quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Roupa Velha e Bágeiras Bruto 2004



A roupa velha não é uma coisa que faça muitas vezes, mas neste Natal aventurei-me a fazer para servir como entrada do almoço do dia 25. Com as sobras do bacalhau com todos da véspera fiz este delicioso prato, que, juntamente com o espumante Bruto Natural 2004 da Quinta das Bágeiras abriram as hostilidades para uma bela chanfana de cabra velha...


quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Doda ou o Quinto Dado, by Álvaro de Castro e Dirk Niepoort


Um vinho feito por Álvaro de Castro e Dirk van der Niepoort. Dão e Douro numa garrafa. A pujança do Douro e a elegância do Dão. Ou vice versa. Ou não.


quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Arroz de Porco e Portobellos e Corpus 2007

Este arroz feito com porco e cogumelos não é novo por aqui. Este foi feito para acompanhar o Corpus 2007, o "topo" da Quinta da Revolta.  Num tacho, deitei um fundo de azeite, uma cebola roxa laminada e dois dentes de alho esmagados. Temperei com sal e pimenta. Juntei um pouco de perna de porco em tiras e deixei um pouco em lume brando. Juntei polpa de tomate e deixei estufar um pouco. Juntei os portobellos em pedaços, arroz carolino e salsa picada. Deitei também um pouco de cominhos moídos.



O Corpus 2007 foi feito pela Gabriela Canossa e Vítor Carvalho com 60% de Touriga Nacional e 40% de Touriga Franca. Estagiou apenas seis meses em pipas novas de carvalho Francês. O belo rótulo é do Arq. Álvaro Siza.



Tinto retinto. Saltou para o decanter onde repousou uma horita. Cheio de fruta, quase uma bomba. Cheio e untuoso. Termina loongo. A merecer em pleno os 17,5 valores da Revista de Vinhos. PVP: 18 €. Grande vinho.


terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Sabores Mediterrânicos

Sabores Mediterrânicos é o título de uma nova publicação do Grupo Jerónimo Martins disponível nos supermercados Pingo Doce a € 2,99. Com receitas de  Vítor Esteves (chefe executivo de cozinha da Jerónimo Martins), Minô (responsável pelo Instituto Culinário Vaqueiro e directora técnica da revista Saberes & Sabores) e Vítor Sobral.

Para além das cinquenta e duas receitas para as quatro estações do ano, fala sobre produtos da época e deixa ainda sugestões para uma correcta alimentação. Tudo bem feito, sem grandes pretensões, mas bastante agradável. Recomendado.


segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Quinta de Pancas Cabernet Sauvignon Special Selection 1996 e Pá de Porco no Forno

Depois da vindima de 1995, com os vinhos a terem a assinatura de João Portugal Ramos, o ano de 1996 foi um ano de viragem na Quinta de Pancas. Apareceram os Special Selection, vestidos num conjunto garrafa rótulo muito elegante, como que a justificar o elevado preço à época (cerca de € 25,00 em 1998). Deste vinho extreme de Cabernet Sauvignon foram engarrafadas 18.206 garrafas normais e 704 magnuns, cabendo a esta o nº 8662.

Creio que nunca tinha provado este vinho antes. A curiosidade aguçou-se depois do caro PadreFrancisco ter provado o 1997 num jantar há algum tempo e ter detestado, por causa das notas de pimentos que se sobrepuseram a tudo. Como encontrei este 1996 a um preço pornográfico (4,99 €) comprei para provar. Refresquei o vinho e filtrei-o para o decanter. Deixei-o a arejar e provei. A primeira impressão foi má, mas depois o vinho mostrou-se e deu uma prova agradável, sem as notas de pimento do 1997. Ainda assim, já a passar para o outro lado. Fica a curiosidade...

Acompanhei com uma pá de porco no forno.


sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Quinta das Marias Encruzado Barricas 2008

Mais um Encruzado da Quinta das Marias. Depois de há cerca de dois meses ter deixado aqui a prova do Encruzado sem madeira, provei este, com estágio em madeira nova. O "outro" branco da Quinta, do qual apenas se produziram 1.800 garrafas (esta tinha o nº 660). Comparando com o seu irmão, este "barricas" surge mais complexo e afinado, sem que a madeira se imponha. Belo vinho, é pena haver tão pouco. PVP: cerca de € 13,00. Nota pessoal: 17.

Entrecosto de Porco com Molho de Mostarda

Um prato simples e de bom efeito. Deixei entrecosto de porco cortado em pedaços a marinar num pouco de vinho branco, com alho e pimenta branca. Fritei em banha de porco até alourar; juntei o líquido da marinada e uma colher de sopa de mostarda (savora) e deixei harmonizar os sabores. Servi com esparquete cozido al dente e passado por um pouco de manteiga e uma salada de tomate com azeite, sal e orégãos.



Simples e eficaz...

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Vitral

Vitral! (ena, usei um ponto de exclamação...).


Na verdade é um Porto Tawny de 10 anos da Quinta do Bucheiro. O que tem o vinho de especial? Nada, tirando o facto de ter saído de uma "parceria" entre o Ex - IPPAR e a Quinta do Bucheiro, da qual resultou uma edição limitada a 1.500 garrafas engarrafadas em 2003 e numeradas (esta tinha o número 150), com rótulo da Autoria de João Rodrigues Vieira e uma elegante caixa de madeira na embalagem.
Nada de especial se João Vieira não tivesse desenhado os novos Vitrais da Sé de Vila Real e o vinho não tivesse sido lançado pouco tempo depois em comemoração dessa intervenção.


Quanto ao vinho... Um tawny clássico saído da enologia de Dias Teixeira. Com algumas notas de fruta madura e frutos secos, é guloso, muito guloso... Revela alguma untuosidade na boca, mas falta estrutura. O final é médio. Fica a curiosidade da parceria entre um Instituto Público e um produtor de vinho do Porto e o belo rótulo de João Vieira. Nota pessoal: 15,5.

Fiuza Sauvignon 2009

Este vinho branco Regional Tejo da colheita de 2009 é feito com 100% de Sauvignon Blanc. Fermenta a temperatura controlada a 10/12º C em inox e já estão no mercado as 80.000 garrafas produzidas.


É um vinho exuberante de aromas entre o vegetal e a fruta tropical, com boa acidez e muito, muito fresco. Tem alguma estrutura na boca e termina médio. Gostei muito deste vinho, essencialmente pela sua frescura. Excelente para acepipes de marisco pouco temperados e pratos simples de peixes magros. PVP: € 4,00. Nota pessoal: 15,5.

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

A New Kid In Town




Só para dizer que há um novo blog à distância de um clic... Chama-se Receitas Partilhadas e é uma ideia da Ka e da GoldFish. Todas as semanas tem uma ementa nova e eu sugiro os vinhos. Está aqui.

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Lombinho de Porco em Cama de Açorda de Portobellos e Couve para Quinta da Carolina Tinto 2006

Há algum tempo tinha visto uma açorda de míscaros no blog do Luís, o Outras Comidas que ficou teimosamente, se não na retina, pelo menos numa qualquer memória futura a evocar, no palato. Depois a Ana, do Cozinha com a Anna, também experimentou e gostou. Curiosamente, o Luís acompanhou a açorda com ameijoas e a Ana com linguados fritos...

Para mim, que não tenho qualquer costela alentejana, a açorda nem era coisa que me tentasse, até ter ensaiado pela primeira vez uma açorda de mariscos (aqui) também a partir de uma proposta do Luís e confesso que fiquei fã, por isto:

"Aqueles pratos de que é costume ouvir-se dizer, faz-se "uns" ou "uma", como os bifes, a omoleta, ovos mexidos, no sentido de que são coisa simples e rápida, que qualquer um pode despachar num instante, correspondem geralmente a pratos que, pelo contrário, precisam de verdadeira sabedoria, experiência e tempo, para poderem ficar livres do miserável destino de comida de ocasião e ganharem todas a nuances que encerram mas de que são ciosos e libertam, só para alguns." (citação)

E a açorda acabou por ser o mote para harmonizar lombinhos de porco e cogumelos portobello com o Quinta da Carolina 2006.

Num tacho deitei um fundo de azeite, sal, pimenta preta e alguns dentes de alho esmagados, bem como cogumelos portobello cortados em quatro; salteei os cogumelos e reservei-os. Juntei pão em fatias demolhado em água quente e fui mexendo em lume brando por forma a obter uma papa "lisa". Juntei um pouco de couve galega cortada em tiras finas e deixei mais um pouco, juntei os cogumelos, envolvi e servi, a acompanhar lombinhos de porco grelhados apenas com sal marinho.

Claro que a açorda poderia/deveria ter levado coentros ou salsa e os lombinhos poderiam ter marinado em vinho e alho, mas foi opção minha não "mascarar" sabores com demasiados temperos.



O prato foi feito para acompanhar o Quinta da Carolina tinto 2006. Quando comprei o Carolina branco 2008, no Tio Pepe, o Luís Cândido teve a amabilidade de me oferecer uma garrafa deste tinto para provar. Na verdade, depois de ter provado o branco (parece que está no post abaixo), fiquei com alguma curiosidade para provar este vinho. Lembro-me de ter provado há uns anos a edição de 1999, feita na altura pelo Jerry Luper e ter gostado bastante, pelo que a expectativa era grande em relação a este 2006, feito pelo Jean-Hugues Gros. Refrigerei o vinho e decantei-o um par de horas antes de provar (claro que saltou logo um pouco para o copo para prova preliminar e afinamento do prato).

Em destaque a bela e límpida côr ruby. Notas de fruta bem madura e algum chocolate. Muito bom na boca, fresco e pleno, com um excelente final. Bela combinação das vinhas velhas da Quinta com a enologia de Jean-Hugues Gros. Belo tinto. PVP: € 27,00. Nota pessoal: 17,5.

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Carolina Douro Branco 2008



A Quinta da Carolina situa-se na margem esquerda do Douro, a quatro quilómetros a sul do Pinhão. É propriedade da família Cândido da Silva e a vinha velha (cerca de trinta anos) é constituída maioritariamente por Tinta Roriz, Touriga Franca, Tinta Barroca e Tinta Carvalha. O enólogo é Jean-Hugues Gros e comercializam três vinhos, o Quinta da Carolina tinto 2006, o Cândido tinto (s/indicação do ano de colheita por ser um blend) e o Carolina branco 2008.

O Carolina branco 2008 é feito com uvas de Malvasia Fina provenientes da Régua (em solos xistosos) e de Viosinho e Rabigato provenientes de Tabuaço (em solos graníticos). Oitenta por cento foi vinificado em cubas de inox e o restante em cascos de carvalho francês de quatrocentos litros. A produção é de 1.500 garrafas (engarrafadas em Março de 2009) das quais se disponibilizaram 600 para o mercado e o PVP (na Garrafeira Tio Pepe ) de 11 €.

É um vinho tenso e intenso, que pede comida. Muito bem nos aromas, com fruta e um pendor mais vegetal. A madeira é qb, a acidez é muito boa. Na boca é austero e muito agradável e com um bom final. Vale a pena provar... Nota pessoal: 16,5 +.

domingo, 6 de dezembro de 2009

Uma Feijoada para Quinta do Ribeirinho 1ª Escolha 1996

Quanto à feijoada, já apareceram aqui algumas algumas vezes, pelo que a opção "pesquisar no blogue" é mais que válida, restando referir que umas folhas de couve galega cortadas em tiras constituem um belo equilíbrio para contrapor à gordura das carnes (cenoura em rodelas também não é mau, mas eu prefiro mesmo as belas das couves).



O vinho escolhido para acompanhar esta feijoada foi um Quinta do Ribeirinho 1ª Escolha de 1996. Criado na Quinta que produz um dos mais míticos vinhos Portugueses (o Quinta do Ribeirinho Pé-Franco que nos poucos anos em que saiu para o mercado veio sempre em quantidades muito baixas, a rondar as mil garrafas) pelo Eng. Luís Pato, foi feito com Baga e Touriga Nacional e teve um estágio de um ano em pipas de carvalho novo. O vinho foi refrigerado e filtrado (recomendável, porque já tem algum depósito) para o decanter. Apresentou uma bela cor ruby, nada evoluída. Boas notas de fruta e algum vegetal. Muito redondo, um pouco marcado pela madeira e com um belo final. A Baga e a Touriga Nacional a fazerem um belo complemento. E parece que temos vinho para aguentar uns bons anos em garrafa. Nota pessoal: 16,5.

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Quinta dos Roques Encruzado 2008

Mais um vinho da Quinta dos Roques, desta vez o Encruzado. No último ECVS, o Luís Antunes organizou uma prova com os 12 melhores brancos Portugueses e andou a recolher sugestões dos foristas no Fórum da Revista de Vinhos (aqui). Curiosamente, ou não, este Encruzado foi um dos vinhos mais consensuais tendo sido referenciado em quase todas as listagens apresentadas pelos foristas.

Na verdade este Encruzado, tem tudo no ponto certo. Uma das melhores castas Portuguesas sempre muito bem vinificada, com 65% do vinho a estagiar durante seis meses em madeira e o restante em inox. Com tudo no sítio, o que mais marca é o equilibrio. Pouco exuberante em termos de aromas, mas pleno na boca e com um belo final. Madeira e álcool qb, não há muito a dizer, é um Encruzado dos Roques. Nota pessoal: 17.

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Herdade do Perdigão Espumante Bruto 2008

Este espumante da Herdade do Perdigão era uma completa novidade para mim. Depois de o ter procurado sem sucesso pelo Porto, o Produtor teve a amabilidade de enviar uma garrafa para prova e logo depois de eu ter provado o branco Reserva da Herdade (aqui). De 2008 e feito com Arinto. Surge fechado denotando alguma fruta; a bolha é fina e elegante, mas algo efémera. Gostei da frescura e acidez. O final é médio e agradável. Todo o vinho está muito novo (foi engarrafado em meados de Novembro), a precisar de afinar em garrafa, mas a denotar já bastante potencial. Para voltar a provar daqui a uns meses. PVP: cerca de € 12,00. Nota pessoal: 16 (a rever).