Já tenho dito muitas vezes aqui no blog que gosto muito da forma como João Portugal Ramos vai redefinindo o perfil dos vinhos alentejanos. Mais frescos, sem fruta compotada, sem serem chatos nem doces.
Este Marquês de Borba é o vinho de topo que JPR faz em Estremoz e nesta edição de 2009 foi feito com Alicante Bouschet, Aragonês, Cabernet Sauvignon e Trincadeira. Nenhuma das castas se sobrepõe às outras, denotando um grande equilíbrio no lote. O estágio em madeira (de luxo, creio) deixou o vinho mais complexo, sem contudo o marcar. Não está muito opaco, como estaria há três anos e meio, quando provado aqui, mas a elegância e a frescura continuam a ser os descritores fundamentais deste vinho que, para mim, continua a ser do melhor que se faz no Alentejo. Apesar dos robustos 14,5º de álcool, basta que se sirva a uma temperatura de 16º C para não se notar. Custa trinta euros, pode-se comprar em novo e beber logo, mas o melhor é mesmo guardar umas garrafas para provar meia dúzia de anos apos a colheita, ou mais, já que é vinho para aguentar muito tempo em cave. Grande vinho, a pedir meças a muitos que custam o dobro ou o triplo...
Um arroz malandrinho de entrecosto de porco e pleurotus fez uma bela companhia ao vinho.