Este foi um arroz de polvo feito quase como se fazia na Beira Litoral, com a (nada) pequena diferença que o polvo, em vez de estufar lentamente, foi previamente cozido.
Cozi um polvo galego com cerca de um quilo e meio, em água (pouca) temperada com sal. Reservei a água e cortei o polvo em pedaços.
Deitei um fundo generoso de azeite num tacho de fundo grosso e juntei uma cebola picada grosseiramente, dois dentes de alho esmagados e picados, uns grãos de pimenta esmagados no almofariz, uma folha de louro e uma malagueta seca. Deixei que a cebola ficasse transparente e baixei o lume. Deixei em lume brando uns cinco minutos e juntei o arroz (duas chávenas de arroz carolino). Envolvi tudo, voltei a subir o lume e deixei o arroz fritar um pouco. Juntei então água da cozedura do polvo (o triplo do volume do arroz) e quando levantou fervura, baixei o lume para o mínimo e deixei cozer durante doze minutos. Desliguei o lume, juntei um pouco de vinagre de vinho tinto, envolvi e deixei uns minutos a harmonizar sabores antes de servir.
Acompanhei o prato com um Julia Kemper 2011, feito no Dão com Encruzado e Malvasia Fina. A combinação das castas costuma resultar bem e este vinho é muito interessante. Tem frescura cítrica e mineralidade, não é nada austero e alia muito boa acidez a uma boa aptidão gastronómica, que lhe permitiram acompanhar muito bem este arroz. Teve 16 pontos na prova de brancos da ultima edição da RV e custa um pouco menos de € 10,00. Muito recomendável :)
Não sei se gosto mais do polvo com o seu ar de bem cozido, se do arroz todo cremoso...
ResponderEliminarConcluindo: foi m bom casamento este arroz de polvo.
Beijinhos.
Bela execução e, por certo, melhor prova.
ResponderEliminarGostei do sábio toque final de vinagre tinto, que transtorna e transforma tudo, para melhor, como o limão numa canja!