Almoço num belo Salão do Clube de Viseu, com as mesas dispostas em "U" para 36 pessoas. Harmonização de vinhos do Dão... Sete vinhos brancos dos anos de 1971 a 2009 e outros sete tintos de 1963 a 2008, nove pratos preparados por Rodion Birca (sete, mais um intermezzo mais uma sobremesa) e sete peças da tradição erudita, europeia (seis, mais uma de Villa Lobos, mas Tellemann_x2, Albeniz, Mozart, Koechli e Chopin compuseram o alinhamento). Organização de José Carlos Sousa, José Miguel Amaral ao piano e as solistas Rita Tavares de Pina_x2 (flauta transversa), Patrícia Rodrigues (acordeão), Liliane Rodrigues Pereira (piano), Marina Correia (saxofone), Francisco Agostinho (guitarra) e Anícia Pinto da Costa (piano). Agradecimento do João Tavares de Pina ao Conservatório Regional de Música de Viseu, mais que merecido.
Começaram por ser servidos o Verdelho da Quinta das Maias 2009 e o Primus 2007, de Álvaro de Castro.
Luís Lourenço a falar do seu "Verdelho". Gostei muito do Primus 2007 do Álvaro de Castro, mas para acompanhar a comida, o Verdelho das Maias esteve uns furos acima do aristocrático Primus; o Verdelho para a mesa, o Primus para os concursos (o que não quer dizer que não o queira provar outra vez, de bom que era). Mais tarde, quando o Luís Lourenço veio servir um vinho do CEN balbuciei algo como: foi este tipo que fez o verdelho, não foi? ainda bem que vim precavido, tenho um pacote de vinho branco no bolso. o luís lourenço disse que sabia que eu ia estar e naturalmente trouxe os piores vinhos da casa. Bela resposta por parte de um dos grandes produtores do Dão, mesmo sabendo (ele) que sou grande fã...
O primeiro prato foi Requeijão de Ovelha com Agridoce de Tomate e Agrião.
Os vinhos seguintes vieram da Quinta dos Carvalhais (um Encruzado de 1998) e da Casa de Darei (grande escolha 2007). O Encruzado dos Carvalhais deixou (duvidosas e pleonásticas) dúvidas acerca da sua boa saúde ao fim de quase doze anos, mas nada que faça perder o desejo de provar a edição de 2009. Continua a ser uma referência dos brancos do Dão. Já o Darei, comportou-se muito bem, como seria de esperar.
Servindo os vinhos... Manuel Vieira não queria que faltasse nada.
A Joana Pais falou do Encruzado dos Carvalhais...
O prato... Sardinha alimada com pimento confitado. Excelente a sardinha, em muito bom tom as sementes de coentros. Deliciosas nessa preparação.
Terceiro momento... Hora de provar brancos do CEN... 1971, 1980, 1992.
Luís Lourenço a servir o 1980... É assim que se redescobre a paixão pelo vinho, acho...
Joana Pais, again...
Os três vinhos nos copos. 1971, o mais adorado, 1980, o mais apto para acompanhar a comida (imho) e o 1992 a dar boa conta, mas sem deslumbrar.
O prato era um folhadinho de queijo da Serra, mel e alecrim...
Entrada nos tintos... Quinta da Fonte do Ouro Touriga Nacional 2008, by Nuno Cancella de Abreu e o Quinta da Bica reserva 2005. Um "tourigo" novo e um clássico... Quem ganha? Ninguém.
O prato foi um crocante de Morcela da Beira, emulsão de Abacaxi e redução de Balsâmico.
Depois do prato, uma saudável discussão em torno dos perfis do vinho do Dão. Charles Metcalf defende os dois estilos. O clássico e o "idiossincrático". O clássico para garantir a estabilidade económica e as "experiências" para levar o Dão ainda mais longe...
Momento de paz... Consommé de codorniz, Croutons de Gengibre e ervas Aromáticas...
Hard time of the day... Um vinho do João Tavares de Pina ao lado dum monstro do Dão. O Falorca Garrafeira 2003 é um dos melhores vinhos do Dão. O reserva 2003 do João acabou por ser um bom parceiro para o prato seguinte. Vivam os vinhos garrafeira do Dão e os que o JTP reserva...
Time to JTP falar dos seus vinhos... Gostei.
O prato tinha almondegas de lebre, esmagado de batatas e espinafres frescos... Gostei.
Time to taste old DAOS... 1970 e 1971...
Nuno Cancella de Abreu a ser muito mais que simpático e a servir o vinho...
Para um Arroz de Polvo com escalfado de ovo de codorniz e emulsão de coentros... Estava bom, tirando os coentros... mas isto é a minha embirração com coentros a falar...
The Grand Finale... Dão Touriga Nacional 1963... Um dos vinhos do século XX para João Paulo Martins. Uma MasterPiece do Eng. Vilhena, um vinho com mais de 15º que deve ter sido imbebível durante muito tempo. Veludo, seda... não há palavras.
Com um lombinho de Bacalhau suado em borras de tinto...
Depois de provar este vinho, não havia espaço para qualquer outro, tirando um colheita tardia da Quinta dos Carvalhais que tardava em aparecer para acompanhar este pudim do Abade de Priscos...
Em conclusão, não é preciso dizer muito... Um Almoço inesquecivel...
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