terça-feira, 16 de novembro de 2010

The Pudding Has Been Drinking | Pudim de Moscatel de Setúbal

O título é uma apropriação parva do nome de uma das canções da minha vida, a fabulosa "the piano has been drinking", do Tom Waits, feita nos idos de 1976. Apenas o usei porque um pudim em ternário resolveu beber quase meia garrafa de vinho, ao contrário de um qualquer seu irmão quaternário que se ficaria por duas latinhas de leite e a minha carpete precisava de aparar o pelo. Para se perceber a estória do ternário e quaternário, o melhor é ver o blogue do Luís, que publicou um Pudim de Leite Condensado que foi o mote para este pudim de leite condensado e moscatel da casa Ermelinda de Freitas. Quanto à necessidade da minha carpete ir ao cabeleireiro, o melhor é ler a letra da musica, but without fear of contradiction I say the pudding has been drinking...


Quanto à receita, é de uma simplicidade desarmante. Uma lata de leite condensado, uma outra medida da lata com ovos (5 ovos calibre L) e ainda outra medida da lata de moscatel (mais 17,5% para suprir o álcool que iria evaporar), o terceiro tempo do compasso ternário. Usei o moscatel de setúbal da casa Ermelinda de Freitas porque é interessante e sobretudo, barato (custa menos de cinco Euros cada garrafa). Tenho para mim que qualquer vinho que se use em preparações culinárias deverá ser um vinho sem defeitos, mas também me parece que as preparações pouco ou nada ganharão se se usarem vinhos mais complexos e naturalmente, muito mais caros (acerca deste tema, como não sei nada, até era interessante pedir opinião aos leitores, digo eu sem saber).

Bati o leite condensado com os ovos, deixei a repousar por um bocado e envolvi o moscatel na mistura. Deitei numa forma "untada" com caramelo (líquido, my fault) e levei ao forno a 150º C sobre um banho maria de tabuleiro de barro e com a forma coberta por folha de alumínio (just in case, já que não estava para acampar em frente ao forno). Ao fim de uma hora o pudim ainda estava crú, o que se terá devido à inércia térmica do tabuleiro, pelo que deixei mais meia hora, tempo suficiente para o pudim estar a gosto. Retirei do forno e deitei a forma sobre banho maria de água fria e depois no frigorífico. Quando o pudim estava frio, desenformei e servi.


Acompanhei com o vinho do pudim, um moscatel honesto e simpático a que faltará porventura alguma acidez, precisando de ser bebido bem fresco. Ainda assim, é fresco e guloso, uma bela companhia para este excelente pudim.


3 comentários:

  1. Pois... esqueci-me de te dizer que a água do banho-maria de um pudim é a ferver, senão metade ou mais do tempo é para aquecê-la, sorry.

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  2. Eu usei água quente, a mais quente que saía da torneira, mas a água também teve que ajudar a aquecer o tabuleiro, por isso levou mais tempo.

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  3. mas que maravilha de pudim.
    execelente
    beijinhos

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