quinta-feira, 25 de janeiro de 2018

Prova Vertical Morgado de Santa Catherina (2010 a 2016)





Trata-se de um Arinto clássico de Bucelas e é um dos vinhos brancos com melhor relação qualidade/preço do mercado.

Andava há algum tempo com vontade de ver como os vinhos de diferentes anos se comportam. Já tive alguns vinhos mais antigos para provar, mas foram sendo bebidos... Esta prova foi adiada muitas vezes, mas finalmente, fez-se. Foi combinada com o Sérgio Costa Lopes do Contra Rótulo e tenho que agradecer ao José Carneiro Pinto e ao Manuel Pires da Silva por terem dado uma ajuda para termos os sete vinhos (2016 incluído, ainda não lançado no mercado). Para complemento, ainda provámos o 2004 e o Prova Régia Reserva 2010 que eu tinha guardado.

Optámos por começar pelo mais novo e ir recuando...

O 2016 ainda precisa de tempo em garrafa, mas creio que será bem porreiro em novo, daqui a um ou dois anos. O 2015 pede guarda (podem aproveitar as promoções do tinente se o encontrarem mais barato) e vai dar grande prazer daqui a uns anos. 2014 e 2013 em bom nível, o 2012 foi quase unanimemente considerado o melhor, o 2011 muito porreiro e o 2010 já com alguma evolução, mas a manter boa frescura e acidez. O 2004 estava ainda porreiro, mas deve ter tido má guarda. O Prova Régia mostrou que, mesmo estando uns furos abaixo, vale a pena esperar uns anos por ele.

Resumindo, todos os vinhos estavam em boa forma. O 2012 não será o melhor (preferi o 2015 e o 2011), mas estava na altura certa para ser provado. Este vinho pode ser porreiro em novo, mas ao fim de cinco anos estará na altura ideal para se beber. Bela Prova...

Provas #15


Não é fácil fazer um alinhamento de vinhos. Vai-se fazendo por tentativa e erro...


Aqui, começou-se com um Freixenet, o da garrafa preta, que se encontra a pouco mais de cinco euros em quase toda a parte. Porreiro, fresco, para beber sem pensar muito. 

O Cinética 2013 é um branco do Douro, feito com as castas tradicionais provenientes de vinhas velhas plantadas a mais de quinhentos metros de altitude ali na margem esquerda do rio Pinhão, com fermentação e estágio em madeira usada, durante quase um ano. Madeira no ponto, a marcar pouco o vinho e dar-lhe complexidade. Bebe-se muito bem, mas de certeza que vai ganhar com dois ou três anos de guarda (garrafa enviada pelo produtor). 

Quinta de San Joanne Terroir Mineral 2011. Um vinho do João Pedro Araújo que pede meças ao tempo (notas de prova aqui). Ainda há muita gente que "destingue" os vinhos verdes dos "maduros" sem saber que é da Região dos Vinhos Verdes, no Nordeste Lusitano que se fazem dos melhores brancos. Este estava ainda muito novo. Verde Branco para beber com dez anos... (Gostei, naturalmente, mas só vamos ver o que que o vinhovale daqui a uns três anos. Grande vinho).

Quinta das Bágeiras Avô Fausto tinto 2010. Foi a primeira edição dum vinho que se pretende fácil de beber em novo, ao contrário dos Garrafeiras e do Pai Abel, que aguentam anos em cave. Este em novo estava muito porreiro e elegante, mas sete anos após a colheita, deslumbrou. Um Vinhão... Mário Sérgio a mostrar que é o Enfant Terrible da Bairrada.

Para terminar, o Baga Bairrada das Caves Aliança. Bolhas honesto e a um preço muito interessante (a rondar os sete euros), é dos meus BB preferidos.  






sexta-feira, 5 de janeiro de 2018

Provas #14



Gosto de reunir amigos à volta da mesa, com comida a acompanhar bons vinhos. Neste almoço, provámos quatro vinhos do Márcio Lopes e mais quatro belos vinhos...




  • Quinta do Poço do Lobo Espumante Bruto 2014. Feito com Arinto e Chardonnay, é fresco e elegante, bom para welcome drink, mas muito bom para entradas ou leitão Bairradino. Bom equilíbrio das castas, a comporem um espumante que se bebe com muito prazer.
  • Ensaios Soltos Alvarinho Estágio Prolongado 2016. Uma parceria do Márcio com o Fernando Moura (enólogo da Adega de Monção) que deu apenas trezentas garrafas dum vinho sedutor. Foge ao perfil dos Alvarinhos tradicionais, é mais austero, com a madeira a dar complexidade ao vinho, sem o marcar. Feito para guardar uns anos, já se bebe muito bem a acompanhar um bacalhau cozido com legumes, mas que não vira as costas a um pregado no forno. Haja paciência para ver como evolui. Belo vinho...
  • Permitido da Centenária 2016. Outro vinho do Márcio, classificado com 92+ na Wine Advocat de Robert Parker. Estamos perante um vinho muito sério, um dos melhores brancos oriundos do Douro. Transcrevo aqui a nota do Marcio:

    "Feito com uvas do Douro Superior, proveniente de uma Vinha Centenária plantada no século XIX, a quase 800m de altitude, este vinho fermentou de forma espontânea, sem controlo de temperatura, em barrica de 700L e onde permaneceu por 10 meses nas borras totais. Estamos a falar de +-15 castas que compõem este branco, nomeadamente, Folgazão (Terrantez), Dona Blanca, Verdelho, Siria, Malvazia Rei, e outras que ainda estão por identificar. Foi engarrafado sem filtrar ou estabilizar. Trata-se de uma edição numerada e limitada a 1.193 garrafas. Penso que estamos perante um vinho que não tenho memória de ter provado nada igual, sobretudo pela forma tão natural e subtil que se apresenta."
  • Seguimos com o Proibido à Capela de 2016. Enquanto o Proibido Grande Reserva 2015 se apresenta opulento, complexo, a ombrear com os grandes tintos do Douro Superior (mais ou menos como referi aqui), este vem prazenteiro, com os seus 11º de álcool, fora do baralho, fora do que se espera dum tinto do Douro Superior. São apenas quinhentas garrafas dum vinho fresco e que em prova cega podia passar por um vinho da região dos Vinhos Verdes. Excelente para um bacalhau cozido regado com bom azeite. Mais informação aqui.
  • Quinta Grande 1993. Na altura denominado vinho Regional do Ribatejo, mostrou-se em grande forma, muito melhor do que outra garrafa de que dei nota aqui. Na GN ainda há o de 1995, para quem quiser provar...
  • Quinta da Gaivosa 1995. O primeiro foi feito em 1992 pelo Eng. Domingos Alves de Sousa com Anselmo Mendes. Agora, quem comanda a enologia das propriedades da família é o Tiago Alves de Sousa. Depois do 92 e do 94, sai este 1995. Grande, complexo, a pedir para ser bebido calmamente e desfrutar dum ícone do Douro. Vinha de Lordelo e Abandonado são os topos da Quinta da Gaivosa, mas este, com o nome da quinta, será sempre uma referencia do Douro.
  • Proibido Vintage 2015. Outro vinho do Márcio, o primeiro Vintage. Muito elegante, diferente dum vintage novo das casas clássicas, bebe-se muito bem a solo assim em novo, mas tem estrutura para aguentar anos na garrafa. Que venham muitos mais.
  • Para acabar, o Grande Borga Espumante Bruto 2010. Do melhor que se faz na Bairrada, foi um dos melhores espumantes (Champagnes incluídos) que já provei. E em Magnum é outra loiça. Que grande espumante de Carlos Campolargo.