"A vinha e o Vinho são uma Arte:
a par da Arquitectura, do Design, da Música
... onde pretendemos encontrar o equilíbrio!" (do contra rótulo)
Este Alfrocheiro do Arq. José Perdigão é feito na sua quinta de 7 hectares, situada em Silgueiros, a 9 Km de Viseu e estagiou em cascos de 225 litros de carvalho fracês durante 12 meses. Foram feitas 3325 garrafas (esta tinha o nº 1149). Tinto retinto, surge fresco, elegante e quase guloso. Tem uns robustos 15º de álcool perfeitamente integrados bem como a madeira. Ainda está a crescer, mas já proporcion uma bela prova. Um belo exemplo de Alfrocheiro. Pena ter caído no decanter. Nota pessoal: 17.
Acompanhei este belo vinho com uma feijoada.
sábado, 31 de outubro de 2009
quinta-feira, 29 de outubro de 2009
Pescada entre Enterros e Caldeirada e Casa de Santar Branco Reserva 2008
Chamei a esta pescada entre enterros e caldeirada porque andou entre esta preparação de bacalhau e uma quase caldeirada, sem contudo atingir (era o que faltava) a sapidez duma bela caldeirada. Apeteceu-me fazer este prato para provar/acompanhar um vinho do qual gosto muito, o Casa de Santar Reserva branco, apesar de eu achar que o vinho acompanharia melhor um bacalhau no forno. Ainda assim, apeteceu-me experimentar com este prato simples e delicioso.
Num tacho, dispus cebola cortada grosseiramente, alho esmagado, pimento vermelho e tomate maduro em cubos pequenos (entre 4 e 5 mm), batatas em rodelas finas (entre 3 e 4 mm) e lombos de pescada fresca. Juntei dois grãos de pimenta preta esmagada no almofariz, meia folha de louro e reguei com azeite; juntei água a cobrir a mistura e levei a lume brando até as batatas estarem macias. Na verdade as batatas cozeram em 15 minutos, o tempo para o tomate e o pimento cozerem também e ajudarem a aromatizar a pescada.
Esta preparação é deliciosa. Se pelo lado do comprimento não tem a "secura" do peixe cozido com vegetais e do lado da largura não tem a untuosidade e riqueza de sabores de uma caldeirada, pelo terceiro lado teve a virtude de estar à altura de agradar e muito.
Quanto ao vinho... Este Casa de Santar Branco Reserva é um dos bons vinhos brancos do Dão. Encontra-se em super e hipermercados (no Jumbo está a € 7,47), é bom e para a qualidade, barato. Feito com 50% de Encruzado e complementado em partes iguais de Bical e Cerceal e estagiado 50% em madeira nova de Carvalho Francês e 50% em inox. Elegante qb, mas parece que joga mais na força que na elegância. Sem dúvida, muito bem feito, com o Encruzado a marcar o vinho mais do que o Bical e Cerceal (em minoria), com a madeira muito bem integrada e o álcool a deixar perceber que, com aquela estrutura o vinho precisa mesmo dos 14º. Nota pessoal: 16,5.
Num tacho, dispus cebola cortada grosseiramente, alho esmagado, pimento vermelho e tomate maduro em cubos pequenos (entre 4 e 5 mm), batatas em rodelas finas (entre 3 e 4 mm) e lombos de pescada fresca. Juntei dois grãos de pimenta preta esmagada no almofariz, meia folha de louro e reguei com azeite; juntei água a cobrir a mistura e levei a lume brando até as batatas estarem macias. Na verdade as batatas cozeram em 15 minutos, o tempo para o tomate e o pimento cozerem também e ajudarem a aromatizar a pescada.
Esta preparação é deliciosa. Se pelo lado do comprimento não tem a "secura" do peixe cozido com vegetais e do lado da largura não tem a untuosidade e riqueza de sabores de uma caldeirada, pelo terceiro lado teve a virtude de estar à altura de agradar e muito.
Quanto ao vinho... Este Casa de Santar Branco Reserva é um dos bons vinhos brancos do Dão. Encontra-se em super e hipermercados (no Jumbo está a € 7,47), é bom e para a qualidade, barato. Feito com 50% de Encruzado e complementado em partes iguais de Bical e Cerceal e estagiado 50% em madeira nova de Carvalho Francês e 50% em inox. Elegante qb, mas parece que joga mais na força que na elegância. Sem dúvida, muito bem feito, com o Encruzado a marcar o vinho mais do que o Bical e Cerceal (em minoria), com a madeira muito bem integrada e o álcool a deixar perceber que, com aquela estrutura o vinho precisa mesmo dos 14º. Nota pessoal: 16,5.
domingo, 25 de outubro de 2009
Caim, de José Saramago
Caim, o último livro de José Saramago que tanta poeira tem levantado. Depois da patetice de um senhor ligado à cultura aquando do evangelho segundo Jesus Cristo e que se recusou a enviar a obra nem me lembro para onde, porque ofendia a fé dos católicos, temos agora outro, que de Bruxelas, vem dizer que o Saramago devia renunciar à nacionalidade Portuguesa. Presumo que nem um nem outro tenham lido os livros que os levaram a ter os seus minutos de fama. De qualquer modo isto nem é importante, como não foram importantes as afirmações de José Saramago sobre a bondade ou confiabilidade de Deus nem mesmo as dos representantes da Igreja sobre a honestidade intelectual de Saramago. A Obra é superior a essas “tricas”.
Quando comprei o livro, hesitei entre lê-lo naturalmente, como um outro qualquer romance, ou fazer uma leitura cruzada com a narrativa do Antigo Testamento, nomeadamente do Pentateuco; optei pela primeira.
Saramago está cada vez mais igual a si próprio, ou seja genial; a forma como ele conta a história de Caim, num tempo longo desde a expulsão de Adão e Eva do Jardim do Éden até à chegada da Arca do Noé ao monte Ararat é sublime. São 181 páginas de puro prazer, duma escrita que com o passar do tempo vai precisando de menos palavras para nos transmitir mundos de imagens e pensamentos e que nos leva frequentemente a voltar para trás, para tentar apanhar algo que escapou. E quando se volta a voltar atrás descobrem-se mais coisas que escaparam anteriormente. É maquiavelicamente deliciosa esta escrita…
Deixo um excerto, dos mais marcantes para mim, num triálogo entre Caim, Abraão e seu filho Isaac, depois de Abraão ter desobedecido a Deus, não sacrificando o seu filho, tal como era Seu (dele, de Deus) desejo:
“…Perguntou Isaac, Pai, que mal te fiz eu para teres querido matar-me, a mim que sou o teu único filho, Mal não me fizeste, Isaac, Então porque quiseste cortar-me a garganta como se eu fosse um borrego, perguntou o moço, se não tivesse aparecido aquele homem para segurar-te o braço, que o senhor o cubra de bênçãos, estarias agora a levar um cadáver para casa, A ideia foi do senhor, que queria tirar a prova, A prova de quê, Da minha fé, da minha obediência, E que senhor é esse que ordena a um pai que mate o seu próprio filho, É o senhor que temos, o senhor dos nossos antepassados, o senhor que já cá estava quando nascemos, E se esse senhor tivesse um filho, também o mandaria matar, perguntou Isaac, O futuro o dirá, Então o senhor é capaz de tudo, do bom do mau e do pior, Assim é…” (pag. 85).
Mais um contributo para a academia.
sábado, 24 de outubro de 2009
Esporão Garrafeira/Private Selection 2003
O "quase topo que em 2003 ainda o era" da Herdade do Esporão e da Enologia de David Baverstock, logo abaixo do "Torre do Esporão" (que foi lançado apenas em 2004) foi feito com Alicante Bouschet e Aragonês. Estagiou 18 meses em carvalho Francês novo. Provei este vinho umas três vezes este ano e sempre de garrafas provenientes de um lote que não teve grandes condições de guarda, tendo o vinho naturalmente ressentido-se com isso. Ainda assim, previamente decantado, surge no copo com uma bela cor nada evoluída, pleno de aromas a alguma fruta e especiarias. Com um belo corpo a aguentar bem os 14,5º, a madeira muito bem integrada e os taninos redondos. Termina longo e guloso. Um belo vinho (pvp: cerca de € 35). Nota pessoal: 17,5.
BERYNA 2007
Este Beryna 2007 foi-me apresentado pelo PadreFrancisco há uns meses atrás... Estávamos a falar de vinhos e ele refere este, como tendo uma relação qualidade/preço imbatível. Mandou-me à verema ler o que nuestros hermanos dizem deste vinho... Espantoso, para um vinho que custa € 7,00 a garrafa, ter classificações entre 8,7 e 9,5 (até 10). Acabou por comprar uma caixa e uma botella veio parar cá a casa.
Feito em Alicante com uvas Monastrell (60%) e outras (Tinta Roriz, Cabernet Sauvignon, Syrah e Merlot - 40%), nas Bodegas Bernabe Navarro. Tem uns poderosos 14,5º de álcool. Quanto a notas de prova, não resisto a deixar esta em castelhano (retirada da verema):
"Bonito color picota de capa intensa, con menisco violáceo, y buena lágrima, se muestra en nariz con gran expresividad, así acredita intensos aromas a la fruta, a la buena fruta de la crianza, sensaciones a fresas y ciruelas, a moras, sensaciones en nariz a tostados, muy suaves, regaliz, cacao e impronta a tabaco, pan de higo, pasando luego por boca con viaje largo y con sensación de buena cata, se recrea la fruta en boca, su ataque se manifiesta envolviendo todo el paladar, resultando, en todo caso, aterciopelado, elegante, con excelente equilibrio con una muy y conseguida acidez y, en fin, con gran clase, se nota que se cata un vino bien hecho, como todos los que hemos catado de la marca, se muestra con sensaciones en el retrogusto a la buena fruta y a la buena madera, aún ganará con el tiempo en el cristal, desde luego, aunque ya es una armoniosa y rica elaboración esta de Bernabé Navarro, que sigue lanzando al mercado extraordinarios productos, y en su línea de buenísima RCP, y sigue confirmando, mejor, reiterando y ratificando lo que aquí ya todos conocemos …que es uno de los más grandes viticultores que hoy existen en el panorama del vino español, enhorabuena a él y al OLGA por esa peculiar y singular etiqueta, …y a seguir así,… no se pierdan este vino amigos.
(El vino se ha embotellado recientemente, mes de abril del cte. año, por ello hasta que el cristal consiga un mayor ensamblaje del vino, ¡en 4 meses estará soberbio!, se aconseja AIREAR COVENIENTEMENTE.)"
Decantei o vinho e deixei-o abrir por um par de horas. Foi servido a 16º C. Tudo no vinho é efectivamente bem feito. A começar pela garrafa e rótulo, continuando na excelente rolha. Cor do vinho, aromas, corpo, acidez, taninos, madeira, etc, tudo excelente. Não é de admirar que tenha essas classificações.
É tão bem feito que soa a artificial, como se tivesse sido desenhado a régua e esquadro e feito numa bimby. A única coisa que se lhe pode apontar é que poderá melhorar em garrafa. Quanto à alma, seja isso o que fôr, deve ter ficado por Alicante.
Em síntese, um vinho muito bem feito (demasiado bem feito), mas parco em carácter. Nota pessoal: 16,5 - 17. Ah, acompanhou muito bem um bom presunto...
Feito em Alicante com uvas Monastrell (60%) e outras (Tinta Roriz, Cabernet Sauvignon, Syrah e Merlot - 40%), nas Bodegas Bernabe Navarro. Tem uns poderosos 14,5º de álcool. Quanto a notas de prova, não resisto a deixar esta em castelhano (retirada da verema):
"Bonito color picota de capa intensa, con menisco violáceo, y buena lágrima, se muestra en nariz con gran expresividad, así acredita intensos aromas a la fruta, a la buena fruta de la crianza, sensaciones a fresas y ciruelas, a moras, sensaciones en nariz a tostados, muy suaves, regaliz, cacao e impronta a tabaco, pan de higo, pasando luego por boca con viaje largo y con sensación de buena cata, se recrea la fruta en boca, su ataque se manifiesta envolviendo todo el paladar, resultando, en todo caso, aterciopelado, elegante, con excelente equilibrio con una muy y conseguida acidez y, en fin, con gran clase, se nota que se cata un vino bien hecho, como todos los que hemos catado de la marca, se muestra con sensaciones en el retrogusto a la buena fruta y a la buena madera, aún ganará con el tiempo en el cristal, desde luego, aunque ya es una armoniosa y rica elaboración esta de Bernabé Navarro, que sigue lanzando al mercado extraordinarios productos, y en su línea de buenísima RCP, y sigue confirmando, mejor, reiterando y ratificando lo que aquí ya todos conocemos …que es uno de los más grandes viticultores que hoy existen en el panorama del vino español, enhorabuena a él y al OLGA por esa peculiar y singular etiqueta, …y a seguir así,… no se pierdan este vino amigos.
(El vino se ha embotellado recientemente, mes de abril del cte. año, por ello hasta que el cristal consiga un mayor ensamblaje del vino, ¡en 4 meses estará soberbio!, se aconseja AIREAR COVENIENTEMENTE.)"
Decantei o vinho e deixei-o abrir por um par de horas. Foi servido a 16º C. Tudo no vinho é efectivamente bem feito. A começar pela garrafa e rótulo, continuando na excelente rolha. Cor do vinho, aromas, corpo, acidez, taninos, madeira, etc, tudo excelente. Não é de admirar que tenha essas classificações.
É tão bem feito que soa a artificial, como se tivesse sido desenhado a régua e esquadro e feito numa bimby. A única coisa que se lhe pode apontar é que poderá melhorar em garrafa. Quanto à alma, seja isso o que fôr, deve ter ficado por Alicante.
Em síntese, um vinho muito bem feito (demasiado bem feito), mas parco em carácter. Nota pessoal: 16,5 - 17. Ah, acompanhou muito bem um bom presunto...
quinta-feira, 22 de outubro de 2009
Salada de Ovas de Bacalhau e Quinta das Bágeiras Garrafeira Branco 2008
Bem, parece que ando a (re)provar coisas que não comia há algum tempo... As belas das ovas de bacalhau, apesar de serem vendidas congeladas, podem constituir a base de uma bela salada e concomitantemente de uma bela refeição... Esta salada foi feita para acompanhar um dos meus brancos Tugas de eleição: o Bágeiras Garrafeira, aqui na versão Kid_2008, ainda sem rótulo e com seis meses na garrafa, oferecida pelo Mário Nuno, o distinto produtor.
Cozi as ovas do bacalhau em água temperada com sal, retirei a pele envolvente e cortei-as em pedaços. Abri um frasco de feijão frade de conserva (pois, ideal era mesmo demolhar os feijões e tal e cozer, mas os de frasco do Jumbo nem são nada maus) e passei os feijões por água corrente. Reservei, enquanto cozia ovos (em água temperada com sal) e picava cebola e salsa... Para a saladeira saltaram a cebola e a salsa, envolvidas em bom azeite (ando a usar um de Foz Côa, excelente), as ovas e o feijão (sem temperos extra, parece que não é mesmo preciso, mas a avaliar pela quantidade de caldos que há à venda nos hipermercados e ver que há pessoas que compram, algo vai mal de certeza nos paladares ou na técnica à volta dos tachos) e, por fim, os ovos, já fatiados... Envolvi a mistura e levei a saladeira com o respectivo conteudo ao frio e retirei a garrafa do Bágeiras. Decantei o vinho, provei (claro) e reservei tudo um bom par de horas... Servi a salada e o vinho...
Quanto à salada, nada de especial, é mais uma das formas de preparar bacalhau e neste caso as suas ovas.
Em relação ao vinho... Feito com Bical e Maria Gomes de vinhas velhas, com produções abaixo das 3.000 garrafas em cada colheita e estagiadas em madeira usada. Uma fórmula repetida, como se de uma receita de família se tratasse, o que até poderia parecer fácil (mas não é). Este 2008 detestou acordar para o decanter e trouxe com ele o papá Bical e a mamã Maria... Explico, o vinho estava todo partido. Se por um lado se notava a influência do papá Bical na estrutura, ao lado estava a mamã Maria a deixar o seu rasto de perfume por toda a casa. E o vinho a chorar, era tarde e ele precisava de descansar e não era no decanter que ia recompor energias...
Num registo mais sério, o vinho oscilou entre um asceta e um bebé mimado, entre a dádiva de uma aula de enologia e a vontade de lhe dar um sopapo. Nem acordou, foi mesmo o perfume da mãe Maria que saltou do copo e nem era nada mau... Na boca, algo confuso, entre o fresco e o sublime e com um final muitíssimo elegante. Não terá a estrutura do 2004 nem a elegância do 2005, mas não deixa de ser um belo exemplo do que as vinhas velhas do Mário Nuno podem dar aos brancos deste país. Mas seguramente é de guardar pelo menos três anos (isto foi mesmo infanticídio). Nota pessoal: 17.
Cozi as ovas do bacalhau em água temperada com sal, retirei a pele envolvente e cortei-as em pedaços. Abri um frasco de feijão frade de conserva (pois, ideal era mesmo demolhar os feijões e tal e cozer, mas os de frasco do Jumbo nem são nada maus) e passei os feijões por água corrente. Reservei, enquanto cozia ovos (em água temperada com sal) e picava cebola e salsa... Para a saladeira saltaram a cebola e a salsa, envolvidas em bom azeite (ando a usar um de Foz Côa, excelente), as ovas e o feijão (sem temperos extra, parece que não é mesmo preciso, mas a avaliar pela quantidade de caldos que há à venda nos hipermercados e ver que há pessoas que compram, algo vai mal de certeza nos paladares ou na técnica à volta dos tachos) e, por fim, os ovos, já fatiados... Envolvi a mistura e levei a saladeira com o respectivo conteudo ao frio e retirei a garrafa do Bágeiras. Decantei o vinho, provei (claro) e reservei tudo um bom par de horas... Servi a salada e o vinho...
Quanto à salada, nada de especial, é mais uma das formas de preparar bacalhau e neste caso as suas ovas.
Em relação ao vinho... Feito com Bical e Maria Gomes de vinhas velhas, com produções abaixo das 3.000 garrafas em cada colheita e estagiadas em madeira usada. Uma fórmula repetida, como se de uma receita de família se tratasse, o que até poderia parecer fácil (mas não é). Este 2008 detestou acordar para o decanter e trouxe com ele o papá Bical e a mamã Maria... Explico, o vinho estava todo partido. Se por um lado se notava a influência do papá Bical na estrutura, ao lado estava a mamã Maria a deixar o seu rasto de perfume por toda a casa. E o vinho a chorar, era tarde e ele precisava de descansar e não era no decanter que ia recompor energias...
Num registo mais sério, o vinho oscilou entre um asceta e um bebé mimado, entre a dádiva de uma aula de enologia e a vontade de lhe dar um sopapo. Nem acordou, foi mesmo o perfume da mãe Maria que saltou do copo e nem era nada mau... Na boca, algo confuso, entre o fresco e o sublime e com um final muitíssimo elegante. Não terá a estrutura do 2004 nem a elegância do 2005, mas não deixa de ser um belo exemplo do que as vinhas velhas do Mário Nuno podem dar aos brancos deste país. Mas seguramente é de guardar pelo menos três anos (isto foi mesmo infanticídio). Nota pessoal: 17.
quarta-feira, 21 de outubro de 2009
Red Fish Cozido e Dom Ferro Rosé 2007
Já há bastante tempo que não comia red fish. Saboroso q.b. e um dos peixes baratos do mercado. Simplesmente cozido com legumes e um bom azeite a acompanhar ou assado no forno é garantia de uma refeição simples e saborosa.
Este red fish foi cozido com batatas, cenouras e feijão verde e acompanhou um vinho sui géneris, o Dom Ferro Rosé 2007. Um vinho verde da sub-região de Baião, feito na Quinta do Ferro, com as uvas provenientes das encostas de Baião, na margem direita do Douro. Um vinho com bons aromas de frutos vermelhos e uma boa acidez. Tem apenas 12,5º de álcool e um final interessante. Apesar de ser da vindima de 2007 ainda está muito bom. Nota pessoal:15.
Este red fish foi cozido com batatas, cenouras e feijão verde e acompanhou um vinho sui géneris, o Dom Ferro Rosé 2007. Um vinho verde da sub-região de Baião, feito na Quinta do Ferro, com as uvas provenientes das encostas de Baião, na margem direita do Douro. Um vinho com bons aromas de frutos vermelhos e uma boa acidez. Tem apenas 12,5º de álcool e um final interessante. Apesar de ser da vindima de 2007 ainda está muito bom. Nota pessoal:15.
terça-feira, 20 de outubro de 2009
Quinta das Bágeiras "Feito à Mão" aka Late Harvest 1991
Tenho que dizer que gosto muito dos vinhos do Mário Sérgio Alves Nuno... Se disser que escolhi o garrafeira tinto 1995 em detrimento dum ferreirinha reserva 1989 num jantar em que festejei o grau de mestre que a FEUP me concedeu e que os brancos garrafeira são, para mim, dos melhores brancos deste Tugal estou ainda assim, a dizer pouco da qualidade dos vinhos das Bágeiras... Os espumantes são excelentes... e o Mário Nuno, em 1991, faz este colheita tardia aka late harvest, com uvas da casta rabo de ovelha que no Douro é conhecida por Rabigato.
Com uma bela cor ambarina, é seco, quase tão seco como os licorosos/fortificados do Pico (açores) e sem a doçura dos tradicionais colheitas tardias, é um pecado como aperitivo na medida em que abre o apetite duma forma desmedida...
Um belo vinho que surgiu há 18 anos... Nota pessoal: 17. Esperemos que o Mário Nuno ainda ponha este vinho no mercado (parece que só há 100 litros a descansar na cave e esta garrafa foi oferecida pelo produtor).
Com uma bela cor ambarina, é seco, quase tão seco como os licorosos/fortificados do Pico (açores) e sem a doçura dos tradicionais colheitas tardias, é um pecado como aperitivo na medida em que abre o apetite duma forma desmedida...
Um belo vinho que surgiu há 18 anos... Nota pessoal: 17. Esperemos que o Mário Nuno ainda ponha este vinho no mercado (parece que só há 100 litros a descansar na cave e esta garrafa foi oferecida pelo produtor).
Frango Estufado e Outeiro 2007
Este frango tinha andado a picar no chão antes de saltar para o tacho... Fiz assim: cortei o frango em pedaços e alourei-o em banha de porco. Juntei cebola e alho e deixei refogar; juntei cenoura e ervilhas, vinho tinto, sal, pimenta e louro e deixei estufar em lume baixo. Servi com um puré de batata que foi ao forno a gratinar.
Acompanhei este prato com o "Outeiro" Dão 2007, do Álvaro de Castro. Feito com Alfrocheiro, Touriga Nacional e Tinta Roriz. Comprei-o numa promoção do Jumbo (60% de desconto) a € 3,16 e andava com alguma curiosidade para provar este novo vinho de um grande produtor do Dão. Nem o tempo de decanter serviu de muito. O vinho pareceu pesado e deselegante e isso não tem absolutamente nada a ver com os vinhos de Álvaro de Castro. A precisar de tempo em garrafa.
Acompanhei este prato com o "Outeiro" Dão 2007, do Álvaro de Castro. Feito com Alfrocheiro, Touriga Nacional e Tinta Roriz. Comprei-o numa promoção do Jumbo (60% de desconto) a € 3,16 e andava com alguma curiosidade para provar este novo vinho de um grande produtor do Dão. Nem o tempo de decanter serviu de muito. O vinho pareceu pesado e deselegante e isso não tem absolutamente nada a ver com os vinhos de Álvaro de Castro. A precisar de tempo em garrafa.
segunda-feira, 19 de outubro de 2009
Quinta das Marias Encruzado 2008
A Quinta das Marias, propriedade do Sr. Peter Viktor Eckert situa-se em Oliveira do Conde, Carregal do Sal. O Encruzado da Quinta aparece em pequenas quantidades (em 2008 engarrafaram-se 3200 garrafas deste vinho e 1800 do Encruzado Barricas) e não é nada fácil de encontrar. Apesar dos 14º de álcool é um vinho muito fresco e elegante. Muito correcto de aromas, com uma bela acidez e um final muito agradável. Nota pessoal: 16,5.
Domingos Soares Franco - Colecção Privada Moscatel Roxo 1998
Um vinho feito pelo enólogo Domingos Soares Franco a partir de uma casta que esteve quase extinta. Este Moscatel Roxo da casa José Maria da Fonseca tem uma bela côr ambarina; pleno de sugestões de frutos secos e algum cítrico. Untuoso, "lacrimeja" no copo. Apesar da boa acidez, o açúcar está muito presente. Tem um final persistente e agradável. A consumir fresco. Um bom exemplo de Moscatel Roxo. Nota pessoal: 16,5.
Muros de Melgaço 2007
O Muros de Melgaço é um dos Alvarinhos de topo de Anselmo Mendes, juntamente com o Contacto e o "Curtimenta". Este Muros de Melgaço apresenta-se elegante e quase aristocrático; sem ser exuberante de aromas, é complexo e mineral. É um vinho cheio, quase gordo, mas muito fresco. Termina longo. Estava na feira de vinhos do Jumbo a € 11,95. Nota pessoal: 17.
Quinta de Foz de Arouce Branco 2005
Já tenho deixado aqui notas dos vinhos tintos da Quinta de Foz de Arouce; curiosamente há algum tempo que não provava um branco... Os brancos da Quinta são feitos em quantidades muito baixas (em 1995 foram feitas apenas 1000 garrafas) com uvas da Casta Cerceal e estagiam em meias pipas novas de carvalho francês. Este 2005 salta fechado para o decanter e merece que se espere umas duas horas por ele. Aos poucos vai abrindo de aromas, cítricos, mantendo-se sempre muito asceta, seco e mineral; com a madeira muito bem integrada, é um dos grandes vinhos brancos deste País. É pena haver tão pouco, porque merece guarda. Nota pessoal: 16,5
Porto Niepoort LBV 2004
"Este é talvez o mais autêntico dos nossos Portos..." - é assim que começa a apresentação deste vinho no site da Niepoort Vinhos. Feito com uvas provenientes de vinhas velhas das castas Touriga Nacional, Touriga Franca, Tinto Cão, Tinta Francisca, Tinta Amarela, Sousão, Tinta Roriz e outras, é vinificado de forma semelhante ao Vintage e estagia durante quatro anos em Tonéis e Balseiros de Carvalho em Vila Nova de Gaia. Surge muito escuro no copo, quase opaco; pleno de boa fruta, potente e delicado e com um longo e agradável final. Para decantar e servir fresco... Nota pessoal: 16.
sábado, 17 de outubro de 2009
Carne de Porco com Feijão Branco e Monte da Cal 2006
Nem sei se é impressão minha, mas apesar da temperatura durante o dia andar nos 26º C ao fim do dia desce e a vontade é mesmo de provar uns tintos e comer umas comidas assim mais a modos que para o outonal... Deixei entrecosto e pá de porco no sal de um dia para o outro e demolhei as carnes em água fria. Pus a cozer as carnes, juntamente com chouriço de colorau e morcela de arroz. Depois das carnes cozerem, cortei-as em pedaços e reservei a água da cozedura. Noutro tacho, deitei um fundo de azeite, cebola picada e alho esmagado. Deixei a cebola ficar transparente e adicionei as carnes. Juntei feijão branco cozido e água da cozedura das carnes, bem como uma folha de louro e um pouco de cominhos moídos Juntei ainda couve branca cortada fina. Deixei em lume muito baixo a fervinhar durante meia hora. Servi.
Esta feijoada foi feita a partir da Feijoada de Valpaços descrita na Cozinha Tradicional Portuguesa, da Maria de Lourdes Modesto. Para acompanhar o Monte da Cal 2006. Mais um dos vinhos comprados na feira do Continente. Um alentejano feito em Fronteira com Aragonês, Alfrocheiro e Alicante Bouschet e sem passar por madeira. Muito limpo e elegante, nada pesado, foi uma agradável surpresa e será provado mais vezes. Seguramente. Nota pessoal: 16.
Esta feijoada foi feita a partir da Feijoada de Valpaços descrita na Cozinha Tradicional Portuguesa, da Maria de Lourdes Modesto. Para acompanhar o Monte da Cal 2006. Mais um dos vinhos comprados na feira do Continente. Um alentejano feito em Fronteira com Aragonês, Alfrocheiro e Alicante Bouschet e sem passar por madeira. Muito limpo e elegante, nada pesado, foi uma agradável surpresa e será provado mais vezes. Seguramente. Nota pessoal: 16.
terça-feira, 13 de outubro de 2009
Moelas Estufadas para um Cardeal Tourigo
Quanto às moelas, vão aparecendo por aqui... Como faço?
Num tacho, deito banha de porco e cebola picada grosseiramente e deixo a cebola ficar transparente. Junto as moelas e deixo que se envolvam na cebola. Junto sal, alho esmagado, louro, pimentão doce em pó aka colorau, pimenta branca e preta, alguns cravinhos e cominhos em pó e vinho tinto... Deixo estufar em lume brando até as moelas estarem macias.
Na variante "petisco" gosto de as servir com pão torrado e cerveja e na variante "refeição" com batatas cozidas... Estas foram servidas num jantar onde eu queria provar o Dão Cardeal Reserva Touriga Nacional 2007.
Eu tinha provado este Dão Cardeal Reserva Touriga Nacional 2007 há algum tempo e gostei bastante. Foi uma das compras da feira de vinhos do Continente. O caro pantomineiro PadreFrancisco, que colabora no Blog, mas muito raramente escreve/posta provou o vinho e achou que tinha um perfil algo diferente do que se tinha provado. Bem, sugeriu-me que o provasse... Assim fiz, para acompanhar as moelas.
Refrigerei o vinho e decantei-o duas horas antes de servir; quando o decantei estava muito fechado e pouco agradável, com aromas de engaço e lagar e pouco mais, fino na boca... Mas abriu pleno de especiarias, mais cheio e elegante na boca, alguma fruta e melhores notas da barrica e um final médio. Para o preço (cerca de € 5,00) nem está mal. Nota pessoal: 15,5.
Num tacho, deito banha de porco e cebola picada grosseiramente e deixo a cebola ficar transparente. Junto as moelas e deixo que se envolvam na cebola. Junto sal, alho esmagado, louro, pimentão doce em pó aka colorau, pimenta branca e preta, alguns cravinhos e cominhos em pó e vinho tinto... Deixo estufar em lume brando até as moelas estarem macias.
Na variante "petisco" gosto de as servir com pão torrado e cerveja e na variante "refeição" com batatas cozidas... Estas foram servidas num jantar onde eu queria provar o Dão Cardeal Reserva Touriga Nacional 2007.
Eu tinha provado este Dão Cardeal Reserva Touriga Nacional 2007 há algum tempo e gostei bastante. Foi uma das compras da feira de vinhos do Continente. O caro pantomineiro PadreFrancisco, que colabora no Blog, mas muito raramente escreve/posta provou o vinho e achou que tinha um perfil algo diferente do que se tinha provado. Bem, sugeriu-me que o provasse... Assim fiz, para acompanhar as moelas.
Refrigerei o vinho e decantei-o duas horas antes de servir; quando o decantei estava muito fechado e pouco agradável, com aromas de engaço e lagar e pouco mais, fino na boca... Mas abriu pleno de especiarias, mais cheio e elegante na boca, alguma fruta e melhores notas da barrica e um final médio. Para o preço (cerca de € 5,00) nem está mal. Nota pessoal: 15,5.
Bacalhau dos Enterros e Quinta do Rol Rosé Pinot Noir 2008
O "Bacalhau dos Enterros" é uma receita tradicional da região da Gândara e como o nome indica era servido em dias de funeral. Apesar do nome é uma mais uma das mil e tal formas de preparar o bacalhau. Tradicionalmente é feito assim:
Descascam-se as batatas que se cortam às rodelas que vão a cozer com rodelas de cebola e bacalhau.
Depois de cozidos escorrem-se deixando um pouco de água de cozedura.
Junta-se-lhe alho picado, rega-se de azeite em abundância e vinagre q.b..
Abafa-se e serve-se.
(daqui)
Este foi feito de um modo um pouco diferente. Num tacho, fiz uma cama de cebola, por cima batatas em rodelas finas, bacalhau e outra camada de batatas. Juntei alho esmagado, pimenta preta em grão e uma folha de louro. Deitei azeite e depois água a cobrir as batatas. Levei ao lume brando e deixei cozer sem mexer no tacho. Antes de servir juntei ainda um pouco de vinagre de vinho branco. Na prática é parecido com este...
Esta variante fica deliciosa, com o alho e o louro a aromatizarem o caldo. Convém usar bom azeite e bom vinagre, faz uma grande diferença...
Escolhi o Quinta do Rol Rosé Pinot Noir 2008... Não conhecia este vinho (tirando o que tinha lido na Revista de Vinhos de Setembro sobre uma visita à Quinta) e rosés de Pinot Noir só tinha bebido o Campolargo 2007. Contudo, Pinot Noir, Rosé e € 3,49 no preço (Pingo Doce) eram uma boa desculpa para saltar uma garrafita para o cesto das compras. Bons aromas, algum peso e os 14º de álcool a notarem-se, pouco "rebuçado", mas no essencial um vinho interessante, até pelo preço...
Descascam-se as batatas que se cortam às rodelas que vão a cozer com rodelas de cebola e bacalhau.
Depois de cozidos escorrem-se deixando um pouco de água de cozedura.
Junta-se-lhe alho picado, rega-se de azeite em abundância e vinagre q.b..
Abafa-se e serve-se.
(daqui)
Este foi feito de um modo um pouco diferente. Num tacho, fiz uma cama de cebola, por cima batatas em rodelas finas, bacalhau e outra camada de batatas. Juntei alho esmagado, pimenta preta em grão e uma folha de louro. Deitei azeite e depois água a cobrir as batatas. Levei ao lume brando e deixei cozer sem mexer no tacho. Antes de servir juntei ainda um pouco de vinagre de vinho branco. Na prática é parecido com este...
Esta variante fica deliciosa, com o alho e o louro a aromatizarem o caldo. Convém usar bom azeite e bom vinagre, faz uma grande diferença...
Escolhi o Quinta do Rol Rosé Pinot Noir 2008... Não conhecia este vinho (tirando o que tinha lido na Revista de Vinhos de Setembro sobre uma visita à Quinta) e rosés de Pinot Noir só tinha bebido o Campolargo 2007. Contudo, Pinot Noir, Rosé e € 3,49 no preço (Pingo Doce) eram uma boa desculpa para saltar uma garrafita para o cesto das compras. Bons aromas, algum peso e os 14º de álcool a notarem-se, pouco "rebuçado", mas no essencial um vinho interessante, até pelo preço...
sábado, 10 de outubro de 2009
Quinta do Infantado Vintage 2003
Esta coisa de provar vintages novos não se estranha, mas entranha-se... Depois do 2007 da Niepoort, não resisti a provar este belo vinho. O Vintage 2003 do Infantado é um tinto retinto, cheio de fruta e com um final mais que longo. Com os quatro anos de garrafa que leva, o tempo ainda se está a começar a preparar para passar por ele, de novo que está. Para servir fresco (14º C) e em copos decentes (gosto particularmente do copo de prova desenhado pelo Arq. Álvaro Siza) a acompanhar pensamentos elevados ou uma boa conversa.
De louvar a aposta do João Roseira em comercializar os vinhos da Quinta do Infantado a preços muito cordatos. Este 2003 Vintage encontra-se no Jumbo a € 19,95 (e no folheto da feira aparece o Vintage 2007 ao mesmo preço, mas ainda não o vi por aqui) o que não deixa de ser um tentador convite à compra...
De louvar a aposta do João Roseira em comercializar os vinhos da Quinta do Infantado a preços muito cordatos. Este 2003 Vintage encontra-se no Jumbo a € 19,95 (e no folheto da feira aparece o Vintage 2007 ao mesmo preço, mas ainda não o vi por aqui) o que não deixa de ser um tentador convite à compra...
sexta-feira, 9 de outubro de 2009
Folhados de Atum e Morgado de Santa Catherina Reserva 2007
Estes folhados foram feitos de uma forma absurdamente simples... Como a minha paciencia para fazer massas em casa é muito pouca e a taxa de sucesso com massas de compra é muito baixa, só de vez em quando é que me aventuro nos folhados e quejandos. Curiosamente, tenho feito algumas experiencias com a massa filo e as coisas nem saem assim tão mal.
Fiz assim:
Abri umas latas de atum em óleo (não se justifica usar atum em azeite e o atum "ao natural" parece que foi lavado... ou deslavado), escorri o óleo, piquei com um garfo e juntei maionese. Reservei. Cortei ao meio as folhas de massa filo e pincelei-as com azeite. Deitei o recheio e fiz umas trouxas um pouco mais pequenas que os pasteis de Chaves. Levei ao forno a 210º C o tempo suficiente para dourar os folhados.
Para acompanhar, um Morgado de Santa Catherina Reserva 2007. Um clássico Arinto de Bucelas que a partir de 2006 começou a ter também a versão "reserva". Feito com Arinto e estagiado em Madeira, aparece elegante e com a madeira bem integrada.
Fiz assim:
Abri umas latas de atum em óleo (não se justifica usar atum em azeite e o atum "ao natural" parece que foi lavado... ou deslavado), escorri o óleo, piquei com um garfo e juntei maionese. Reservei. Cortei ao meio as folhas de massa filo e pincelei-as com azeite. Deitei o recheio e fiz umas trouxas um pouco mais pequenas que os pasteis de Chaves. Levei ao forno a 210º C o tempo suficiente para dourar os folhados.
Para acompanhar, um Morgado de Santa Catherina Reserva 2007. Um clássico Arinto de Bucelas que a partir de 2006 começou a ter também a versão "reserva". Feito com Arinto e estagiado em Madeira, aparece elegante e com a madeira bem integrada.
Bacalhau com "alguns" e Ázeo Reserva 2007
Bacalhau com "alguns", porque foi acompanhado apenas com batata, cebola e couve coração sobre cama de azeite e alho (e azeitonas pretas)... A estrela era mesmo o Ázeo Reserva 2007.
Mais um dos vinhos brancos Portugueses de topo. O João Brito e Cunha, depois dos seus "aclamados" Ázeos brancos, lança o Reserva na colheita de 2007. Mais um belo exemplo do que as vinhas velhas do Douro e a sabedoria do JBC podem dar. (Mais aqui)
Mais um dos vinhos brancos Portugueses de topo. O João Brito e Cunha, depois dos seus "aclamados" Ázeos brancos, lança o Reserva na colheita de 2007. Mais um belo exemplo do que as vinhas velhas do Douro e a sabedoria do JBC podem dar. (Mais aqui)
Porto Niepoort Vintage 2007
Beber um vinho do Porto Vintage não é para todos os dias... nem para todas as semanas e se calhar nem para todos os meses. Beber um Vintage novo é coisa de malucos aka enopedófilos e beber um vintage velho é... coisa de malucos, até pelo preço de alguns vinhos. Este Vintage 2007 da Casa Niepoort foi feito em ano quase perfeito e provado com apenas quatro meses de garrafa. Muitíssimo novo, muitíssimo elegante, muitíssimo desafiador para (todos) os sentidos, um grande vintage.
Croquetes de Carne e Herdade do Meio Garrafeira 2004
Croquetes de carne... Vi umas quantas "receitas" pela blogosfera, umas muito básicas, outras mais cuidadas e algumas mesmo muito boas. Estes croquetes foram feitos de uma forma despreocupada num fim de tarde. Assim:
Tinha sobras de entrecosto de porco assado. Retirei a pele, ossos, gordura e cartilagens e desfiei a carne; juntei ovos e bati com um garfo até desfazer a carne e obter uma massa. Juntei uma cebola picada finamente (normalmente não entra, ou se entra é refogada - eu gosto dela crua e ligeiramente crocante) e um pouco de farinha de trigo para ligar a massa. Temperei com sal e pimenta. Moldei bolinhas e fritei em óleo bem quente.
O aspecto e sabor destes croquetes é muito diferente dos "tradicionais". Não levaram chouriço a puxar os sabores, não foram moldados em pequenos cilindros e não foram passados por ovo e pão ralado. E não ficaram nada maus. Serviram de lanche ajantarado a acompanhar um Herdade do Meio Garrafeira 2004. Os vinhos da Herdade do Meio já tinham feito furor na feira de vinhos do Continente do ano passado, com este garrafeira a sair a € 10,00 enquanto que no Jumbo dos preços baixos estava a ganhar pó e com preços a rondar os € 40,00. Na feira de vinhos deste ano (também do Continente) saia na noite de inauguração/abertura a € 0,77, o que o torna numa das maiores pechinchas de sempre. Curioso foi ter arranjado umas garrafas e ter passado und dias depois no Continente de Matosinhos e andarem algumas pessoas à procura do vinho. Mas este, nem vê-lo; ou as garrafas já tinham sido todas vendidas ou tinham-se escondido com a vergonha de estarem a ser "saldadas" a menos de um Euro enquanto as suas irmãs do Jumbo estão nas prateleiras de cabeça erguida à espera que alguém largue os 40 Euritos para levar uma delas para casa...
Tinha sobras de entrecosto de porco assado. Retirei a pele, ossos, gordura e cartilagens e desfiei a carne; juntei ovos e bati com um garfo até desfazer a carne e obter uma massa. Juntei uma cebola picada finamente (normalmente não entra, ou se entra é refogada - eu gosto dela crua e ligeiramente crocante) e um pouco de farinha de trigo para ligar a massa. Temperei com sal e pimenta. Moldei bolinhas e fritei em óleo bem quente.
O aspecto e sabor destes croquetes é muito diferente dos "tradicionais". Não levaram chouriço a puxar os sabores, não foram moldados em pequenos cilindros e não foram passados por ovo e pão ralado. E não ficaram nada maus. Serviram de lanche ajantarado a acompanhar um Herdade do Meio Garrafeira 2004. Os vinhos da Herdade do Meio já tinham feito furor na feira de vinhos do Continente do ano passado, com este garrafeira a sair a € 10,00 enquanto que no Jumbo dos preços baixos estava a ganhar pó e com preços a rondar os € 40,00. Na feira de vinhos deste ano (também do Continente) saia na noite de inauguração/abertura a € 0,77, o que o torna numa das maiores pechinchas de sempre. Curioso foi ter arranjado umas garrafas e ter passado und dias depois no Continente de Matosinhos e andarem algumas pessoas à procura do vinho. Mas este, nem vê-lo; ou as garrafas já tinham sido todas vendidas ou tinham-se escondido com a vergonha de estarem a ser "saldadas" a menos de um Euro enquanto as suas irmãs do Jumbo estão nas prateleiras de cabeça erguida à espera que alguém largue os 40 Euritos para levar uma delas para casa...
segunda-feira, 5 de outubro de 2009
Osso Buco
O osso buco é um clássico da cozinha italiana, feito com fatias do chambão de novilho com osso e o tutano e estufadas num delicioso caldo de legumes. O toque final dado pela anchova e pelo vidrado de limão completam a paleta de sabores.
A Receita foi tirada do livro "12 meses de cozinha" (pag. 186).
Resumindo é assim:
Passar as fatias de carne por farinha e alourar em azeite. Reservar. Na gordura de alourar a carne, juntar mais um pouco de azeite, cebola picada, cenoura em rodelas finas, tomate e aipo cortados pequenos. Deixar estufar e quando o tomate se começar a desfazer, introduzir o osso buco no tacho e regar com caldo de carne e vinho branco; temperar com sal e pimenta e deixar cerca de uma hora em lume brando. Juntar um filete de anchova raspado, vidrado da casca de limão e deixar mais meia hora. Rectificar temperos e servir. Pode servir-se simplesmente com tagliatelli cozidos e fatias de pão frito em manteiga. Eu servi com um esparguete com manteiga.
A Receita foi tirada do livro "12 meses de cozinha" (pag. 186).
Resumindo é assim:
Passar as fatias de carne por farinha e alourar em azeite. Reservar. Na gordura de alourar a carne, juntar mais um pouco de azeite, cebola picada, cenoura em rodelas finas, tomate e aipo cortados pequenos. Deixar estufar e quando o tomate se começar a desfazer, introduzir o osso buco no tacho e regar com caldo de carne e vinho branco; temperar com sal e pimenta e deixar cerca de uma hora em lume brando. Juntar um filete de anchova raspado, vidrado da casca de limão e deixar mais meia hora. Rectificar temperos e servir. Pode servir-se simplesmente com tagliatelli cozidos e fatias de pão frito em manteiga. Eu servi com um esparguete com manteiga.
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