quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

Porto Quinta da Revolta Vintage 2002

Este Porto Vintage pode nem ser fácil de encontrar, mas surgiu num ano "atípico", e de todos os grandes "rótulos" desse ano sempre tive o prazer de provar grandes vinhos, tintos ou brancos. Confesso que não esperava um vintage como este; ainda "revoltado", mas a deixar-se beber (com muito prazer) e seguramente, com muitos anos pela frente...

segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

Açorda de Caranguejo Real

Há uns tempos que o supermercado onde sabe bem pagar tão pouco tem à venda umas patas de caranguejo real da Noruega congeladas. No outro dia comprei sem saber muito bem o que ia fazer com elas. Ainda pensei em fazer um arroz, mas depois lembrei-me de uma açorda que tinha feito há algum tempo e pronto, foi uma açorda feita assim:

Num tacho deitei água, um pouco de sal, pimenta, piri piri, louro e as patas do caranguejo e levei ao lume. Deixei cozer cerca de dez minutos, retirei as patas e descasquei-as; reservei a carne. Coei a água da cozedura e deitei-lhe pão em fatias finas. Noutro tacho, deitei azeite e dois dentes de alho esmagados. Deixei que o alho aromatizasse o azeite e retirei o alho. Juntei o pão e fui mexendo em lume brando. À medida que a água ia evaporando, fui adicionando mais água da cozedura do marisco. Quando a mistura ficou homogénea, juntei a carne do caranguejo, mexi e juntei um pouco de coentros picados. Acompanhou com um espumante Luís Pato Baga, um belo espumante a um preço muito cordato.







segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

Variações sobre os "Bifes da Trindade"

Há algum tempo, no "Comidas Caseiras" apareceu uma fantástica descrição dos bifes da Cervejaria da Trindade (aqui). Bem, decidi fazer uma variação. No talho, pedi para cortarem bifes da vazia bem finos. Congelei e descongelei a carne para ficar mais macia. Temperei com sal e pimenta. Fritei em banha de porco e reservei. Na frigideira, deitei banha de porco e massa de alho e levei ao lume até alourar; juntei manteiga e mostarda e deixei ferver; juntei vinho branco, deixei evaporar o álcool e juntei natas. Deitei os bifes na frigideira e deixei um bocado em lume brando. Acompanhei com batata doce frita e uma salada de rúcola selvagem, temperada apenas com flor de sal e um fio de azeite. Para beber, super bock mini (feita com cevada nacional, muito mais interessante que a normal) com 7up.
Nota, não segui a "receita" (como de costume) e achei que é um molho muito interessante.









sábado, 13 de dezembro de 2008

Luís Pato Vinhas Velhas 1998















Estava prometido há algum tempo e até já se estava quase a perder a oportunidade.

Trata-se do Vinho Luís Pato Vinhas Velhas 1998, feito pelo “Mister Baga”, Luís Pato, mestre a trabalhar esta casta na região da Bairrada, a quem agradeço o momento de degustação.

É preciso ser paciente para poder desfrutar de tudo o que um vinho nos pode dar, dizem os grandes críticos e enófilos. E dizem-no com razão, pela experiência que tenho tido.

Não esperem dez longos anos por qualquer vinho, porque isso só é “rentável” com vinhos de classe superior e feitos para durar. De igual modo, é também pecado capital (em sentido estrito) beber um destes vinhos em novo. Ele tem tanto para evoluir positivamente. É pena que muitos apreciadores não saibam ainda como é um destes vinhos quando bebido “tardiamente”, como diz Luís Ramos Lopes na última (talvez penúltima já) Revista de Vinhos.

Por muito equilibrado e “bebível” quando apresentado ao mercado, nenhum vinho me pode dar o mesmo prazer em novo que quando bebido em “velho”. Troco facilmente alguma fruta pela elegante complexidade do vinho com alguns anos (lema de padrefrancisco. Lol.).


Suportado por uma bela acidez, apesar da idade, como quem cresce saudavelmente, taninos bem presentes, mas redondos e suaves, de grande complexidade, disse-me baixinho, em segredo e ao ouvido, que estava para durar mais uns quantos anos. Não chegou a dizer-me quantos porque a garrafa acabou entretanto, mas muitos, certamente, a julgar pelo enorme esplendor que revelou

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Patetices da DECO

Antes de mais, devo dizer que não tenho nada contra a DECO. Aliás, até sou sócio. Mas em relação a alguns comparativos que eles fazem, não posso deixar de me rir.
Caso das provas e classificações a 40 vinhos da Bairrada publicada na ProTeste deste mês.

"Seleccionámos as marcas mais vendidas, as colheitas mais recentes e os vinhos disponíveis no momento das compras e da publicação. As amostras foram submetidas a análises laboratoriais e a provas de degustação. Avaliámos também a rotulagem"

Analisaram o teor alcoólico de cada vinho (anunciado e medido) e a conformidade com a legislação em vigor para ver se cumpria o designativo do rótulo. Consideraram que o Quinta de Baixo 2004, Quinta do Poço do Lobo 2004 apresentam um teor inferior ao anunciado. Depois analisaram a acidez (fixa e volátil cuja soma dá a acidez total) e consideraram que o Lopo de Freitas 2004 e Termeão 2006 apresentam uma acidez volátil algo elevada. Analisaram os teores de açucar (glucose e frutose) encontrando teores entre os 2,3 a 5,5 g/litro, concluindo que todos os vinhos são secos. Foram medidas as quantidades de sulfitos e/ou dióxido de enxofre; considerando que a Lei estabelece um máximo de 160 mg/l ou 210 se o teor de açucar fôr superior a 5 g/l (que os senhores da DECO consideraram excessivo pelo que deram a melhor pontuação aos vinhos com menos de 100 mg/l). Na medição do ácido sórbico, consideraram que o Magna carta 2003, Vasco da Gama 2003 e Encosta de Mouros 2003 apresentavam valores excessivos. Analisada a conclusão da fermentação maloláctica, foi verificado que no Conde de Cantanhede 2001 esta ainda não estava concluída. Quanto à rotulagem, foi verificado se ostentava a marca, denominação de origem, volume, teor alcoólico, nome e localidade do engarrafador e lote.

Não referem as notas de prova, apenas a classificação pelo painel amador e profissional (sem referir quem entrou nesses painéis) nem a "percentagem" dessa classificação na classificação final.

Patetices... Quando se "mede" um vinho o resultado só pode ser caricato.

Em conclusão, só posso dizer que preferia degustar um copo de "Diga?" 2006 servido à temperatura correcta em bons copos do que ter que "levar" com as 18 garrafas apresentadas abaixo e recomendadas por estes senhores. Será que não perceberam que a aplicação destes critérios ao vinho é pateta?. Como disse o Chef Luís Baena: "se no McDonald's os hamburgueres são todos iguais, porque não fazer o mesmo com o cozido nos restaurantes?". Para bom entendedor..

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Ramos Pinto Collection 2005

A Casa Ramos Pinto, fundada em 1880, selecciona as melhores uvas das suas quatro propriedades no Douro para a elaboração dos seus vinhos. Collection é o resultado da ligação cultural com a produção de grandes vinhos. Iniciou com a colheita de 2005 o lançamento do primeiro de uma colecção. Cada ano terá uma apresentação diferente, baseada na riqueza patrimonial da Ramos Pinto e reflectirá as especificidades dessa vindima. Elegante, saboroso, intenso e perfumado, este vinho é muito elegante... e foi elaborado a partir das castas Touriga Nacional, Touriga Franca e Tinta Barroca.
A colheita de 2006 já está no mercado, com um novo rótulo.

E que tal um ensopado de Borrego a acompanhar? Receita aqui...


Dão Vinhos e Gourmet 2008

De 29 de Novembro a 01 de Dezembro decorreu no Solar do Vinho do Dão, o evento Dão Vinhos e Gourmet 2008. Alguns dos melhores rótulos do Dão em Prova, acções de formação e Show Cooking em três dias de evento. Ficam algumas fotos (o que se pôde arranjar...).









Luís Pato Vinha Pan 1997

Luís Pato, ou Mister Baga consegue, numa região que actualmente está fora de moda (a Bairrada) e com uma casta pouco utilizada (a Baga) fazer vinhos absolutamente assombrosos. Como este Vinha Pan de 1997. Soberbo acompanhamento para um leitão...



terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Faisão by me...

No outro dia ofereceram-me um faisão (chlép...).
Depois de mortificado, foi depenado e limpo de vísceras e cortado em quatro pedaços. No tacho de barro, deitei cebola roxa, alho esmagado, pimento, tomate, bacon em pedaços, sal, pimenta e vinho tinto. Juntei o faisão e deixei a marinar durante vinte e quatro horas. Pus o tacho na vitro na posição 2 (de 12) e deixei estufar muito lentamente. Para acompanhar cozi castanhas (daquelas congeladas e sem casca) em leite e fiz um puré. Quando o faisão estava estufado, retirei e reservei no forno. Passei a varinha no molho e deixei espessar. Servi o faisão com o molho, o puré de castanhas e umas folhas de alface temperadas apenas com flor de sal.
Claro que a delicadeza da carne de faisão exige um acompanhamento à altura. Escolhi um aristocrático Quinta de Foz de Arouce de 1995, um vinho com enorme potencial de guarda e que estava em muito boa forma,, ou seja à altura do Prato.