Almoço de domingo, com vinhos do Dão a pontificar à mesa. Dois vinhos, um rosé e um tinto que aliam a qualidade intrínseca a uma boa relação qualidade preço.
Para começar, o rosé 2012 Touriga Nacional da Quinta do Perdigão - garrafa nº 25 das 4.100 produzidas - tenso, floral, com alguma secura, muito porreiro. Só é pena ter 13,5º, embora não se note no copo. Com um PVP recomendado de sete euros, é uma tentação.
Acompanhou uns bolinhos de red-fish, feitos assim:
300 g de red fish cozido, limpo de pele e espinhas
300 g de batatas cozidas
3 ovos
1 raminho de salsa
1 ar de pimenta preta
1 ar de alho em pó
sal qb
Esmagam-se as batatas, junta-se o peixe em pedaços pequenos, envolve-se bem enquanto se juntam os ovos um a um. Junta-se a salsa picada, a pimenta e o alho, volta a envolver-se tudo e tempera-se, caso seja necessário. Moldam-se bolinhos com duas colheres, como os pastéis de bacalhau e fritam-se em óleo bem quente. Quando fritos, escorrem-se sobre papel absorvente.
Estes bolinhos foram servidos sobre salada de feijão frade, com azeite, salsa e cebola picada.
Para acompanhar o prato principal escolhi o Quinta da Pellada tinto 2007. Na gama de vinhos do Álvaro de Castro anda ali acima do Dão Reserva de que tinha falado
aqui e logo abaixo do PaPe. Quase seis anos após a colheita ainda está na curva crescente de evolução. No copo, aparece escuro mas não opaco, com um belo equilíbrio entre as notas de frutos negros, das flores do
tourigo e da tosta da madeira. Muito sedutor no nariz, prova-se com evidente e equivalente prazer. Taninos presentes a augurar anos em cave, mas macios
qb. Muito boa aptidão gastronómica com bom corpo e um longo final. Não é barato (PVP recomendado de vinte e cinco euros) mas vale bem o que custa. Belo vinho!
Acompanhou umas bochechas de porco marinadas e estufadas em vinho tinto.
Deixei a carne a marinar em vinho tinto e alho, de um dia para o outro. Piquei uma cebola para um tacho de fundo grosso, deitei um fundo de azeite, uma folha de louro, um ar de mistura de pimentas (branca, preta, verde, vermelha, rosa e de caiena) grosseiramente esmagadas no almofariz, uma malagueta seca partida em pedaços e um ar de cominhos. Deixei refogar a cebola uns minutos, juntei as bochechas e deixei-as mais uns minutos, mexendo até alourarem a toda a volta. Juntei então o vinho e os alhos da marinada e quando levantou fervura, baixei o lume para o mínimo. Deixei a estufar em lume muito brando durante um pouco mais de uma hora (convém ir vendo, a carne deve ficar bem macia, mas não a desfazer-se). Servi com puré de batata e uma salada de tomate e alface.
Para a sobremesa, folhadinhos de requeijão com mel e nozes, parecidos com
estes
e uma salada de frutas com chantilly a fechar.