sexta-feira, 9 de março de 2018

Kopke Reserva, os Vinhos da Mesa - Branco 2016 e Tinto 2015


A marca Kopke tem quase 400 anos e é mais conhecida pelos Portos. Integra o Grupo Sogevinus. No entanto, há alguns anos que faz vinhos não fortificados (ou de mesa, como preferirem) e lançou recentemente para o mercado dois vinhos Reserva.


Um branco de 2016 e um tinto de 2015. Ambos com um perfil clássico dos vinhos do Douro, sem arriscar. O branco tem algum corpo que a frescura e acidez compensam, mas é daqueles vinhos que pede comida boa, como este polvo no forno. O tinto é muito fresco e embora ainda muito jovem dá boa prova. Tem boa aptidão gastronómica, porreiro para acompanhar carnes no forno ou estufados. São escolhas seguras, ao preço.


(vinhos enviados pelo Produtor)

Cistus Reserva 2013



Vinho do Douro Superior, feito em Torre de Moncorvo feito com Tinta Roriz, Touriga Nacional e Touriga Franca de vinhas com cerca de 25 anos. Estagia catorze meses em madeira. 


Está no mercado com um PVP recomendado de cerca de dez euros e é muito porreiro. Equilibrado, fácil de beber, dá prazer à mesa com pratos de carne, como o entrecosto no forno com que o acompanhei. Ganha em ser refrigerado (uma a duas horas no frio) e decantado uma meia hora antes de servir. Tem 14,5º de álcool, mas tem frescura e estrutura para eles. Belo vinho.

(vinho enviado pelo Produtor)


quarta-feira, 7 de março de 2018

Os Alvarinhos de João Portugal Ramos



Foi com a colheita de 2012 que João Portugal Ramos apresentou o seu primeiro Alvarinho da Região dos Vinhos Verdes (sub-região de Monção e Melgaço). Em 2013 lança o primeiro Loureiro e agora tem três vinhos de Alvarinho no mercado.

  • Espumante Reserva Bruto Natural 2014; o primeiro Bruto Natural desta sub-região, tem uma bolha interessante, alguma austeridade, é elegante e pede comida por perto. Experimente-o com fumeiro do Minho e a ligação será muito boa. 
  • Alvarinho 2016; não é muito exuberante em termos aromáticos e pede decanter. Equilibrado, segue a linha tradicional das colheitas anteriores. Para beber e guardar. Vai bem com uma caldeirada de peixes, por exemplo.
  • Alvarinho Reserva 2015; mais complexo que o colheita, também ganha muito em ser decantado. Acho que ganhará em ser guardado mais algum tempo, mas como estamos no tempo do sável, é experimentar, já que o vinho tem estrutura para ligar muito bem com o prato.
(vinhos enviados pelo Produtor)


terça-feira, 6 de março de 2018

Roberto Regal López, o Enfant Terrible da Ribeira Sacra


Recentemente tive o grato privilégio de ir à Ribeira Sacra e de conhecer o Roberto Regal López, um dos mais inquietos enólogos da região. Não é fácil explicar a magia da Chantada, com pequenas parcelas de vinha em socalcos que fazem o Douro parecer uma planície e onde a Mencia (o nosso Jaen) impera.


Para provar os vinhos, organizei um jantar com amigos e sarrabulho à moda da Gandara, feito pelo meu pai e que ligou muito bem com os vinhos.


A abrir e com algumas entradas, o Scintilla, um branco de 2016, muito novo, austero e a pedir guarda. Percebeu-se logo ali que estamos perante vinhos que precisam de tempo.

Os tintos, todos de 2015 pedem decanter...


Não tenho muita informação sobre os vinhos, por isso o critério foi ir abrindo dos mais baratos para os mais caros. Começámos com o Toalde. Não foi o vinho da noite, mas, para mim, foi o mais interessante com a comida. Antes dos Nenos da Ponte, provámos o ZE&RR-CSTL e o M&GR-MNO&PRX (os das mãos nos rótulos), ainda muito fechados (no dia seguinte estavam muito melhores). Passámos depois aos demoníacos Neno da Ponte (edições limitadas a 666 garrafas numeradas). Horta da Cal, A Raña e o Migueletas. Mais prontos a beber, brilharam porque a comida pedia vinhos sérios e cojunudos. O Migueletas encantou e os outros estiveram em muito bom nível. São vinhos sérios, bem feitos e com um denominador comum: o respeito pela terra e pela vinha, com intervenção mínima na adega. São vinhos a descobrir e estão já aqui ao lado...

(PVP entre os dez e os trinta euros)