sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Arroz de Polvo Mk II | Ázeo 2011

Este arroz foi feito com o mesmo polvo do outro arroz de que tinha dado conta aqui. Como o outro ficou a raiar a excelência, achei por bem repetir a experiência, mas desta vez numa versão mais radical, para se encontrar com um outro branco a raiar o topo, o Ázeo 2011, do Douro e do João Brito e Cunha.


Tinha guardado metade do polvo, juntamente com parte da água da sua cozedura. Tirei a frigoverre do frigorífico e deixei que o polvo e a sua água ficassem à temperatura ambiente. Entretanto levei ao lume um tacho com um fundo de bom azeite, uma cebola picada, uns dentes de alho esmagados e picados, pimenta preta do almofariz, uma folha de louro, uma malagueta seca e um pouco de sal. Deixei a cebola refogar um pouco, juntei arroz carolino e deixei fritar. Juntei o polvo, envolvi tudo e adicionei a água da cozedura do polvo (seria cerca do dobro do volume do arroz) e um pouco de vinho tinto (para perfazer o triplo do volume de arroz). Quando levantou fervura, reduzi o lume ao mínimo e deixei cozer doze minutos. Desliguei o lume e juntei um pouco de honesto vinagre de vinho tinto (usei o da gallo, porque me parece que este prato dispensa o uso de vinagres mais exóticos, como o fantástico Quinta das Bágeiras que costumo utilizar, um portento de concentração num vinagre com mais de vinte anos), envolvi tudo e deixei a repousar uns minutos, enquanto abria uma garrafa de Ázeo 2011.


É feito com Viosinho e Rabigato, sem passagem por madeira. Teve 17 valores do painel de provadores da RV deste mês, o que é notável. Com esta nota e (pouco) mais barato (menos de dez euros), só o Morgado de Santa Catherina 2010 (nota de prova do 2009 aqui) e o Encruzado da Quinta do Perdigão (que ainda não provei, mas que dificilmente irá escapar). O vinho está ao nível que se esperaria, já que o Ázeo é um dos melhores brancos do Douro e se aqui ficou uns furos abaixo do prato, a culpa foi do prato. Muita concentração de sabores (o polvo era óptimo) aliada à utilização de vinho tinto na confecção do prato iam matando o "arranjinho". Fica a vontade de harmonizar este belo vinho com uma bacalhauzada no forno e teremos casamento :)   

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