Oito anos depois de ter lançado o primeiro Quinta das Bágeiras Garrafeira Branco, Mário Sérgio Alves Nuno lança o seu primeiro Pai Abel, da colheita de 2009, um branco de topo em homenagem ao seu pai, o sr. Abel Dias Nuno. Foram 1380 garrafas dum vinho de sonho que desapareceram num ápice e de que deixei nota de prova aqui. Em 2010 sai o segundo Pai Abel, que provei há pouco tempo e agora aparece na terceira edição, de 2011, chumbado. Pai Abel chumbado pela Câmara de Provadores da Comissão Vitivinícola da Bairrada. Não terá sido o primeiro vinho que esta Câmara não aprovou, mas desta vez o vinho saiu mesmo como vinho de mesa, apesar de ser um dos melhores vinhos das Bágeiras, como referiu o Mário num texto que publicou no facebook e que reproduzo integralmente mais abaixo.
O vinho é fantástico. Bical e Maria Gomes de vinhas velhas com estágio em madeira usada, é capaz de ser mais ousado e radical do que o garrafeira "normal", como, para mim, já eram o 2009 e o 2010. Mas um e outro são vinhos de topo, do melhor que se faz neste rectângulo. Vinho com carácter, desenhado para desafiar os sentidos e que não deixa ninguém indiferente. Depois do magnífico espumante de 1992 de que deixei aqui nota, foi um grato prazer voltar a provar um vinho que trata a excelência por tu. E o preço? É capaz de ficar abaixo dos vinte euros (esta garrafa foi oferecida pelo produtor). Para beber, adorar e guardar :)
Acompanhei-o com um bacalhau no forno, com batatas, cebola, tomate e pimentos, temperado com alho, pimentas, azeite e um borrifo de vinho branco.
*Em relação ao Pai Abel Chumbado, passo a explicar: Quem atribui a designação Bairrada é a câmara de provadores da Comissão Vitivinícola. Em muitos anos os meus brancos brancos garrafeira e Pai Abel, foram chumbados pela dita câmara, só passando na de recurso. Com o Pai Abel 2011 voltou a acontecer o mesmo e eu recusei-me a mandá-lo a recurso, por entender que os provadores não podem impor o seu gosto mas sim, cultivar a diferença. Fui um bocadinho sarcástico, decidi registar a marca PAI ABEL CHUMBADO e comercializá-lo como vinho de mesa. Não pretendo no entanto ser contra a minha região pois sempre tive vinhos Bairrada e espero continuar a ter. Estes meus vinhos tem tido excelentes críticas ao longo dos anos e com esta atitude pretendo chamar a atenção à minha região que na diferença está a paixão do vinho, e porque não a sobrevivência da mesma. Último facto e o mais importante para esta decisão foi eu achar que este vinho é um dos melhores que se produziram na Quinta das Bágeiras.
(Mário Sérgio Alves Nuno@facebook)
sem espinhas, mario sergio. e nao e o unico a ter diferenças relativamente a CVR da bairrada... comprei na adega, acho que a 16 euros (2010). o texto do espumante de 92 deixou-me intrigado e ainda ontem fiquei a olhar para as garrafas do 1989 numa garrafeira com ar guloso... nao fossem estas epocas de enorme contençao e...
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