domingo, 27 de julho de 2014

allo 2012




 
Alvarinho e Loureiro de António Luís Cerdeira, o homem que faz o Soalheiro. Este foi classificado como vinho Regional Minho e é um bom exemplo dum vinho que precisa de algum tempo para se mostrar, contrariando a ideia de que os vinhos da região dos vinhos verdes são para beber no ano. Claro que os topos, como o Soalheiro Reserva ou o Muros de Melgaço, sabem melhor ao fim de meia dúzia de anos e este allo, após um ano da saída para o mercado, está mais porreiro. Mantem a frescura e a acidez, ganhou alguma maturidade e está num bom momento de forma.
 
Acompanhou muito bem meia cara de bacalhau cozida com legumes e um ovo, acolitada com bom azeite.

 

Poeira 2011



 
Jorge Moreira é um distinto enólogo que faz grandes vinhos na Quinta de la Rosa e que está a redefinir o perfil dos vinhos da Real Companhia Velha. Também está no Dão, na Quinta do Corujão, com o Francisco Olazabal e o Jorge Serôdio Borges de onde saiu o MOB.
Mas é do seu projecto pessoal, o Poeira que saem os meus vinhos preferidos.
2011 foi um ano glorioso no Douro e este Poeira dessa colheita é bem capaz de ser um dos vinhos de referência do Douro nesse ano.
 
Muito limpo nas notas de fruta e com madeira no ponto sem marcar o vinho, veludo na boca, com taninos presentes mas domados, fresco (desde que a temperatura de serviço esteja nos 16/17º C, já que acima disso os 14º de álcool começam a mostrar-se), é muito elegante e na mesa pede comidinha boa. Esteve excelente a acompanhar um borrego feito no forno. Um grande vinho que se bebe com muito prazer agora e que daqui a uns anos estará ainda melhor. Tal como referi aqui quando provei o 2004, em 2011.

 

domingo, 20 de julho de 2014

Torre de Tavares 2009




 
João Tavares de Pina, Penalva do Castelo, Síria e quase cinco anos depois da vindima, temos um belo branco de vinhas velhas de Figueira de Castelo Rodrigo. Provado a solo, é seco, seco, precisa de comida da boa na mesa. Esteve muito bem a acompanhar uma feijoada de samos e línguas de bacalhau. Austero e com capacidade de melhorar na cave, é um vinho feito contra as modas, muito porreiro. É um vinho cheio de carácter e alma, de atitude e altitude (para usar os adjetivos arquetípicos).  Altamente recomendado ...

 
 

segunda-feira, 14 de julho de 2014

Avô Fausto da Quinta das Bágeiras e um Borrego quase Chanfanhado



 
Acabadinho de sair para um restrito mercado, temos um novo vinho tinto de topo de gama da Quinta das Bágeiras. Depois do Garrafeira 2009 (fantástico, fantástico e de que darei nota em breve) e do Pai Abel 2009 (que ainda não tive a coragem de provar), sai um vinho que seria ao gosto do Avô Fausto, menos concentrado, mais consensual, mais ao gosto de quem se quiser servir de mais um copo...
 
O rótulo é muito bem desenhado, na sequência dos anteriores "Pai Abel" brancos de 2011 e 2012 e a garrafa continua a ser a dos topos da Quinta das Bágeiras, envoltas em papel, a dar nota de coisa luxuosa e séria e este rótulo apresenta uma bicicleta de homem com a proteção de corrente que a Raleigh, uma competente fabrica de bicicletas inglesas utilizava. Tudo a fazer pensar que temos algo de muito especial. E temos!
 
Vertido no copo tem uma cor ruby lindíssima, sem laivos de roxo nem opacidade, apesar de ter um bocadinho de Touriga Nacional. No nariz aparece marcado por muitas boas notas da madeira usada no estágio (madeira usada, naturalmente e o pleonasmo foi propositado) e fruta muito limpa a desafiar o nariz. Depois aparecem aromas de solo, terrosos e na boca cai que nem ginjas, com taninos presentes a dar conta que merece uma guarda, mas dá muito prazer na prova, quase prazenteiro, quase guloso (e dizer isto dum vinho do Mário Nuno é uma provocação, mas foi o que senti).
 
Um vinho de vigneron, uma abordagem mais elegante e consensual à Baga que acompanhou muito bem o prato, um borrego quase chanfanhado, marinado em vinho branco e alhos, feito num tacho de barro, com batatas cozidas a acompanhar.

 
E uma salada de tomates vários da horta e cebola laminada, temperados com flor de sal, vinagre das Bágeiras (umas gotas), orégãos secos e bom azeite, servida de entrada.

 
Notas finais para o vinho, é muito fresco e para além de ter acompanhado muito bem o prato, esteve excelente a acompanhar um bom queijo de Celorico da Beira, do Sabores da Serra.
 

quarta-feira, 9 de julho de 2014

Pala da Lebre Branco 2013



 
Vinho branco do Douro, feito com uvas de Gouveio, Rabigato e Malvasia Fina da Quinta de Penalva, a 450 metros de altitude. Estagiou em inox até fevereiro e foi engarrafado no início de março. É muito fresco e tem alguma mineralidade, que o tornam muito porreiro para beber a solo ou a acompanhar comidas simples, mas aguenta perfeitamente um prato mais elaborado como o ensopado de pregado com que o acompanhei. Custa pouco menos de seis euros, o que é uma boa relação qualidade/preço. Gostei muito.

 
(vinho oferecido pelo Produtor)