (lembrei-me da posta, mas isso é correios ou mirandesa... não releva), cortar fino e juntar a um tacho onde se alourou cebola em azeite (pois, tomate, pimento, chouriço, alho e tudo o mais pode ser mais ou menos), juntar arroz carolino, deixar frigir, juntar a água da cozedura do polvo e esperar que se transforme num belo arroz de polvo (pois).
Entretanto poderá-se passar os "filetantes" por ovo e farinha ou farinha e ovo ou por um polme (pois) e levar a oleo (ou azeite) quente a fritar...
fui (best end of sunday)
e um belo alvarinho...(lol, e redoma ao lado...)
sábado, 28 de março de 2009
Salame de Chocolate - Desafio da Isabel
esta postagem deriva de umas pornográficas postagens da isabel, com sobremesas fantásticas...
Uma sobremesa, parte de lanche ou que se quiser, é o salame de chocolate (que é bem). Mas a Isabel, parece que tem uma versão by her, muito especial e que estará já online (repetição do link...)
assim, a brincar, a brincar, um pacote de manteiga (250 gr - menos o pouco reservado), 180 gr de açucar (deitei um bocado mais) enquanto base... e bate-se. ui, e bolachas, (a isabel usou umas de embalagem vermelha e eu umas normais marias), batidas a rolo de massa ou como se quiser. entretanto, leva-se a banho-maria ou micro-ondas uma tablete de chocolate a derreter com um pouco de manteiga (a reservada). entretanto, convém ter cacau ou chocolate em pó (prefiro cacau) para adicionar à base de açucar e manteiga e fazer uma bela "papa".
Pronto, temos os ingredientes para fazer o salame. É só juntar as bolachas à supracitada "papa", mexer bem, embrulhar em papel vegetal (muito mais simpático que a folha de alumínio) e levar ao refrigerador. Para ajudar à festa, outra tablete de chocolate e um pacote de natas vão a homogeneizar/derreter no micro-ondas, mexem-se bem, deixam-se arrefecer e levam-se ao mesmo (ou outro) refrigerador.
depois de estar tudo frio, saca-se o salame, desembrulha-se e cobre-se com a mistura do chocolate e natas. emprata-se e serve-se.
Diferenças não referidas anteriormente, em relação ao da Isabel...
1 - não pincelei com amaretto, mas juntei um pouco de white&mackay 13 anos ao primeiro chocolate (com a reservada manteiga)
2 - não juntei amêndoas (porque não)
3 - como a "receita" não levava ovos, decidi incorporar uns em fio (cortesia da Confeitaria Magalhães) e que são muito bons.
Nota final: estranhei um pouco as proporções dos ingredientes (no início), mas à medida que ia fazendo a preparação (e apesar das alterações por mim introduzidas, nem importantes para o resultado final, mas isto não é um tratado de culinária) percebi que as dosagens da Isabel faziam todo o sentido. Isto só atesta a excelsa qualidade das propostas do blogue.
Bela forma de transformar uma coisa (banal e mal feita por tanta gente) numa requintada sobremesa).
Isabel, muito obrigado por esta partilha.
(uups, um pequeno pormenor... não usei palavras estrangeiras, mas apenas mau Português; já agora um segundo: os parágrafos impares não têm maiusculas, os pares, sim)
Uma sobremesa, parte de lanche ou que se quiser, é o salame de chocolate (que é bem). Mas a Isabel, parece que tem uma versão by her, muito especial e que estará já online (repetição do link...)
assim, a brincar, a brincar, um pacote de manteiga (250 gr - menos o pouco reservado), 180 gr de açucar (deitei um bocado mais) enquanto base... e bate-se. ui, e bolachas, (a isabel usou umas de embalagem vermelha e eu umas normais marias), batidas a rolo de massa ou como se quiser. entretanto, leva-se a banho-maria ou micro-ondas uma tablete de chocolate a derreter com um pouco de manteiga (a reservada). entretanto, convém ter cacau ou chocolate em pó (prefiro cacau) para adicionar à base de açucar e manteiga e fazer uma bela "papa".
Pronto, temos os ingredientes para fazer o salame. É só juntar as bolachas à supracitada "papa", mexer bem, embrulhar em papel vegetal (muito mais simpático que a folha de alumínio) e levar ao refrigerador. Para ajudar à festa, outra tablete de chocolate e um pacote de natas vão a homogeneizar/derreter no micro-ondas, mexem-se bem, deixam-se arrefecer e levam-se ao mesmo (ou outro) refrigerador.
depois de estar tudo frio, saca-se o salame, desembrulha-se e cobre-se com a mistura do chocolate e natas. emprata-se e serve-se.
Diferenças não referidas anteriormente, em relação ao da Isabel...
1 - não pincelei com amaretto, mas juntei um pouco de white&mackay 13 anos ao primeiro chocolate (com a reservada manteiga)
2 - não juntei amêndoas (porque não)
3 - como a "receita" não levava ovos, decidi incorporar uns em fio (cortesia da Confeitaria Magalhães) e que são muito bons.
Nota final: estranhei um pouco as proporções dos ingredientes (no início), mas à medida que ia fazendo a preparação (e apesar das alterações por mim introduzidas, nem importantes para o resultado final, mas isto não é um tratado de culinária) percebi que as dosagens da Isabel faziam todo o sentido. Isto só atesta a excelsa qualidade das propostas do blogue.
Bela forma de transformar uma coisa (banal e mal feita por tanta gente) numa requintada sobremesa).
Isabel, muito obrigado por esta partilha.
(uups, um pequeno pormenor... não usei palavras estrangeiras, mas apenas mau Português; já agora um segundo: os parágrafos impares não têm maiusculas, os pares, sim)
Presunto e Pleorothus no Pwok
quarta-feira, 25 de março de 2009
Happy Meal by me
Os bifes à moda de Hamburgo, para mim, não são propriamente uma tentação. Parece que derivam do Bife Tártaro a que se foram juntado especiarias, fogo e americanices (bem, para mais informação existe uma coisa chamada wikipédia…).
Apesar de tudo, nem são maus e desde um BigMac até belas criações, vale “quase” tudo.
Estes foram feitos assim:
No talho, olhei para as peças das rezes e não havia acém redondo (era bem); como havia uma parte da perna com bom aspecto, pedi para picarem um naco.
Piquei cebola, pimento e um pouco de presunto e levei a confitar em azeite até amaciar a cebola e o pimento. Juntei um ramo de orégãos secos, molho tabasco e pimenta; retirei do lume, escorri o azeite, deixei arrefecer e juntei à carne. Moldei o preparado em cilindros com cerca de uma polegada de altura e cinco de diâmetro (uma polegada são 2,54 cm, portanto é fazer as contas; já agora, a brincar a brincar, o volume final de cada bife ficou acima dos 300 cc).
Reservei os proto-happy-mes…
Entretanto cozi batatas com pele. Retirei do lume e passei por água fria até arrefecerem por completo. Das batatas fiz uns paralelepípedos (isto não é uma aula de geometria, ok?) grandotes que levei a óleo a 180º C até ganharem um pouco de cor.
Fritei os ora-já-quase-happy-mes em óleo bem quente só para selar a carne (por dentro ficou ainda rosado, mas não em sangue)
E pronto, servi um belo happy meal para pessoas crescidas (o brinde foi o agrião ao natural).
Apesar de tudo, nem são maus e desde um BigMac até belas criações, vale “quase” tudo.
Estes foram feitos assim:
No talho, olhei para as peças das rezes e não havia acém redondo (era bem); como havia uma parte da perna com bom aspecto, pedi para picarem um naco.
Piquei cebola, pimento e um pouco de presunto e levei a confitar em azeite até amaciar a cebola e o pimento. Juntei um ramo de orégãos secos, molho tabasco e pimenta; retirei do lume, escorri o azeite, deixei arrefecer e juntei à carne. Moldei o preparado em cilindros com cerca de uma polegada de altura e cinco de diâmetro (uma polegada são 2,54 cm, portanto é fazer as contas; já agora, a brincar a brincar, o volume final de cada bife ficou acima dos 300 cc).
Reservei os proto-happy-mes…
Entretanto cozi batatas com pele. Retirei do lume e passei por água fria até arrefecerem por completo. Das batatas fiz uns paralelepípedos (isto não é uma aula de geometria, ok?) grandotes que levei a óleo a 180º C até ganharem um pouco de cor.
Fritei os ora-já-quase-happy-mes em óleo bem quente só para selar a carne (por dentro ficou ainda rosado, mas não em sangue)
E pronto, servi um belo happy meal para pessoas crescidas (o brinde foi o agrião ao natural).
segunda-feira, 23 de março de 2009
Cachaço de Porco Preto para "Comer à Colher" em Cama de Grelos e Castanhas Assadas
Well, esta deve ser uma das melhores preparações "by me", mas apeteceu-me armar em pseudo-chef e dar um nome-tipo-audi-tt (pois, cheira a código, lol) à recipe...
A base vem de duas fontes de inspiração. A primeira, esta preparação de porco preto e a segunda, depois de ter provado uma vitela estupidamente macia no degusto e que postei aqui...
Em relação à vitela de comer-à-colher, lembrei-me ainda do Quinta das Bágeiras Garrafeira 2003 (notas sobre a visita recente aqui) e duma reportagem no "Espêsso", onde alguêm - o jornalista - referia que o vinho era tão concentrado que devia ser comido à colher - infelizmente nunca tive o privilégio de provar essa bela criação do Mário Nuno.
Como já digitei muito texto e ainda não revelei o que fiz, siga pa bingo:
comecei por embrulhar cachaço de black pig (com flor de sal e pimenta preta em grão) em folha de alumínio e levei ao forno a 75º C durante seis horas (pois, isto de não ter crockpot ou a outra, mais XPTO, da qual não me lembro do nome, obriga a usar o forno). Claro que apenas embrulhei, pelo que alguns líquidos vieram parar ao fundo do tabuleiro (not bad). Abri a "embalagem" do pig e deixei verter o restante formado liquido para o tabuleiro. Juntei castanhas (pois, congeladas do PD, mas não são más de todo), regulei o termostato do forno para os 250º C e deixei alourar a carne e assar as castanhas; à parte, cozi uns grelos.
Empratei e servi...
(a carne ficou uma absoluta maravilha, passe a imodéstia...)
quase tão bem como este song...
gracias, Chavela
A base vem de duas fontes de inspiração. A primeira, esta preparação de porco preto e a segunda, depois de ter provado uma vitela estupidamente macia no degusto e que postei aqui...
Em relação à vitela de comer-à-colher, lembrei-me ainda do Quinta das Bágeiras Garrafeira 2003 (notas sobre a visita recente aqui) e duma reportagem no "Espêsso", onde alguêm - o jornalista - referia que o vinho era tão concentrado que devia ser comido à colher - infelizmente nunca tive o privilégio de provar essa bela criação do Mário Nuno.
Como já digitei muito texto e ainda não revelei o que fiz, siga pa bingo:
comecei por embrulhar cachaço de black pig (com flor de sal e pimenta preta em grão) em folha de alumínio e levei ao forno a 75º C durante seis horas (pois, isto de não ter crockpot ou a outra, mais XPTO, da qual não me lembro do nome, obriga a usar o forno). Claro que apenas embrulhei, pelo que alguns líquidos vieram parar ao fundo do tabuleiro (not bad). Abri a "embalagem" do pig e deixei verter o restante formado liquido para o tabuleiro. Juntei castanhas (pois, congeladas do PD, mas não são más de todo), regulei o termostato do forno para os 250º C e deixei alourar a carne e assar as castanhas; à parte, cozi uns grelos.
Empratei e servi...
(a carne ficou uma absoluta maravilha, passe a imodéstia...)
quase tão bem como este song...
gracias, Chavela
sábado, 21 de março de 2009
Aveludado de Camarão e Bacalhau by Mrs. Braun
Bem, nem sei bem o que chamar a isto...
Sopa, creme, sei lá.
de qualquer modo foi feito assim:
escaldei bacalhau em água a ferver em cachão e reservei a água; cozi camarões em água com sal e um pouco de pimenta e malagueta. Tirei as peles e espinhas ao bacalhau e parti em pedaços pequenos. Descasquei os camarões e levei a pele e espinha de bacalhau e os despojos dos camarões ao lume nas águas de cozer o bacalhau e os camarões; juntei oregãos secos, passei a varinha, coei e reservei.
Entretanto piquei cebola e levei ao lume no tacho de barro com um fio de azeite; quando começou a ficar macia e transparente juntei tomate pelado partido e um pouco do caldo da cozedura; deixei apurar, juntando mais caldo à medida que o molho ia reduzindo. Juntei farfalle e quando estavam al dente, juntei os camarões e o bacalhau, desliguei o lume e deixei 10 minutos a harmonizar sabores.
(Mrs. Braun é a varinha, merece referência, afinal fez a maior parte do trabalho, não tem nada a ver com uma certa e determinada Eva)
Sopa, creme, sei lá.
de qualquer modo foi feito assim:
escaldei bacalhau em água a ferver em cachão e reservei a água; cozi camarões em água com sal e um pouco de pimenta e malagueta. Tirei as peles e espinhas ao bacalhau e parti em pedaços pequenos. Descasquei os camarões e levei a pele e espinha de bacalhau e os despojos dos camarões ao lume nas águas de cozer o bacalhau e os camarões; juntei oregãos secos, passei a varinha, coei e reservei.
Entretanto piquei cebola e levei ao lume no tacho de barro com um fio de azeite; quando começou a ficar macia e transparente juntei tomate pelado partido e um pouco do caldo da cozedura; deixei apurar, juntando mais caldo à medida que o molho ia reduzindo. Juntei farfalle e quando estavam al dente, juntei os camarões e o bacalhau, desliguei o lume e deixei 10 minutos a harmonizar sabores.
(Mrs. Braun é a varinha, merece referência, afinal fez a maior parte do trabalho, não tem nada a ver com uma certa e determinada Eva)
sexta-feira, 20 de março de 2009
As Reconfortantes Tripas à Moda do Porto...
Pois, são muito boas...
Vamos hoje lembrar e pôr no prato um dos mais simbólicos, saborosos e reconfortantes pitéus portugueses, as tripas à moda do Porto.
A receita que lhes vou transmitir obteve um primeiro prémio no I Concurso de Cozinha e Doçaria Portuguesas de cujo júri, de alto gabarito, faziam parte, entre outros, mestre João Ribeiro, o célebre chef do Hotel Aviz, e Daniel Constant, crítico gastronómico do Primeiro de Janeiro, e que foi, para a gastronomia, durante três décadas, o que Mário Castrim foi para a televisão.
É a este prato, nascido da sua proverbial generosidade, que os portuenses devem o epíteto de tripeiros, de que tanto se orgulham. A estória conta-se de duas maneiras, ambas a confirmar o que atrás se afirma. A primeira datará de 1384 e dever-se-á ao gesto magnânimo da burguesia portuense, que reservou para si apenas as tripas de vaca, enviando a carne para Lisboa, cercada por D. João de Castela (outros tempos…); a outra versão dá-nos conta de que em circunstâncias muito idênticas, aquando da expedição de Ceuta, no Porto ficaram reduzidos a comer, da carne, apenas as miudezas.
A receita que tenho em mão, e que espero seja a usada por uma confraria criada em defesa da monumental iguaria, nada terá a ver com as que se faziam em qualquer das épocas apontadas.
A de hoje exige ingredientes como galinha, mão de vitela, orelheira, salpicão, chouriço, cebolas e cenouras, condimentos vários além dos indispensáveis cominhos, estes com a obrigação de perfumar o conjunto mas também, e sobretudo, de dar uma ajuda eficaz à digestão. Claro que a companhia do arroz seco no forno, é da praxe, e indispensável do ponto de vista da boa nutrição.
Exceptuando a quantidade de panelas necessárias para a confecção, agora é muito fácil cozinhar tripas à moda do Porto. Os talhos vendem as tripas, que também dão pelo nome de dobrada, já impecavelmente preparadas, bastando uma simples passagem por água e uma boa esfregadela com sal e limão.
Para 10 pessoas, compram-se 1500 g de tripas de vitela que devem incluir pança, folhos e favos; 1 mão de vitela; 1 frango; 200 g de orelheira de porco; 150 g de carne da cabeça de porco; 150 g de salpicão do Norte (sem colorau); 150 g de chouriço de carne do Norte (sem colorau); 150 g de presunto ou de toucinho entremeado; 1 kg de feijão manteiga (demolhado); 1 fio de azeite; 2 cenouras; 2 cebolas; 1 cravinho; 10 grãos de pimenta preta; 1 folha de louro; 1 ramo de salsa; 2 colheres de sopa de banha; sal.
Cozem-se separadamente as tripas e a mão de vitela. À parte, cozem-se o frango, a orelheira e a carne da cabeça de porco, o salpicão, o chouriço e o presunto ou o toucinho entremeado. Estas carnes vão-se retirando e escorrendo à medida que forem cozendo. Ainda separadamente, coze-se o feijão a que se juntam, a meio da cozedura, o fio de azeite, as cenouras em rodelas e 1 cebola em gomos finos, os grãos de pimenta, a folha de louro e o ramo de salsa.
Numa caçarola grande aloura- -se 1 cebola picada com a banha; estando a cebola bem loura, juntam-se-lhe as carnes e as tripas em bocados e o feijão escorrido. Tempera-se com sal e deixa-se apurar, juntando alguma água de cozedura das carnes e do feijão, se necessário.
Bem apuradas, servem-se as tripas em terrina, à velha maneira portuense, e o arroz, em travessa. Os cominhos serão servidos separadamente.
E aqui está um petisco bem português, que diz muito dos que o foram inventando e que, longe de matar, é capaz de levantar um morto.
em itálico, porque retirado daqui
E o Herdade do Perdigão Reserva de 2001 também é bem...
Vamos hoje lembrar e pôr no prato um dos mais simbólicos, saborosos e reconfortantes pitéus portugueses, as tripas à moda do Porto.
A receita que lhes vou transmitir obteve um primeiro prémio no I Concurso de Cozinha e Doçaria Portuguesas de cujo júri, de alto gabarito, faziam parte, entre outros, mestre João Ribeiro, o célebre chef do Hotel Aviz, e Daniel Constant, crítico gastronómico do Primeiro de Janeiro, e que foi, para a gastronomia, durante três décadas, o que Mário Castrim foi para a televisão.
É a este prato, nascido da sua proverbial generosidade, que os portuenses devem o epíteto de tripeiros, de que tanto se orgulham. A estória conta-se de duas maneiras, ambas a confirmar o que atrás se afirma. A primeira datará de 1384 e dever-se-á ao gesto magnânimo da burguesia portuense, que reservou para si apenas as tripas de vaca, enviando a carne para Lisboa, cercada por D. João de Castela (outros tempos…); a outra versão dá-nos conta de que em circunstâncias muito idênticas, aquando da expedição de Ceuta, no Porto ficaram reduzidos a comer, da carne, apenas as miudezas.
A receita que tenho em mão, e que espero seja a usada por uma confraria criada em defesa da monumental iguaria, nada terá a ver com as que se faziam em qualquer das épocas apontadas.
A de hoje exige ingredientes como galinha, mão de vitela, orelheira, salpicão, chouriço, cebolas e cenouras, condimentos vários além dos indispensáveis cominhos, estes com a obrigação de perfumar o conjunto mas também, e sobretudo, de dar uma ajuda eficaz à digestão. Claro que a companhia do arroz seco no forno, é da praxe, e indispensável do ponto de vista da boa nutrição.
Exceptuando a quantidade de panelas necessárias para a confecção, agora é muito fácil cozinhar tripas à moda do Porto. Os talhos vendem as tripas, que também dão pelo nome de dobrada, já impecavelmente preparadas, bastando uma simples passagem por água e uma boa esfregadela com sal e limão.
Para 10 pessoas, compram-se 1500 g de tripas de vitela que devem incluir pança, folhos e favos; 1 mão de vitela; 1 frango; 200 g de orelheira de porco; 150 g de carne da cabeça de porco; 150 g de salpicão do Norte (sem colorau); 150 g de chouriço de carne do Norte (sem colorau); 150 g de presunto ou de toucinho entremeado; 1 kg de feijão manteiga (demolhado); 1 fio de azeite; 2 cenouras; 2 cebolas; 1 cravinho; 10 grãos de pimenta preta; 1 folha de louro; 1 ramo de salsa; 2 colheres de sopa de banha; sal.
Cozem-se separadamente as tripas e a mão de vitela. À parte, cozem-se o frango, a orelheira e a carne da cabeça de porco, o salpicão, o chouriço e o presunto ou o toucinho entremeado. Estas carnes vão-se retirando e escorrendo à medida que forem cozendo. Ainda separadamente, coze-se o feijão a que se juntam, a meio da cozedura, o fio de azeite, as cenouras em rodelas e 1 cebola em gomos finos, os grãos de pimenta, a folha de louro e o ramo de salsa.
Numa caçarola grande aloura- -se 1 cebola picada com a banha; estando a cebola bem loura, juntam-se-lhe as carnes e as tripas em bocados e o feijão escorrido. Tempera-se com sal e deixa-se apurar, juntando alguma água de cozedura das carnes e do feijão, se necessário.
Bem apuradas, servem-se as tripas em terrina, à velha maneira portuense, e o arroz, em travessa. Os cominhos serão servidos separadamente.
E aqui está um petisco bem português, que diz muito dos que o foram inventando e que, longe de matar, é capaz de levantar um morto.
em itálico, porque retirado daqui
E o Herdade do Perdigão Reserva de 2001 também é bem...
quarta-feira, 18 de março de 2009
na academia - Concha Buika
A Concha Buika veio ao meu encontro por acaso; a Mariza convidou-a para gravar uma musica, a musica passou na antena 1, eu ouvi e fiquei fã (não da Mariza, claro).
Como queria mesmo ter essa musica (as pequenas verdades) e não me apetecia nada comprar um disco da Mariza passei na Fnac e procurei - bem, não foi bem procurar, limitei-me a perguntar o que havia por lá da Concha, a menina disse que só tinham o livro – afinal era um livro e mais dois CD’s – fixe.
O CD1 – Niña de fuego
O CD2 – Aquí hay amor
De destacar, la falsa moneda (a preferida das Mission), as pequenas verdades (a minha preferida), luz de luna (a mais detestada pelos vizinhos), volver (Mr. Gardel, a rapariga esforçou-se, não dê tantas voltas no túmulo).
E prontes, highly recomended…
E com uma singela homenagem a Chavela Vargas…
Tu cara y Chavela
Es una noche sosegada,
Limpia y pura.
Hay una luz traicionera
Manipulando las sombras.
O tu cara o ninguna
Entre mis ojos y la luna.
Y al fondo canta Chavela,
Porque hoy Chavela canta
Y nosotros extasiados,
No nos decimos nada.
La musa siempre lloró cantando,
Los que a morir de amor fueron com miedo,
Lloran hoy com ella.
Yo, que hacia el desamor fluyo serena,
Me desvanezco
Tatuando deseos inconfesos
Sobre tu piel aceitunada,
Gracias, por este aplauso dice Chavela.
Gracias por darme tu nombre.
Tu abrazo sabe a más,
Cuando ella canta Las Ciudades.
Ah, e tem fotos dela desnuda (em definitivo, não é de Ermesinde)
update...
Gelado de Natas com Caramelo de Porto Branco
Well, pelos vistos a expressão "demora cinco horas a fazer a sopa e arruma a sobremesa em cinco minutos" aplica-se a me.
Nada de especial, um singelo caramelo aromatizado com whiteport a acompanhar um gelado de natas (built in pingodoce near home). É bem fixe a harmonização, com o caramelo a solidificar em contacto com o gelado.
Nada de especial, um singelo caramelo aromatizado com whiteport a acompanhar um gelado de natas (built in pingodoce near home). É bem fixe a harmonização, com o caramelo a solidificar em contacto com o gelado.
Um Transmontano Folar
terça-feira, 17 de março de 2009
Sarrabulho
Prato obrigatório da matança do porco, nas Beiras. Fácil de recriar porque os ingredientes de base (carne, figado e sangue cozido de porco se encontram facilmente à venda).
Faz-se assim:
num tacho, deitar banha de porco, deixar aquecer e juntar a carne de porco cortada em pedaços pequenos; deixar alourar um pouco, juntar cebola cortada grosseiramente, alho, louro e vinho branco. Deixar estufar, juntar pimenta, colorau, cravinho e cominhos e o fígado. Quando o fígado já está macio, juntar o sangue cozido e cortado em pedaços e deixar acabar a cozedura e harmonização de sabores em lume muito brando.
Servir com batatas cozidas com pele e grelos cozidos (em relação ao acompanhamento, não vale a pena inventar, este é excelente).
Faz-se assim:
num tacho, deitar banha de porco, deixar aquecer e juntar a carne de porco cortada em pedaços pequenos; deixar alourar um pouco, juntar cebola cortada grosseiramente, alho, louro e vinho branco. Deixar estufar, juntar pimenta, colorau, cravinho e cominhos e o fígado. Quando o fígado já está macio, juntar o sangue cozido e cortado em pedaços e deixar acabar a cozedura e harmonização de sabores em lume muito brando.
Servir com batatas cozidas com pele e grelos cozidos (em relação ao acompanhamento, não vale a pena inventar, este é excelente).
segunda-feira, 16 de março de 2009
Quinta das Bágeiras
A Quinta das Bágeiras situa-se na Fogueira, Anadia. Já tenho falado por aqui da Produção do Mário Sérgio Alves Nuno. Efectivamente, são notáveis os seus espumantes Brutos (sem qualquer adição de açucar) pela elevada qualidade e aptidão gastronómica. O seu Branco Garrafeira está ao nível do melhor que se faz cá no Burgo e os tintos, especialmente os Garrafeira, são vinhos enormes, as aguardentes são excelentes, demonstrando o saber e profissionalismo deste senhor que neste ano de 2009 comemora 20 anos de trabalho na Quinta. Apresento 20 imagens de uma visita feita no sábado passado.
Ao Mário Sérgio, muitos parabéns e muito obrigado pela forma como me recebeu.
are you sure you whant to recycle these?
exterior da adega
alguns produtos na loja
Prémios, nomeações, etc (e havia mais...)
mais de 300.000 botelhas a "estagiar" na cave
tonéis aos molhos
ulha, a casa do Garrafeira Branco 2008 (pois, é pouco, mas muito bom...)
aguardentes a estagiar
O "Mestre"
o Produtor, o enólogo e a neta dele
back to the real world...
Ao Mário Sérgio, muitos parabéns e muito obrigado pela forma como me recebeu.
are you sure you whant to recycle these?
exterior da adega
alguns produtos na loja
Prémios, nomeações, etc (e havia mais...)
mais de 300.000 botelhas a "estagiar" na cave
tonéis aos molhos
ulha, a casa do Garrafeira Branco 2008 (pois, é pouco, mas muito bom...)
aguardentes a estagiar
O "Mestre"
o Produtor, o enólogo e a neta dele
back to the real world...
Caldeirada by my daddy and sparkling wine by Mário Nuno
Caldeiradas há muitas, talvez mais ainda que chapéus.
Parece que raia, tamboril e congro são indispensáveis. Nas minhas preferências junto o ruivo e as sardinhas. Dispenso salmão, moluscos e mariscos. Na Praia de Mira há um prato chamado Pitau de Raia (e aqui tenho que referir que a “Raia com molho de Pitau” publicada na pag. 144 da “Cozinha Tradicional Portuguesa”, da Maria de Lourdes Modesto, é muito diferente do que se faz/fazia na Praia de Mira) que é, no essencial uma caldeirada a que se junta o fígado da raia e que transforma este prato numa iguaria muito especial. Aliás, este prato seria idealmente feito com tremelga (uma prima da raia, mas com fígados maiores).
Ainda assim, a raia é um dos mais versáteis espécimes para brilhar a solo numa, neste caso “caldeirada”. Não tem truques, as receitas andam por aí, nos livros, mas só a experiência e a paixão pela cozinha permitem que no prato se saboreie uma bela caldeirada.
Esta foi feita pelo meu pai, com raia, congro e ruivo e estava soberba.
Também soberbo foi o acompanhamento de um Espumante muito especial, o Quinta das Bágeiras Bruto Natural (o Mário Nuno – produtor - acrescenta o “Natural” porque não acrescenta açúcar) de 2002 (cortesia do Mário Nuno; pois, parece que vai ter um post só para ele).
ás vezes sabe bem não cozinhar...
Parece que raia, tamboril e congro são indispensáveis. Nas minhas preferências junto o ruivo e as sardinhas. Dispenso salmão, moluscos e mariscos. Na Praia de Mira há um prato chamado Pitau de Raia (e aqui tenho que referir que a “Raia com molho de Pitau” publicada na pag. 144 da “Cozinha Tradicional Portuguesa”, da Maria de Lourdes Modesto, é muito diferente do que se faz/fazia na Praia de Mira) que é, no essencial uma caldeirada a que se junta o fígado da raia e que transforma este prato numa iguaria muito especial. Aliás, este prato seria idealmente feito com tremelga (uma prima da raia, mas com fígados maiores).
Ainda assim, a raia é um dos mais versáteis espécimes para brilhar a solo numa, neste caso “caldeirada”. Não tem truques, as receitas andam por aí, nos livros, mas só a experiência e a paixão pela cozinha permitem que no prato se saboreie uma bela caldeirada.
Esta foi feita pelo meu pai, com raia, congro e ruivo e estava soberba.
Também soberbo foi o acompanhamento de um Espumante muito especial, o Quinta das Bágeiras Bruto Natural (o Mário Nuno – produtor - acrescenta o “Natural” porque não acrescenta açúcar) de 2002 (cortesia do Mário Nuno; pois, parece que vai ter um post só para ele).
ás vezes sabe bem não cozinhar...
sábado, 14 de março de 2009
Notas do Jantar no Degusto
Na sequência de um belo jantar na fooding-house, o João Roseira tinha proposto uma prova dos seus vinhos da Quinta do Infantado igualmente com jantar e no mesmo espaço. Devido a… coisas, não foi possível fazer esse jantar (cancelado apenas umas horas antes). Como o João já tinha trazido os vinhos, conseguiu, em tempo record, marcar um jantar no Degusto, em Matosinhos.
amuse bouche (não me lembro do nome, mas o little pig estava excelente)
Atum curado com molho de salva e sementes de sésamo
Vitela “de comer à colher” sobre dobrada com feijão branco
Vitela “de comer à colher” com espinafres salteados
Fondant de chocolate com sorvete de laranja
Tarte de Amêndoa com gelado de canela
Provaram-se os seguintes vinhos:
Quinta do Infantado White Port - sim, aquele que está à venda nos hipéresemercados a um preço mais que convidativo.
Quinta do Infantado Reserva 2003 (em Magnum)
Quinta do Infantado 2007 (amostra de Barrica)
Quinta do Infantado Reserva 2007 (amostra de Barrica)
Quinta do Infantado Porto Vintage 99
Quinta do Infantado Tawny 10 anos
Um grande obrigado ao João Roseira e à Fátima Ribas.
amuse bouche (não me lembro do nome, mas o little pig estava excelente)
Atum curado com molho de salva e sementes de sésamo
Vitela “de comer à colher” sobre dobrada com feijão branco
Vitela “de comer à colher” com espinafres salteados
Fondant de chocolate com sorvete de laranja
Tarte de Amêndoa com gelado de canela
Provaram-se os seguintes vinhos:
Quinta do Infantado White Port - sim, aquele que está à venda nos hipéresemercados a um preço mais que convidativo.
Quinta do Infantado Reserva 2003 (em Magnum)
Quinta do Infantado 2007 (amostra de Barrica)
Quinta do Infantado Reserva 2007 (amostra de Barrica)
Quinta do Infantado Porto Vintage 99
Quinta do Infantado Tawny 10 anos
Um grande obrigado ao João Roseira e à Fátima Ribas.
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