Apetecia-me ter dado outro nome a este post. Algo como "Aproveitamento e Estilo", mas iria de algum modo confundir os pescadores do Google, pelo que fico a relatar apenas o que é...
O aproveitamento é uma cabidela de leitão. Depois de se matar e limpar o bácoro, depois de lhe dar o devido tratamento e de o enfiar no forno, ainda fica uma série de "despojos" a que urge dar uso. Nada de novo, afinal é transversal na nossa cozinha (basta pensar no cabrito no forno e seu arroz de miudos no forno) e nada condenável. Todas as miudezas são cortadas em pedaços pequenos e levadas a "estufar" em lume brando com cebola, salsa, banha de porco e vinho branco. A meio da cozedura, junta-se o sangue previamente cozido e esfarelado, bem como um pouco do molho do leitão. Serve-se com batatas cozidas com a pele. Desconcertantemente simples de fazer, é uma delícia...
O estilo vem de um improvável vinho tinto de Penalva do Castelo, feito de Tinta Pinheira aka Rufete, pelo João Tavares de Pina na Quinta da Boavista. Da colheita de 2009 e ainda em inox. De cor vermelho violeta não muito carregado, tem na acidez e numa certa austeridade os trunfos que o tornaram mais que bom a acompanhar este prato. Fico à espera que seja engarrafado e venha para o mercado...
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