domingo, 17 de maio de 2009

Pá de Porco no Forno e Quinta do Monte d'Oiro Reserva 2000 e 2001 em Prova

O Quinta do Monte d’Oiro Reserva 2000 exprime aromas exuberantes de ameixas pretas, pimenta, chocolate, couro e aquele toque de alcatrão tão característico dos seus ancestrais no norte das Côtes du Rhône. As notas minerais profundas acompanham a fruta bem específica. E o equilíbrio sensato da acidez, taninos e preciosa madeira onde estagiou proporcionam um vinho sólido e carnudo, de estrutura firme na boca e uma persistência muito prolongada.
O seu estilo elegante e opulento, a par da sua estrutura de base, imprime um sentimento de plenitude e aconselham-no para acompanhar pratos possantes de requintada elaboração. O seu bouquet de trufa torna-o próprio para acompanhar elaborações em que rescenda o aroma do diamante negro. O parceiro ideal para a corpulência deste vinho será a caça de pêlo, particularmente a lebre, o veado e o javali.
Ainda na sua versão jovem (até 2005/6) pode ser servido com um pato assado com azeitonas ou uns rins de porco à la creme, onde os distintos aromas e a sua poderosa estrutura equilibrarão os gostos delicados e as estruturas moelleux dos pratos.
Mas a excelência será adquirida após envelhecimento, na altura em que os aromas terciários farão jus à alta cozinha, como seja um foie gras salteado com castanhas, um faisão estufado, uma sela de borrego ou uma galinhola, em que o vinho suculento fará as honras a acompanhar as iguarias numa harmonia incomparável de gosto e sabor.
(José Bento dos Santos).



Que o Eng. José Bento dos Santos é um dos grandes produtores de vinho deste País, creio não restarem dúvidas a qualquer enófilo. As notas de prova dos vinhos e os prémios atestam-no (infelizmente os preços também). Que é um gastrónomo e excelente comunicador, presumo que não existam dúvidas.

Depois de ler o texto que ele escreveu sobre o seu Quinta do Monte d'Oiro Reserva 2000, surgiu a vontade de o provar ao lado do "irmão" de 2001, numa mini-prova-vertical-com-duas-edições-do-vinho.


As harmonizações sugeridas pelo produtor (meritórias, sem dúvida) ficaram fora de questão (porque sim) e fez-se uma pá de porco desossada, com tâmaras (a rechear), alperces secos e maçãs, no forno, com azeite, alho, pimenta, pimentão, mostarda e vinho branco no forno. Ficou excelente...



A acompanhar, batatas novas cozidas e salada de rúcola, rabanete e alface.

Quanto aos vinhos (provados em sequência):

2000 - já evoluído (inesperadamente), com visível perda de aromas, algo fino na boca e com um final mais curto do que esperava. Ainda assim, a boa integração da madeira e os taninos redondos, aliados à indubitável aptidão gastronómica: 16,5 pontos.

2001 - ainda muito marcado pela madeira, algo fechado, talvez a precisar de alguma guarda; pelo vigor: 17 pontos.

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