domingo, 29 de junho de 2014

Empadão de Bacalhau e Covela Edição Nacional Avesso 2013

 
Comecei por cozer batatas e escalfar bacalhau. Fundo de azeite num tacho de fundo grosso, cebola cortada em meias luas finas, pimento em tiras finas, alho picado, pimenta a gosto, uma malagueta seca picada e deixei em lume medio até a cebola ficar translucida. Entretanto limpei o bacalhau de peles e espinhas, esmaguei as batatas grosseiramente e juntei tudo no tacho. Juntei um pouco de leite, envolvi tudo muito bem e passei a mistura para um tabuleiro de barro e cobri com umas nozes de manteiga. Entretanto liguei o forno a 200º C e levei o empadão a alourar um bocado. Servi com uma salada de tomate, cebola e pepino, temperada com flor de sal, vinagre da Quinta das Bágeiras, azeite da Herdade Grande e um pouco de orégãos secos.

 
Para acompanhar este prato escolhi um vinho da renovada Quinta de Covela, o Edição Nacional Avesso. Já tinha provado este vinho (no simplesmente... Vinho) e tinha gostado da austeridade, acidez, mineralidade e apetência para acompanhar comida. Muito bem feito, ligou bem com o prato e ainda esteve muito bem a acompanhar uma seleção de queijos (Seia, Niza e chèvre). Está a oito euros na Garrafeira Tio Pepe.
 

Cozido e Frei João Reserva Branco 2009



 
Um singelo cozido, feito com galinha, vitela, ossos da espinha do porco (deixados em sal de um dia para o outro e posteriormente demolhados), chouriço de carne e de sangue da Guarda, chouriço de porco preto alentejano, batata, brócolo, cenoura, nabo e couve flor.
 
A minha companhia natural para um cozido é um vinho tinto, mas com o tempo mais quente, um branco bem feito e com alguma idade acompanha este prato muito bem. Foi o caso do Frei João Reserva branco de 2009, de que já tinha dado conta aqui quando saiu para o mercado, há uns três anos. Com os quase cinco anos de vida, está a ter uma evolução porreira e a indicar que está aí para as curvas. Custou menos de sete euros na Garrafeira Tio Pepe. Vale a pena.

 

terça-feira, 10 de junho de 2014

Quinta das Bágeiras Espumante Bruto Natural Super Reserva 2011 | Ensopado de Pregado



 
No sábado passado fui visitar um dos mais emblemáticos produtores portugueses de vinho, um vigneron, um wine freak, o produtor do ano de 2013 da RV e agora Comendador da Ordem do Mérito Empresarial, o Mário Sérgio Alves Nuno.
 
Foi com sentida satisfação que recebi a notícia de que o seu trabalho de um quarto de século foi reconhecido pela Presidência da República.
 
Quem passa aqui no blog sabe que sou um admirador (quase) incondicional do Mário e dos seus vinhos e não estranhará que neste 10 de Junho tenha brindado com um espumante dele enquanto assistia à cerimónia da entrega das condecorações.
 
Escolhi o Super Reserva de 2011, acabado de sair para o mercado. 3480 garrafas numeradas (a minha era a 1444) dum vinho feito com Maria Gomes e Bical. Tem 13º de álcool e naturalmente, não encanta gregos nem troianos quando se abre, já que foge do que se espera de um espumante de festa, facilidade, fruta e tal... É sério e grande, pede um bom copo, dispensando flutes e uma hora depois de aberto (com uma manga para se manter fresco) é que começa a mostrar tudo, principalmente se tiver comida à altura.

 
Acompanhei-o com um ensopado de pregado do mar de Mira, como este de que deixei nota aqui e ligou muito bem. O pregado ficou no ponto, com a carne sápida, firme, como se gosta :)
 
 
Parabéns, Sr. Comendador :)
 


 

segunda-feira, 9 de junho de 2014

Pai Abel 2012




 
O Pai Abel branco vai na quarta edição. Depois do 2009 que desapareceu num ápice, do 2010 que ainda se arranja e do 2011 que foi "chumbado" pela Comissão Vitivinícola da Bairrada e levou 18,5 valores na RV, aparece agora o 2012. É um vinho difícil, que pede decanter, paciência e comida.
 
É um vinho que espelha a paixão do Mário Sérgio Alves Nuno pela criação de vinhos com alma (uso esta expressão antes que se banalize) e já se afirmou como um dos melhores brancos feitos em tugal. Não é para meninos, naturalmente.
 
Profundamente mineral, com uma frescura e complexidade impressionantes, brilhou a acompanhar um bom lombo de bacalhau cozido com ovo, cebola, cenoura, batata e os primeiros feijões verdes do ano, com o azeite Romeu a acolitar. Grande vinho!!!
 
 
(vinho oferecido pelo Mário)
 

domingo, 8 de junho de 2014

Sarrabulho à Moda da Gandara e Quinta do Ortigão Baga Bruto




 
O sarrabulho à moda da Gândara é um prato de época, da matança do porco, no inverno e precisa de um vinho tinto com boa acidez e estrutura para aguentar o prato. E quando é feito fora de época? Bolhinhas, de preferência da Bairrada e feito com Baga, como este Quinta do Ortigão Baga Bruto. Um vinho com enologia de Osvaldo Amado que apresenta uma bela cor de salmão muito ténue e que tem uma boa estrutura e acidez que o fazem acompanhar este prato com muita classe. Já tinha provado este vinho mais do que uma vez, sempre a solo e sempre achei que faltava comida para ele brilhar. Atire-se-lhe um leitão feito e cortado a preceito e ele está em casa. Muito porreiro. Comprei-o a menos de oito euros no Intermarché de Cantanhede, mas encontra-se no ECI, embora com um preço a rondar os dez euros. Mesmo assim, vale a pena :)  
 
 

quinta-feira, 5 de junho de 2014

Bacalhau com Grão, Quinta das Bágeiras Branco 2013 e Azeite Oliveira Ramos Premium



 
O Loureiro 2013 do Eng. João Portugal Ramos de que falei no post anterior vinha acompanhado do azeite Oliveira Ramos Premium e a minha ideia inicial foi harmonizar esse vinho feito no Minho e um azeite feito no Alentejo, com uma comida do receituário tradicional tuga feita ali algures a meio caminho, uma variação da meia desfeita estremenha. Como o vinho já tinha sido bebido e não o encontrei à venda, substitui-o pelo Bágeiras colheita branco 2013.
 
O prato saiu bem, com um bom lombo de bacalhau cozido com grão, ovos e um molho chamado de verde no norte que é feito com cebola picada, salsa igualmente picada, bom azeite, neste caso o Oliveira Ramos e umas gotas de bom vinagre, o da Quinta das Bágeiras.
 
 
 
 
O vinho reflete o que o Mário Sérgio Alves Nuno anda a fazer há 25 anos. Espumantes, brancos e tintos com uma capacidade notável de desenvolvimento em cave. Este 2013 está muito novo, mas dá prazer na prova, embora mereça que se guardem umas garrafas para abrir daqui a uns anos. Continua a ser um dos meus brancos preferidos.
 
Já o azeite, é uma outra tentação. Fresco e delicado (dei por mim a meio da refeição a deitar umas gotas numa fatia de um belíssimo pão de Vila Flor) e quase viciante, é muito bem feito e a justificar o preço pedido a rondar os nove euros por uma garrafa de meio litro. Gostei muito das notas de frutos secos sem exageros. Muito equilibrado :)

 
(o azeite foi enviado pelo Produtor)