quarta-feira, 9 de setembro de 2009

aka* Açorda de Polvo e Soalheiro Primeiras Vinhas 2008

Esta preparação aka* açorda de polvo foi feita assim:

Cozi um polvo em pouca água e quando já estava macio juntei sal e algumas folhas de couve portuguesa que deixei "escalfar".
Retirei do lume, coei e reservei a água da cozedura, cortei a couve em tiras finas e o polvo em pedaços pequenos. Num tacho de barro deitei alho esmagado e picado e azeite e deitei o polvo e pimento vermelho que deizei a confitar em lume brando. Entretanto, parti o pão em pedaços e deixei-o a demolhar na água da cozedura do polvo. Juntei o pão ao polvo e fui mexendo até a açorda estar homogénea. Juntei a couve, ovo na sua casca e levei ao forno a finalizar.

A base desta preparação são as migas de Bacalhau à moda de Lafões, mas aqui com polvo, o ovo e a finalização no forno. Para alêm de um pouco de sal marinho, não levou qualquer outro "tempero". Simplesmente porque não precisava, uma vez que o azeite e o alho confitado, juntamente com o pimento e a couve formam um conjunto de aromas e sabores completo, ao mesmo tempo que os ingredientes usados mantém a sua identidade. Esta preparação foi feita para o Soalheiro primeiras vinhas 2008 e baseada no que me lembrava da edição de 2007, uma vez que ainda não tinha provado o 2008.



Elegância e requinte, são as palavras que me ocorrem para adjectivar este belo Alvarinho. Menos exuberante que o seu irmão "normal", com um perfil mais austero que o 2007, mas a proporcionar bela prova. Pvp: € 16,00. Nota pessoal: 17,5.

"Sim, é verdade, há muito que o Soalheiro já se tinha afirmado como produtor de referência dos vinhos Alvarinho, dos vinhos de Monção e Melgaço. Sim, é verdade, o Soalheiro sempre foi um produtor pioneiro, o modelo que definia, e define, o futuro da região. O que mudou agora foi que o Soalheiro se converteu, não numa potência regional, mas sim num dos produtores mais conceituados e respeitados do país. Será mesmo, porventura, o produtor de vinhos brancos mais consistente e aclamado de Portugal, oferecendo os brancos mais excitantes do país. E este Primeiras Vinhas foi, seguramente, um dos principais responsáveis para essa mudança de percepção. Porque quando falamos do Primeiras Vinhas, falamos de um branco absolutamente excepcional, capaz de ombrear, sem razões para corar, com as melhores referências internacionais.
Chama-se Primeiras Vinhas porque provém das vinhas mais velhas, cepas com quase trinta anos, as primeiras a serem plantadas em Melgaço. Vinhas na idade da razão, capazes de proporcionar Alvarinhos precisos e cristalinos, puros nos aromas, impressionantemente límpidos e certeiros. Mas, apesar da relevância, a idade das vinhas não é motivo suficiente para explicar tamanha limpidez e energia. A enologia minimalista, os riscos de uma intervenção quase inexistente, bem como as práticas biológicas quase radicais, ajudam a justificar a potência contida e a incrível precisão aromática."
(daqui)



* - also known as.