Mais uma quarta feira das Trilogias com a Ana e o Luís e esta é a do azeite. E para mim, o azeite é a "nossa" gordura culinária por excelência. Os outros oleos são para fritar batatas e as merdas da vaqueiro, não, obrigado. E para a trilogia do azeite, resolvi confitar um lombo de bacalhau em azeite com alho, mini-pimentos e uma folha de louro, acompanhado de batatas assadas a murro e dum béchamel de couve galega.
Escolhi batatas pequenas e lavei-as. Meti-as na cloche temperadas apenas com um pouco de sal grosso. A grande vantagem da cloche sobre o forno é que consome muito menos energia e assa as batatas mais depressa (cerca de quarenta minutos, dependendo das batatas, enquanto que o forno leva bem mais de uma hora). Sensivelmente a meio da assadura das batatas, juntei o bacalhau num recipiente de barro, com os pimentos, o alho e o louro e com azeite a cobrir. Cerca de vinte minutos foi o tempo necessário para o bacalhau confitar e as batatas acabarem de assar.
Entretanto, preparei o béchamel de couve galega (chamo-lhe béchamel porque não é bem um esparregado, já que a couve não se desfez). Frigideira, uma colher de sopa de azeite, uma colher de sopa rasa de farinha de trigo, é misturar em lume médio, juntar leite até ter a consistência desejada e juntar couve galega cortada fina (como se fosse para caldo verde) e escaldada previamente em água temperada com um pouco de sal. Juntar um ar de pimenta e deixar uns minutos em lume brando.
Para servir, foi só dar o competente murro às batatas e regá-las com o azeite de confitar o bacalhau.
O bacalhau ficou macio e a lascar deliciosamente.
Para acompanhar este bacalhau escolhi um vinho branco do Dão, o Pedra Cancela Malvasia Fina e Encruzado 2010. Tal como o tinto reserva 2008 que provei há pouco tempo, este também parece ter mudado o perfil e está mais moderno, mais tecnológico, como referia JPM em relação ao 2009. Este parece seguir a mesma linha. É bem feito, sim e até acho que ganhou muitos fãs, mas gostava mais da mineralidade de colheitas mais antigas. Ainda assim, por menos de dez euros, vale a pena ser provado. Muito cítrico, elegante, tem uma boa frescura e é mais um estilo no Dão...