domingo, 20 de setembro de 2009

Cozido Tuga e Syrah do Sr. Jorgensen

A passada quarta-feira amanheceu com um ar assim a modos que para o semi-escarúnfio (nublado) o que me levou a reservar um vinho tinto no frio... Olhei para as coisas que tinha na garrafeira e escolhi o improvável Syrah Cortes de Cima 2004 para saudar o regresso do tempo fresco. Improvável pelos 14º de álcool, a pedir maior invernia para ser consumido. Ainda assim, ficou a refrigerar, sem eu ter sequer pensado com o que iria acompanhar. Uns aguaceiros durante a tarde ajudaram a escolher o jantar... Um cozido de carnes era boa ideia. Não um daqueles cozidos supimpas, dito "à Portuguesa" feitos com:

_chouriço, chouriço de sangue, morcela, farinheira e demais enchidos que apeteçam
_presunto, pé, rabo, orelha, ossos da espinha e entremeada de porco (salgados e demolhados)
_galinha
_entrecosto/costela de vaca

_batata, cebola, cenoura, nabo, couves (portuguesa, coração, branca), grão

e um arroz feito com o caldo de cozer as carnes (e terminado no forno, de preferência).

Efectivamente, o Cozido é um prato fantástico. Com algumas variações de região para região, mas sempre delicioso, desde que feito com bons ingredientes. Curiosamente é um prato que (e bem) resiste a tudo, desde a patetice de o tentar fazer nas bimby's (não cabe e ponto final) até a algumas inovações de ingénuos "chef' s" de cozinha.

Este foi um muito singelo cozido, feito apenas com farinheira, chouriço, morcela, orelha e entrecosto de porco (frescos... ficam a milhas da carne deixada uns dias em sal e posteriormente demolhada) e batata, nabo, cenoura e couve branca. E sem o belo do arroz a acompanhar. Ainda assim, não ficou mal para acompanhar o Syrah do Sr. Jorgensen...



Feito na Herdade Cortes de Cima, Vidigueira pelo Sr. Hans Christian Jorgensen, este vinho está inserido na gama média da casa, juntamente com o Cortes de Cima e o Aragonez (pvp - 10/12 €) acima do Chaminé (5/6 €) e abaixo do Reserva, Touriga ou Incógnito (50/60 €). Muito bem feito, com madeira e taninos no sítio, corpo a aguentar o álcool, muito guloso e aveludado... Foi decantado e servido a 16º C, dando um grande prazer na prova e no acompanhamento da comida. Grande aptidão gastronómica. Nota pessoal: 16,5.