sábado, 28 de novembro de 2009

Mais Patetices da DECO

Há um ano atrás, a DECO brindou os leitores da Proteste com um belo artigo sobre vinhos tintos da Bairrada que tinha referido aqui.



Um ano depois, na última Proteste, a DECO analisou 34 vinhos brancos do Alentejo com indicação geográfica e 16 com denominação de origem.
Claro que mediram em laboratório uma série de coisas, como o título alcoométrico volúmico adquirido, a acidez volátil e total, os açúcares totais, o dióxido de enxofre livre e total e o ácido sórbico. Verificaram se a rotulagem era completa e esclarecedora. Mas a cereja no topo do bolo foi mesmo terem constituído um júri de amadores e profissionais que em prova cega se pronunciaram sobre a limpidez, cor, aroma e sabor de cada vinho, de forma a conhecer a probabilidade de os vinhos agradarem e também, detectar eventuais defeitos, tendo ainda o painel “profissional” determinado o período óptimo de consumo de cada vinho.

Os 50 vinhos escolhidos por tão distinta publicação pertencem (dizem) às marcas mais importantes e colheitas recentes disponíveis no mercado aquando da publicação da revista.

Todo o artigo dá vontade de rir, ou de chorar… Parece que a informação do rótulo e o respeito pelas normativas legais são mais importantes que o produto/vinho. Aliás, quando referem prova cega, não dizem mais nada… Quem provou?
Naturalmente, o Pêra Manca ganhou, nove pontos à frente do Lóios e se se optar por uma das escolhas acertadas deles, o Terras d’el Rei, poupa-se 8,87 € face ao Esporão Reserva…

Mais um péssimo serviço prestado aos consumidores, mas pelo menos este ano não disseram que em vez de se comprar uma garrafa de Pêra Manca se podiam comprar 21 garrafas de Terras d’el Rei…

Deixo apenas o top-ten. Boas compras...




Tanto rigor e nem quiseram ver que os vinhos classificados em 9º e 10º lugar estão trocados (o preço mínimo do Redondo Roquevale é inferior ao Selecção dos enófilos), o que em rigor tiraria o estatuto de escolha acertada que deram ao Selecção dos enófilos. Quem ganha com isto é o Intermarché que vai vender muitas garrafas aos "consumidores esclarecidos" que até vão agradecer pelo "serviço" que lhes foi prestado.