Já tenho falado por aqui algumas vezes de confitados... Os de porco, quando bem feitos, são absolutamente deliciosos. Há muitas formas de os preparar e creio que a mais emblemática será à moda do Alentejo, com a carne de porco marinada e depois conservada na própria gordura da preparação (aqui). Estes foram feitos assim:
Cortar uma parte da pá do porco em pedaços com cerca de cinco centímetros de lado e deixar a marinar em vinho branco, alho esmagado, sal, louro (pouco, porque dá um toque demasiado vegetal à carne) e pimenta preta em grão durante 12 horas (por uma questão prática, pode-se deixar a carne a marinar num saco de plástico fechado, no frigorífico - optimiza o contacto da carne com a marinada, não desperdiça o líquido da marinada e não deixa cheiros - mas se for numa caixa que feche hermeticamente o resultado é o mesmo). Levar ao lume médio uma frigideira com banha de porco, retirar a carne do líquido da marinada (passar por papel de cozinha, para secar) e deitar na frigideira (a banha não deve estar muito quente e deve ser suficiente para cobrir a carne). Reduzir o lume e esperar... A carne aos poucos vai alourando e, quando estiver loura (demorou cerca de uma hora e meia), retirar e desligar o lume.
Para o porco preparado assim, o meu acompanhamento preferido são mesmo "batatas fritas" e uma salada de alface. Não as banais batatas fritas, mas "batatas fritas", que isto não é cortar as batatas, enfiá-las em óleo quente e comer...
Estas foram feitas com batatas pequenas de polpa amarela, descascadas e passadas por água fria (não precisam de sal, o da gordura é suficiente), que levei a confitar na gordura onde preparei o porco (a cerca de 120º C)... Sempre em lume baixo; quando as batatas estavam "cozidas" retirei-as e deixei-as arrefecer; passados uns 10 minutos, aqueci a gordura em lume vivo (com a gordura a cerca de 200º C) e voltei a deitar as batatas. Ficam muito macias por dentro e crocantes por fora, uma delícia.