Este é um livro que eu “quase” li… e uma nova contribuição para a Academia dos Livros.
“A Bimby na Cozinha Regional Portuguesa”, edição da Worwerk.
Fiz o download da publicação em PDF (147 páginas - cerca de 33Mb) que começa com uma introdução da directora comercial da Worwerk Portugal, um índice que apresenta 55 receitas e textos do Chef Albano Lorenço e do Rui Falcão. Depois das receitas (e cada receita tem uma proposta de vinho para acompanhar) tem uma ficha técnica que refere que a 1ª edição é de Outubro de 2008 e ainda que é interdita a reprodução de textos e imagens por quaisquer meios. Esta parte não percebi, ou melhor, acho que percebi, porque a edição em papel custava € 30,00 (o que dá cerca de € 0,55 por receita, quase o preço de um café – a mim saiu por menos de um euro, ligação à net, electricidade e uma água incluídas) e ainda tiveram que pagar às pessoas.
Com efeito, quase nada me move contra a “bimby”, tirando (e não é pouco) o facto de reduzir o acto apaixonado de cozinhar a um mero conjunto de “operações” que passam por “ler receitas”, pesar ingredientes, regular o termostato, programar o programa (é mesmo para ser um pleonasmo), rezar para que a máquina (com duplo sentido) não se engane e desfaça a comida, lavar a máquina, lavar a máquina, não lavar a máquina, acabar a comida no forno…
Na verdade, a bimby pode ser um auxiliar interessante na cozinha, mas não é a cozinheira.
Quando li o texto de introdução da Isabel Padinha, retive isto:
“Verificará, com prazer, que pela simplicidade de processos que as novas tecnologias nos oferecem, é fácil recuperar a tradição e trazê-la para a mesa do nosso dia a dia. Sentirá, ao passear por este livro, que a bimby vale a pena e que quem a conhece embarca numa viagem sem retorno.”
Não percebi se o discurso se destina a vender a maquineta, porque se presume que o livro se destina a quem já comprou, mas enfim…
Os textos seguintes, do Albano Lourenço e do Rui Falcão dizem pouco mais que isto:
“Ok, levem lá o texto, ponham os nossos nomes para credibilizar isto e passem o cheque..."
Quanto às receitas, não se pode dizer que tenha havido um trabalho cuidado por parte de quem fez o livro; não se percebe bem porque se escolhe a receita A em detrimento da B. Ainda assim, em relação a algumas receitas, tive o cuidado de as comparar com os “originais” e algumas até convencem.
O que não convence é apresentar o Bacalhau à Zé do Pipo como sendo da Beira Alta, mesmo que se refira em nota que faz parte do Receituário do Porto… Vou ali ao GoogleMaps e já volto, mas antes deixo a receita transcrita, embora seja proibido.
Não será a melhor coisa para cozinhar, mas faz umas t - shirt' s fantásticas...