quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Caril de Lulas com Legumes | Casa de Saima Rosé 2010

Nesta 43ª Trilogia a batuta foi entregue à Ana e eu e o Luís fomos às lulas. Por mim, achei que ficariam bem, estufadas com legumes e um toque de caril. Comidinha de tacho simples e reconfortante. Tacho de fundo espesso, cebola e alho picado, azeite e vá de dar lume até a cebola ficar translucida. Depois é juntar umas rodelas finas de bom chouriço, as lulas devidamente arranjadas e cortadas em rodelas e deixar rebolar uns minutos. Junta-se tomate maduro cortado em cubos e deixa-se estufar uns minutos. Junta-se então cenoura às rodelas e couve ripada, um pouco de vinho branco e feijão branco previamente cozido. Deixa-se tudo em lume muito brando durante cerca de 40 minutos. Tempera-se com um pouco de sal e caril a gosto, envolve-se tudo e deixa-se uns minutos a harmonizar sabores. Serve-se com arroz branco (usei agulha).   


O vinho que escolhi para acompanhar este prato foi o Casa de Saima Rosé 2010. Bem feito e a bom preço, é uma boa escolha. Para além deste Rosé, provei recentemente o branco de 2010 e o tinto de 2008 (estão todos a € 2,99 no Intermarché de Cantanhede) que me pareceram ser boas escolhas ao preço. 



domingo, 28 de agosto de 2011

Jardineira de Vitela Arouquesa | Quinta do Casal Branco 2007

Esta jardineira seria muito mais do meu contentamento se não viesse na sequência de um episódio muito pouco agradável e relacionado com a "fantástica" carne Arouquesa que os hipermercados Continente disponibilizam - já agora, a preços estratosféricos - e que não resisto a partilhar. É assim:

No meio de toda a carne vendida, toda ela com a respectiva indicação de proveniência chapada no rotulo das embalagens, como aliás obriga a UE (a ASAE apenas leva com as culpas dum quadro legal bastante duvidoso, porque transcrito das normas comunitárias e aceite acriticamente por quem redige as leis) e no meio da trapalhice de ver vitelas criadas no país A e abatidas no país B e que chegam cá a preços relativamente baixos (em termos absolutos, já que a qualidade é muito baixa), é sempre com especial prazer que se olha para as tentadoras embalagens de vitela Arouquesa e se não resiste - apesar do preço - a enfiar uma ou duas no cesto das compras. E foi o que fiz. Um belo naco de vitela-para-assar, com um aspecto tentador e tamanho a condizer (cerca de 350 gramas) para um jantar. Chegado a casa, abro a embalagem e o que aparentava ser um naco, era afinal, pasme-se, o topo de uma peça, aberta a meio e totalmente imprestável para enfiar no forno. É de referir que a dita carne-para-assar estava a € 16,99/kg, pelo que a brincadeira do produtor (a que os senhores do controle de qualidade do Continente são naturalmente, alheios, mas se a mim me aconteceu na primeira compra, o mais certo é ser prática corrente, pelo que esses senhores deviam abrir a pestana) me custou quase sete euros e a raiva de ficar sem jantar (isto para não completar o ciclo do choro e dizer que no carrinho também veio um Meandro do Vale Meão 2009 que se destinava a acompanhar a janta, porque se dissesse, era mesmo capaz de insultar alguém). Mas ninguém me mandou comprar nada, ainda mais no Continente.

Mas veio outra embalagem, esta de carne-para-estufar e que foi a base duma das melhores jardineiras que já comi. Cortei a vitela em pedaços e rebolei-a num tacho com um pouco de banha de porco e azeite. Juntei umas rodelas de chouriço, cebola e alho picados e deixei uns minutos em lume esperto. Juntei tomate de época picado (sem pele mas com as sementes) e um pouco de vinho tinto. Deixei mais uns minutos, enquanto descasquei umas cenouras que cortei em rodelas e juntei ao tacho. Temperei com sal e pimenta, bem como uns dois cravinhos e uma colher de sobremesa de cominhos moídos e deixei cerca de 20 minutos em lume brando. Depois juntei batatas descascadas, nabos, ervilhas e um ramo de salsa. Deixei em lume brando até estar tudo macio. Servi, com deleite, que a carne Arouquesa é excelente. E a proxima que der nota aqui no blog terá que ser comprada no terroir de Arouca, que no Continente não a volto a comprar.   


O vinho que escolhi para acompanhar é um vencedor nas provas de vinhos abaixo de quatro euros, da Revista de Vinhos, o quinta do Casal Branco. As edições de 2008 e 2009 levaram 15,5 valores (nota máxima) nas provas de 2010 e 2011, o que é, à partida, garantia de qualidade. Mas, estranhamente, nunca tinha visto este vinho à venda, apenas encontrei o 2007 e num Intermarché (o de Cantanhede). Como quatro anos após a colheita não é - regra geral - tempo suficiente para um vinho tinto (mesmo que deste patamar de preço) estar passado, lá comprei uma garrafa. E não é que o vinho é entusiasmante? Cabernet Sauvignon, Alicante Bouschet e Touriga Nacional criadas no Tejo, uma estranha trindade a mostrar-se capaz de dar um vinho elegante e sério. Frutinha muito boa, corpo qb para os 13,5º de álcool e muita personalidade a mostrar que o Tejo tem muito para dar. Pode não dar topos de classe mundial, mas nos vinhos low priced, mostra que tem argumentos. Fiquei fã!

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Pescada com Molho de Camarão, a da Trilogia

Cumpriu-se a 42ª Trilogia, a da pescada - sugerida por mim e que levou a Ana e o Luís a preparar um dos mais flexiveis peixes da nossa cozinha e já agora, da não cozinha, a das barritas, dos miminhos, das pérolas, dos chouriços e demais preparações à base de pescada que os modernos europeus tanto gostam e que nos andam a impingir há anos... Resolvi reeditar uma receita minha que é muito simples de fazer e é deliciosa: Pescada com molho de camarão. Pescada do Chile, grande e cortada em posta grossa (a chamada posta para cozer) e camarão de Moçambique, grande (de calibre 10-20, com preço do de 10 e peso do de 20). 
Deitei um fundo de azeite num tacho, juntei uma cebola picada grosseiramente e deixei refogar em lume médio. Juntei um tomate maduro picado, um ar de orégãos, outro de pimenta e uma folha de louro e um copo de vinho branco. Deixei em lume brando durante cerca de 45 minutos. Passei a varinha mágica até obter um molho aveludado e fiz imergir as postas de pescada e os camarões. Deixei em lume brando durante 15 minutos e servi, acompanhado de puré de batata perfumado com um pouco de noz moscada.

Bela receita a deixar a pescada saborosa e a lascar.


domingo, 21 de agosto de 2011

As "Reservas" do Pingo Doce e uma Massada de Entrecosto

Como tinha referido uns posts atrás, o Pingo Doce tem uma selecção mensal de vinhos, na modalidade leve 6, pague 5. Da selecção deste mês, retive uma das escolhas do Eng. Jaime Quendera, o Palmela Reserva PD 2008. O rótulo é feio como os trovões, o que não ajudará nada nas vendas, mas o conteúdo da garrafa é muito respeitável. Trata-se de um vinho do próprio Jaime Quendera, feito na Casa Ermelinda de Freitas a partir de uvas de Castelão. Pouco carregado na cor, bem balanceado entre a fruta e a madeira (usada?), com os 14º de álcool bem integrados (desde que não se beba o vinho a 25º C) com um corpo muito razoável e um bom final, é um daqueles vinhos que não tem defeitos e até podia não ter virtudes. Mas tem. É um muito honesto e expressivo exemplar da casta e é muito bem feito (para o preço). Claro que ao preço a que é vendido (€ 2,49 - comprando uma caixa de 6 sai a € 2,08 cada garrafa) é mesmo para comprar às caixas, já que não se prevê que "azede" nos próximos 3 a 4 anos, dada a longevidade do Castelão e a quantidade (e qualidade) de vinhas de Castelão da Casa Ermelinda de Freitas, que seguramente permitem que mesmo num vinho de entrada se disponham de excelentes uvas.  


Na selecção do mês anterior, o Eng. Anselmo Mendes tinha proposto o Douro Reserva PD 2008, da sua Autoria. Feito na propriedade de José Carlos Calheiros Cruz (em Canelas, Peso da Régua) com Touriga Nacional, Touriga Franca, Tinta Barroca e Tinta Roriz, tem uns muito respeitáveis 14,5º de álcool, boa fruta e tudo o que demais de espera de um vinho, no sítio. É indubitavelmente um vinho feito para agradar (o vinho, não o rótulo, que também é feio como os trovões) sem contudo chegar a encantar. Por € 3,49 não se espera mais, mas por mim, preferia pagar mais € 0,50 e comprar o Vale da Raposa, também do Eng. Anselmo Mendes, mas feito na Quinta do Vale da Raposa, de Domingos Alves de Sousa e que é um exclusivo Pingo Doce. Esse, na versão de 2007 era um vinho-bomba, para o preço (embora custasse € 4,49), mas o 2008 é um vinho seguro e bem feito. Mas este do Pingo Doce até poderá ser mais agradável para muita gente, pelo que se recomenda.


Estes vinhos foram calmamente provados a acompanhar uma massada de entrecosto da qual passo a descrever o modo de confecção:

Comprei entrecosto no talho (do Pingo Doce, do mesmo terroir dos vinhos) e pedi para o cortarem em "cubos" (na verdade cortaram, mas com a faca, o que deixou o entrecosto cheio de esquírolas de osso, mas lá não há serra electrica, por isso é mesmo assim: chegar a casa e limpar as esquírolas). Muni-me do meu fiel tacho silampos (24cm de diametro) em aço inox com fundo triplo (corpo em aço inox, camada "térmica" de cerca de 7 mm em alumínio e fundo em aço inox) e deitei para lá cerca de 75 gramas de banha de porco. Quando a banha aqueceu, meti o entrecosto e deixei alourar por todos os lados. Juntei umas rodelas de chouriço, uma cebola picada e dois dentes de alho igualmente picados e deixei a refogar em lume esperto. Depois juntei dois tomates maduros cortados em cubos (com pele e sementes) e continuei a deixar refogar. Adicionei cenoura em rodelas, feijão verde cortado, um big copo de vinho branco (a cobrir a carne), dois cravinhos, uma colher de chá de cominhos moídos e deixei estufar em lume brando cerca de quarenta e cinco minutos.
Ao fim desse tempo, o entrecosto já estava macio, como também o estavam as cenouras e o feijão verde (realço aqui que o feijão verde quando cozido, ganha muito em ficar crocante; já estufado, é muito bom bem passado, desde que não se desfaça) e era hora de juntar a massa. Macarrão, sim senhor, que às outras massas falta estrutura para serem aquecidas e este é um prato que sobra sempre. Deixei levantar fervura de novo (aqui é conveniente ver se tem liquído suficiente para cozer a massa. Se não tiver, é acrescentar água) e cozer uns dez minutos. Desliguei o lume, deixei harmonizar sabores e servi.

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Arroz de Mariscos | Quinta dos Roques Encruzado 2009

Esta 41ª Trilogia, a mando do Luís, deixou-me a mim e à Ana às voltas com frutos do mar. Aproveitei para voltar a um prato de que gosto muito e que, não sendo muito fácil de afinar, quando bem feito, é um regalo para os sentidos. E este foi feito a partir dos famigerados "preparados de marisco", talvez o menos mau de todos - o do Pingo Doce (não é a embalagem de "tesouros do mar", mas também tem delícias e pior que isso, as ameijoas vietnamitas - pelo menos não tem lulas; tem ainda uns bocadinhos de sapateira). Lá abri o saco e deixei descongelar. Depois cozi os mariscos* (rejeitei as delícias)  e reservei o caldo.
Num tacho de fundo grosso deitei um fundo de azeite, cebola picada, alho esmagado e picado e deixei refogar em lume médio. Juntei tomate e um pouco de pimento cortado em pedaços pequenos e mantive em lume médio até apurar. Juntei arroz carolino e o caldo de cozer os mariscos. (relação entre os mariscos - com a casca - e o arroz: 70/30 em percentagem de peso; relação entre a água e o arroz 3:1, em volume) e deixei o arroz ficar al dente. Juntei os mariscos e envolvi. Deixei harmonizar sabores e servi.   
  

O resultado final é bastante agradável, principalmente se se atender ao preço do preparado (cerca de € 6,00 uma embalagem de 800 gramas). Desde que se tenha algum cuidado em não cozer demasiado os ingredientes, tem-se um prato de nível muito razoável.  


Para acompanhar, mesmo estando temperaturas a pedir vinhos frescos da Região dos Vinhos Verdes, não resisti a um dos ícones do Dão, o Encruzado da Quinta dos Roques do Luís Lourenço, aqui na versão 2009. Feito de Encruzado com passagem parcial por madeira, é um vinho fino e elegante, cheio de corpo, fresco, intenso, mineral, que dá vontade de beber todo o ano. Não é barato (€ 12,50 na Garrafeira Augusto), mas a qualidade paga-se e já bebi coisas mais caras que não dão o prazer deste vinho.

* sobre a cozedura de mariscos relembro o belo post do Luís, aqui.

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Quinta de Saes Reserva 2010 | Pescada com Feijão Branco e Mexilhões

Há menos de uma semana tive o privilégio de provar (com calma e em casa) um dos brancos do Dão que mais gozo me deu nos últimos tempos (exceptuando o Primus da Pellada 2007 que está fora de qualquer bitola e ao nível dos frankensteinescos vinhos de Carlos Lucas, a saber, o Paço dos Cunhas de Santar Vinha do Contador, o Condessa de Santar e o FourC) e que dá pelo nome de Quinta de Saes Reserva 2009. Tinha Encruzado e Cercial e era bom como o milho; mal sabia eu que asinha iria ao seu irmão mais novo, feito com Encruzado e Cercial, mas com uma pitada(?) de Bical. E este 2010 está ainda melhor. Parece que as uvas de Cercial e de Bical se juntaram para que o vinho parecesse um Encruzado puro e duro. "Longo contacto pelicular, fermentação muito lenta e três meses de batonnage" é a nota do contra-rótulo.  


O vinho transpira Dão! Mineral e cheio de vida, pede para ser provado agora, mas de certeza que daqui a uns anos estará ainda melhor. Álvaro de Castro não é só o enfant terrible do Dão, é um Mago. E o vinho está a € 8, 95, na Garrafeira Augusto, da Foz do Douro.  


Para acompanhar este belo vinho fiz uma pescada com feijão branco e mexilhões. Tacho de fundo grosso, cebola picada, alho e azeite. Uma santa trilogia, a da cebola, alho e azeite, quase tão santa como a nossa das quartas, com a Ana e o Luís e uma das preferidas do Chef Henrique Sá Pessoa, que se vem a revelar um grande azeiteiro (no bom sentido, já que o Ingrediente Secreto é um programa imperdível para qualquer pessoa que goste de cozinhar, mas é de louvar a forma como o HSP mete azeite em quase tudo, afinal é um produto fantástico). Deixei a cebola translucidar e juntei tomate grosseiramente picado, com pele e sementes. Uns minutos a estufar e juntei feijão branco (da lata) enquanto num tacho paralelo escalfei pescada em posta e mexilhões. Despojei a pescada de peles e espinhas e juntei ao outro tacho, o do feijão. Juntei também os mexilhões, temperei com pimenta preta e deixei uns 3 minutos em lume brando a harmonizar sabores. No fim e antes de servir, juntei uma boa dose de coentros que envolvi no preparado. 
   

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Bolo de Maçã

Quarta feira é um dia que rima com trilogia. E nesta quarta completam-se quarenta trilogias. E o tema, proposto pela Ana, para eu e o Luís nos deliciarmos, foi: sobremesa. E eu fiz um bolo de maçã em forma de sobremesa, um belo bolo para rematar uma refeição. Comecei por descascar três maçãs Granny Smith, cortei-as em fatias finas e levei-as ao lume com um pouco de açucar, manteiga e canela em pó, até amaciarem. Untei uma forma com manteiga e farinha e deitei as maçãs no fundo da forma. Entretanto, amassei cerca de 250 gramas de açucar com 75 gramas de manteiga e juntei, um a um, três ovos, batendo bem. Desliguei a batedeira e juntei uma colher rasa de farinha de trigo e umas quatro de maizena. Envolvi com a colher de pau, juntei algumas sultanas e deitei a massa na forma, por cima das maçãs. Levei ao forno a cerca de 170º C até cozer (cerca de 25 minutos). Retirei do forno, deixei repousar uns minutos e desenformei.  


Servi com uns refrescantes gomos de tangerina. Este bolo improvisado saiu muito bem, com a maçã quase em compota e a massa com uma textura fantástica.

terça-feira, 9 de agosto de 2011

Top Garrafeira Pingo Doce

Confesso que gosto do Pingo Doce. É uma rede de supermercados acima da média. Os produtos são bons e os preços em geral são interessantes. E gosto francamente da política da cadeia no que concerne aos vinhos. Vinhos de marca própria bem feitos e com boas relações qualidade/preço e alguns vinhos exclusivos, para além dos outros que há em toda a parte. E desde o mês passado, a iniciativa Top Garrafeira que oferece, nos vinhos seleccionados, uma garrafa na compra de 5, o chamado leve 6, pague 5 ou um desconto de 16,6(6) %. Os vinhos são seleccionados por pessoas de alguma forma ligadas à "casa".



E a selecção de vinhos de Julho foi feita pelo Eng. Anselmo Mendes. Enólogo e Produtor, assina alguns dos vinhos vendidos nos supermercados. E independentemente dos vinhos por ele escolhidos já não terem desconto, merece nota a sua escolha. Escolheu o Alvarinho Pingo Doce, que custa € 3,98, o Douro Pingo Doce Reserva Tinto, a € 3,48, o Douro Vale da Raposa Tinto (€ 3,99), o Dão Cabriz Colheita Seleccionada Branco (€ 2,99) e o Alentejo Couteiro-Mor Colheita Seleccionada Tinto (€ 3,48). Destes, só não deixei nota de prova relativa ao Douro Reserva Pingo Doce, sabendo-se que os restantes estão notados e recomendados aqui no blog. Cinco vinhos abaixo dos quatro Euros, todos boas escolhas.

A selecção de Agosto é da autoria do Eng. Jaime Quendera, também ele autor de alguns vinhos comercializados pelo PD. Sugere o Vinho Verde Via Latina Branco (€ 2,29), o Douro Vinha Grande Tinto (€ 9,98), o Palmela Pingo Doce Reserva Tinto (€ 2,49), o Península de Setúbal Pingo Doce Rosé (€ 1,29) e o Alentejo Marquês de Borba Tinto (€ 5,89). Uma escolha menos consensual que a de Anselmo Mendes, mas que valerá a pena experimentar. Por mim, vou tentar lembrar-me dos dois mais baratos a curto prazo, deixo o reserva palmela para daqui a uns meses e procuro alternativas ao Vinha Grande e Marquês de Borba :)   

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Feijoada de Mariscos | Quinta de Saes Reserva 2009

Uma simples e singela feijoada, feita com mariscos congelados, a saber: ameijoa, miolo de camarão e mexilhão. Deitei um fundo de azeite num tacho e juntei cebola picada e alho esmagado e deixei em lume médio até a cebola estar translucida. Juntei tomate bem maduro em cubos e fui mexendo até o tomate quase se desfazer. Juntei feijão branco cozido e um pouco de caldo de camarão (aquele que se obtem depois de cozer camarões e de se lhe juntar as cabeças esmagadas e as cascas) e deixei em lume brando. Descongelei os mariscos ao ar e quando o molho da feijoada estava espesso a gosto, juntei os mariscos. Um minuto depois, juntei uma generosa porção de coentros frescos, envolvi tudo, apaguei o lume e esperei uns dois minutos antes de servir. 


Para acompanhar este prato, escolhi um vinho branco do Dão, o Quinta de Saes Reserva 2009. Feito com 80% de Encruzado e o restante de Cercial, é um vinho distinto. "Delicado e fino no aroma", como disse João Paulo Martins no seu Guia de Vinhos de Portugal 2011. É um vinho de Álvaro de Castro, não é preciso dizer mais nada. Custa € 9,15 no ECI e mais que merece ser provado agora e daqui a algum tempo, já que tem tudo para evoluir em cave. 

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Casa de Mouraz Encruzado 2010

Quando há algum tempo estive no Solar do Vinho do Dão, tive o privilégio de provar alguns bons Encruzados da colheita de 2010. E gostei do Casa de Mouraz, do António Lopes Ribeiro, que pratica agricultura biológica e tudo. Confesso que termos como agricultura biológica, vinhos gastronómicos e demais modernices não me fazem babar. Mas seja qual for a prática agrícola, verdade é que os brancos são muito interessantes. O branco de lote terá alguma complexidade extra, mas este Encruzado é lindo e radioso. Não é um vinho fácil e envolvente, é um vinho que pede alguma atenção, mas é um perfil de Encruzado que se deseja no Dão. Provado em casa com mais calma, revela-se um vinho de que é muito difícil não gostar. Pena é que não se encontre em todo o lado.   

Soalheiro Primeiras Vinhas 2010

O Soalheiro é um dos melhores vinhos Portugueses. Ano após ano, qualidade e constância são constantes. E se o Soalheiro "normal" tem uma qualidade acima de qualquer suspeita, que dizer deste Primeiras Vinhas, feito a partir das uvas mais antigas da propriedade e que na edição de 2009 até foi o branco Português do ano para a revista Wine?


Este Soalheiro Primeiras Vinhas 2010 aparece algo contido de aromas, abrindo em rama de tomate e algum cítrico. Passado um bocado abre para notas tropicais (abacaxi). Bouquet elegante e complexo, fino. E todo o vinho é fino e elegante. Na boca tem largura e profundidade, preenche. Dá muito prazer na prova e tem um final longo e saboroso. É um vinho que comprova toda a fama do Soalheiro. É pena o preço, já que por cerca de 15 Euros, quase o dobro do Soalheiro normal, não é um vinho para o dia a dia. Curiosa a forma como mantem o perfil do Soalheiro, mas mais afinado. Grande vinho.


Foi excelente companhia de um bacalhau cozido com batatas, nabos e nabiças.

Quinta da Alorna Reserva Arinto & Chardonnay 2010

Tenho dado algum destaque aos Reserva da Quinta da Alorna. Efectivamente, quer o branco de Arinto e Chardonnay, quer o tinto de Touriga Nacional e Cabernet Sauvignon são vinhos de qualidade, que dão prazer a beber e o melhor de tudo é que não custam uma fortuna. 


Comprei uma garrafa deste Reserva 2010, depois do meu amigo PadreFrancisco me ter dito que tinha provado e não tinha gostado. O vinho é muito polido no nariz, cheio de notas elegantes da tosta e alguns cítricos. Na boca é gordo e untuoso, mas falta-lhe algum corpo para amparar toda a exuberancia do Chardonnay. Na verdade, esperava mais equilíbrio, como na edição de 2009 do vinho. Pouco tempo de garrafa? Não sei, mas na verdade paraceu-me uns furos abaixo de anteriores edições. Mesmo a acompanhar um prato simples como pescada cozida, não brilhou. É pena, já que era uma das referencias nesta gama de preços (cerca de 6 Euros).  


quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Caril de Pescada com Legumes

Nesta 39ª Trilogia, lembrei-me de sugerir Caril à Ana e ao Luís. E decidi fazer uma carilada balanceada entre a terra e o mar, tentando apesar de tudo, não morrer na praia. E comecei por descongelar pescada em posta, camarões e ameijoas. Abri as ameijoas numa frigideira quente e reservei o líquido. Escalfei os camarões, descasquei-os e juntei as cabeças e as cascas à água de cozedura e deixei reduzir o caldo. Reservei os mariscos.
Num tacho de fundo grosso, deitei um fundo de azeite, cebola picada grosseiramente e alho esmagado e deixei em lume esperto até a cebola ficar translucida. Juntei tomate em cubos e deixei estufar uns minutos. Depois juntei cenoura, feijão verde e pimento em pedaços pequenos, juntei o caldo dos camarões e deixei a estufar cerca de meia hora. Quando os legumes estavam macios, juntei feijão branco cozido e a pescada. Ao fim de cerca de 5 minutos, juntei as ameijoas e os camarões, bem como o líquido das ameijoas. Juntei uma colher de sopa rasa de pó de caril (o da Rajah, de que tinha falado aqui) e verifiquei o tempero (neste caso, apenas sal). Envolvi tudo e deixei ficar uns minutos com o lume desligado antes de servir.   


E acompanhei com arroz carolino cozido e servido à parte.