O Bacalhau à Zé do Pipo é um prato da Tradição do Porto e tal como o seu primo à Braz, é objecto de imensa confusão e disparate por essa blogosfera fora. E sem necessidade nenhuma, afinal a receita está na Cozinha Tradicional Portuguesa, de Maria de Lourdes Modesto. Está lá, não é preciso inventar. E é assim:
Ingredientes:
lombo de bacalhau, cebolas, leite, azeite, louro, sal e pimenta, maionese, batatas em puré, azeitonas pretas.
Preparação:
Depois de demolhado, corta-se o bacalhau em pedaços e leva-se a cozer em leite. Entretanto, cortam-se as cebolas em rodelas finas e levam-se a estalar com o azeite, o louro, sal e pimenta e um pouco de leite de cozer o bacalhau. A cebola deve ficar branca e macia e nunca loura. Depois de cozido, escorre-se o bacalhau e coloca-se num recipiente de barro. Deita-se a cebola sobre as postas de bacalhau, que depois se cobrem completamente com a maionese. Contorna-se com o puré de batata (feito com um pouco do azeite onde se confitaram as cebolas ou manteiga, leite e um ar de noz moscada) e leva-se a gratinar. Enfeita-se com azeitonas pretas.
Este prato foi feito para acompanhar o Muros Antigos 2009, um distinto Alvarinho de Anselmo Mendes. O Muros Antigos é bem capaz de ser o Alvarinho mais bem vestido do mercado, com uma bela garrafa tronco-cónica a querer dizer que o vinho é coisa séria. E realmente, se não se contar com o vinho que tem o nome do Enólogo (também chamado de Curtimenta) e que custa quase o dobro, é. Para além do vinho ser muito bom, aquela garrafa fica bem em qualquer mesa. É um grande Alvarinho e um dos meus brancos de referência, mas achei que é capaz de não estar ao nível da colheita anterior e que precisa de algum tempo em garrafa. O preço, esse varia entre os € 11,90 (na Garrafeira Tio Pepe) e os mais de € 15,00 em alguns sítios.
Está realmente tudo lá (na CTP) e é uma dor de alma ver as maldades que se vão fazendo à pala de nomes emblemáticos como este Zé do Pipo.
ResponderEliminarFiz por muito tempo por esta receita, até descobrir por acaso (e algum espírito-santo-de-orelha), as versões de Berta Rosa-Limpo que, com alguma atenção suplementar à confeção da maionese, nomeadamente incorporando na sua feitura gordura proveniente de pré-assadura do bacalhau e cebola, lhe empresta um brilho sápido ainda maior, na verdade solucionando o eterno enigma de saber o que anda a fazer maionese num prato de CTP..
Pois o meu problema com este bacalhau, se assim lhe posso chamar, é mesmo a maionese. Já não somos amigas naturalmente, se a levar a gratinar ficamos mesmo imcompativeis...
ResponderEliminarDe qualquer modo, pela foto, diria que aceitava ter almoçado contigo.
Beijinhos.
O bacalhau deve estar uma delicia ou melhor deve ter estado, já que é passado, eu vim aqui à espera do bem dito leite creme, beijos
ResponderEliminaree um parto que adoro. e simples de fazer e sai sempre bem
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