sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Alheiras de Caça e Tapada de Coelheiros 2008

Já tenho tido muitas experiências com alheiras, das melhores às piores... Ultimamente tenho andado a experimentar algumas que são vendidas em hipermercados e resolvi comparar duas: as alheiras de caça "Bísaro", compradas a € 10,45/kg no Jumbo de Gondomar e as alheiras de caça "Ilda Lázaro", compradas a € 6,89/kg no Continente das Antas. As primeiras aparecem com muito bom aspecto, louras acastanhadas e com uma boa consistência; já as segundas aparecem branquelas, mais moles e com a salsa picada a dar uns laivos esverdeados.

Para as degustar, fiz assim:

Deitei um fundo de óleo de pouco mais de 1cm numa frigideira e levei a lume baixo. Descasquei batatas de polpa amarela e cortei em palitos toscos. Confitei as batatas no óleo (a menos de 110º C) e quando estavam macias polvilhei com sal fino e reservei. Juntei um pouco de banha de porco ao óleo onde fritei as batatas e deixei aquecer até cerca de 150º C. Fritei as alheiras (depois de lhes ter feito uma incisão longitudinal da parte de fora para a pele sair e as alheiras ficarem direitinhas) e reservei-as. Aqueci a gordura até aos 180º C e dei uma segunda fritura às batatas. As batatas fritas assim ficam macias por dentro e crocantes por fora. Entretanto, tinha cozido grelos de nabo; escorri-os e salteei-os numa frigideira com azeite e alho e fui desfazendo-os com a colher de pau. Juntei um pouco de farinha de milho e fui mexendo até obter uma "papa" consistente. Servi...

As alheiras "Bísaro" apresentaram-se empapadas, deselegantes e com um indesejável gosto a colorau, enquanto que as "Ilda Lázaro" se apresentaram muito mais correctas e sápidas. Já é a segunda vez que enfio um barrete com produtos da marca Bísaro... Enfim, posso dizer que as alheiras Ilda Lázaro, não sendo nada de especial, bateram as outras por 10-0 e ainda por cima são um bocado mais baratas.



Para acompanhar estas alheiras resolvi beber um vinho branco que não provava há bastante tempo. O Tapada de Coelheiros Branco 2008. Feito com Arinto, Chardonnay e Roupeiro, estagia durante três meses em madeira. O trio de castas resulta muito bem, com o chardonnay a dar a untuosidade, o arinto a contribuir para a frescura e o roupeiro a equilibrar o lote. Um vinho que é um clássico do Alentejo. Nota pessoal: 16,5.