Um simples e singelo cozido... Coze-se um pernil de porco em água (pode ser demolhado previamente porque em geral têm sal a mais) e quando está macio juntar os legumes que se quiser que cozem na água de cozer o pernil. Cozi batata, cenoura, nabo e couve flor. Servir assim, ou com um fio bom de azeite, ou finalizar o pernil no forno para dourar a pele, ou servir a carne sobre uma fatia de pão seco bem regado com o caldo da cozedura...
Este cozido foi feito para provar um monocasta de Touriga Nacional da Herdade do Esporão de 2005. Com uvas do talhão T06 da Vinha das Palmeiras vindimadas a vinte de Setembro de 2005. Fermentou em pequenos lagares com pisa a pá e em cubas roto fermentativas. Estagiou seis meses em carvalho francês. Foram feitas 23.333 garrafas. O enólogo é David Baverstock.
Os varietais do Esporão cativam pela forma como mostram o comportamento das diferentes castas em cada ano. Assim, Trincadeira, Aragonês, Alicante Bouschet, Syrah e Touriga Nacional nos tintos e Verdelho nos brancos vão saindo para o mercado. Já tinha provado o Touriga Nacional de 2004 e tinha gostado bastante. Este 2005 apareceu com (demasiado) depósito na garrafa e foi cuidadosamente decantado. Surgiu com aromas de fruta muito madura que abriram para tawny. Na boca apresentou-se muito guloso e algo evoluido, apesar da bela cor ruby. Madeira bem integrada, o lado floral da Touriga ausente. Um vinho que já deve ter dado melhor prova e que ao preço (cerca de € 13,00) se revela um flop. Seria da garrafa? Da guarda? (a rolha estava perfeita). Nota pessoal: 15,5.
Primeiro pensei que faltava ali um enchido para ficar perfeito, depois lembrei-me que o fumo já lá estava, do pernil. Pessoalmente, prefiro estes cozidos "pobres" com os seus sabores muito individualzados que as pantagruélicas misturas dos "grandes" cozidos.
ResponderEliminarAgora quanto à classificação dos vinhos: tenho notado (e não percebo)que quase toda a gente que dá nota a vinhos, utiliza uma escala aparente de 0-20, mas, na realidade, só utiliza 3 ou 4 valores dessa escala, entre o 14,5 e 18,5. Isto dá que um vinho "divino" mereça 18 e um flop, 15,5. Não era mais eficaz dar-se a "nega" a quem a merece, sem pudor (7valores, Medíocre!)e o 20 também?
Luís
ResponderEliminarQuanto aos cozidos pobres ou mais completos, devo dizer que gosto muito dum "cozido com todos" com as carnes de porco salgadas e em vinha de alhos, vaca e galinha, com muitos enchidos, com batata, cenoura, nabo e uma catrefada de couves diferentes, grão, um arroz feito no caldo de carnes e terminado no forno e uma bela broa de milho ainda quente...
Claro que um cozido assim não funciona se for feito para pelo menos ums dez ou doze pessoas, pelo que estes mais simples e mais unidireccionais vão regalando :)
Quanto à escala de vinhos, na verdade há muitas... De 0 a 8, as de 0 a 20 e as de 0 a 100. Na verdade nunca se usa a escala toda. As escalas que vão até 20 começam no 12 e acabam no 19/19,5 e as que vão até 100 começam nos 50 pontos. A minha escala afina mais ou menos pela bitola usada pela Revista de Vinhos em termos de critérios (muito pouco definidos, no meu caso, não sou provador e a minha nota pessoal reflete exactamente o meu gosto). Assim, creio que vinhos bem feitos mas sem grandes aspirações poderão valer entre 14 e 15,5. De 16 a 17 temos os vinhos de combate, com boa a muito boa qualidade. De 17,5 a 18,5 os grandes vinhos (para mim) e 19 ou acima já serão vinhos de outra galáxia, Vale do Douro incluido...
Boa Noite.
ResponderEliminarUma pergunta indiscreta: Onde é que comprou o pernil fumado?
Está apetitoso!
Helena... Comprei o pernil no supermercado, naturalmente!
ResponderEliminarEste cozido deixou-me a pensar, a imaginar sabores e ...
ResponderEliminarnunca comprei pernil fumado, penso que é muito salgado, mas já percebi que posso colocar de molho.
É um cozido pedrada no charco!
Beijinhos.
Estou totalmente de acordo como que disse
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