Sobre as alheiras de caça nem há muito a dizer; não sendo de caça, o que se paga a mais em relação às normais acaba por valer a pena pela quantidade de carne (frango e coelho) e pela textura e sabor. Na impossibilidade de dispor de alheiras "caseiras" (o que é treta, podem ser feitas em casa e ser mal feitas) as alheiras industriais já vão sendo de qualidade muito razoável. Entre as das charcutarias top e as que se encontram nos supermercados as diferenças já não são muito grandes. Não me alongo sobre este hábito de retirar a pele à alheira, apenas assumo que é completamente contra a tradição transmontana de grelhar a alheira na brasa ou de a fritar numa frigideira sem gordura e que será uma versão criada pela restauração para apresentar a alheira inteira e não semi-desfeita. Esta levou uma incisão longitudinal pelo exterior da pele e fritou em óleo quente. Foi servida sobre cama de couve branca (pois, sem os belos dos grelos cozidos) e com batatas fritas.
E um Bafarela Reserva 2006 a acompanhar. Completamente diferente do "seu" irmão de 17º, aparece cordato e de fácil prova. Feito na Pesqueira com 40% de Tinta Roriz, 20% de Tinta Amarela, 20% de Touriga Franca, 15% de Tinta Barroca e 5% de Touriga Nacional, fez um estágio de 18 meses em madeira de 2º ano. Com 13,5º de álcool e a madeira bem integrados pelo corpo, com os taninos redondos e final médio. Não deslumbra, mas não desaponta. Nota pessoal: 15,5.