O coelho à caçador é uma das minhas iguarias preferidas. Idealmente será selvagem; não o sendo, criado em espaço onde se possa movimentar e bem alimentado. Este, criado com espaço para fazer exercício e correctamente alimentado foi primorosamente preparado pelo meu pai.
É assim:
_limpa-se o coelho depois de morto (com uma pancada na nuca - não sofrem), corta-se em bocados grandes e deixa-se a marinhar em vinho tinto, alho e louro cerca de doze horas.
_num tacho, deita-se banha de porco e aloura-se ligeiramente o coelho; reserva-se a carne e deita-se cebola em rodelas, toucinho de porco (préviamente salgado e demolhado). Deixa-se alourar, junta-se um pouco de tomate bem maduro, o coelho e o líquido da marinada e deixa-se estufar em lume brando. Junta-se pimenta e, querendo ervas aromáticas (neste, o tomilho ficou muito bem) a gosto (e dependendo do coelho) e deixa-se acabar de estufar, tendo o cuidado de juntar mais vinho caso o molho reduza muito.
_serve-se com batatas cozidas com pele e posteriormente descascadas (gosto muito de juntar um pouco de salsa picada às batatas imediatamente antes de servir).
_e porque este coelho é uma delícia, merece acompanhar com um bom vinho; escolheu-se um Duas Quintas Reserva de 2003 que harmonizou excelentemente.
segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Cupido vou sair de fininho da tua cozinha;) é a única coisa que eu nunca comi nem consigo comer e nunca fiz.Eu e filhos nunca provamos e dizemos que não gostamos:)A minha mãe diz que quando eu era pequena tentou-me enganar várias vezes e não conseguiu:).Nem consigo tocar no bichano brrrr mas acredito que deve ser mesmo bom:)))Beijinhos
ResponderEliminarSe eu tiver que matar o bichinho bem que não como coelho. Ou vem morto ou eu não mato! Gosto muito mas tenho que pensar que é apenas um naco de carne como outro qualquer :)
ResponderEliminarIsabel, é das minhas iguarias preferidas; para delícia tem tudo..
ResponderEliminarAmeixinha, não tens que matar o bicho, mas também não o podes confundir com outro qualquer :)
Cupido têns um dasafio para ires buscar!!!Claro se quiseres;)Beijinhos
ResponderEliminaradoro... e faço sempre com os coelhos que o meu marido traz da caça.
ResponderEliminarpena que a caça já não seja o que era antes, pois para estes lados quase que já não há caça nenhuma!
Coelho perfeito, sim senhor! Da banha à salsa, está lá tudo o que pertence a esta grande receita.
ResponderEliminarE como vejo que, por aqui, ainda se mata o bicho, duas dicas:
- Se, após a pancada, se pendurar o coelho de cabeça para baixo e se fizer um pequeno furo no palato, obtém-se em cinco minutos meio copo de sangue precioso para o futuro do "molho" e outra textura para a carne, mais parecida com a brava, sangrada pelo tiro fatal.
- Querendo dar um sabor mais bravo ao manso, além do tomilho, fica muito bem um ramito de alecrim e, principalmente, a flor de carqueja.
É claro que este coelho deve ter ficado maravilhoso, só pode!
ResponderEliminarSou como a Ameixinha, tenho de pensar que a carne que como não era de um animal que em tempos teve vida... é que gosto demasiado de carne e peixe para virar vegetariana.
Não consigo gostar de coelho bravo, ups!
Beijinhos.
Luís, esse pormenor de recolher o sangue é muito interessante. O meu avô, depois da pancada, dava um golpe no pescoço e recolhia o sangue para fazer um arroz de cabidela de coelho (não me lembro de ter comido, o meu pai é que se referiu a esse arroz - disse que comeu muitas vezes, gostava - mas prefere a preparação dele, aliás, muito parecida com a que puseste no teu blogue - fui relembrar)
ResponderEliminarAna, percebo que muitas pessoas não gostem destas coisas - coelho (neste caso meio) bravo. No teu caso só posso dizer que não perdes muito, porque tens um bom e abrangente gosto pelas boas comidas.
ResponderEliminar