Este prato foi inspirado no tempo que estava ontem, nublado e cinzento, a pedir uma "comida de tacho". Fiz uma variação sobre o Rancho à moda de Viseu... Cozi um pouco de orelheira fumada, barriga de porco fumada, chouriço de sangue e de carne e cortei em pedaços. Deitei um fundo de azeite e cebola num tacho e fiz um refogado. Juntei as carnes e deizei por uns minutos. Depois juntei cenoura (já parcialmente cozida junto com as carnes), couve branca, grelos de couve e de nabo e grão de bico previamente cozido. Juntei caldo da cozedura das carnes e deixei em lume brando até os vegetais estarem cozidos. Desliguei o lume, deixei repousar uns minutos e servi.
Para complementar esta espécie de rancho sem massa escolhi o Vila Santa 2007. Vila Santa é o porta-estandarte de João Portugal Ramos no Alentejo, situado acima dos vinhos de consumo corrente, como o Lóios ou o Marquês de Borba e abaixo dos aristocráticos Quinta da Viçosa e Marquês de Borba Reserva. Há Vila Santa Branco, Tintos varietais (de Syrah, Trincadeira e Aragonês) e o tinto de lote, feito com Aragonês, Touriga Nacional, Trincadeira, Cabernet Sauvignon e Alicante Bouschet que estagia em madeira nova. São 170.000 garrafas de um vinho a rondar os € 10,00. É um vinho muito bem feito, com as castas presentes a darem o seu contributo para a elegancia e estrutura deste vinho. Boas notas de fruta bem madura, boa barrica e um final longo. Não pretende fugir à sua origem (Estremoz)... É quente e pede (a mim pediu) para ser servido a cerca de 16º C. Em síntese, um vinho de lote de João Portugal Ramos feito para agradar... E agrada. Muito...
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