quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Bolo de Amêndoa de Inspiração Alentejana


Nesta trilogia que já vai nas cento e cinco semanas, foi a vez do Luís dar o mote a mim e à Anaalentejo.

E se quando se fala de cozinha alentejana saltam logo as açordas, os gaspachos, as migas e o porco preto, os queijos e os enchidos, é apenas porque quem fala deverá estar pouco atento aos bombásticos doces da planície. Pão de rala, tibornas, encharcadas, sericaia, bolos de amêndoas, de mel, podres, do bom gosto, príncipes ou reais, entre muitos outros, são o espelho de que a tradição doceira alentejana é muito rica e merece ser (re)descoberta.   

Neste bolo cruzei a amêndoa e a chila sem ceder à tentação de juntar ovos em fios. Será algo entre o bolo de amêndoas do convento da Vidigueira e o bolo real, com laivos do de bom gosto do convento da esperança de Beja, como descritos na Cozinha Tradicional Portuguesa, de Maria de Lourdes Modesto (pp 250 a 252).

Comecei por levar um decilitro de água ao lume a que juntei cem gramas de açúcar. Fui mexendo até obter um ponto de pérola (33º Baumé). Adicionei então cem gramas de amêndoas peladas e raladas e envolvi durante uns minutos em lume médio. Retirei do lume e deixei arrefecer. Juntei então dois ovos e duas gemas e envolvi. Juntei duas colheres de sopa bem cheias de doce de chila e uma outra meia cheia de farinha de trigo e voltei a envolver a mistura. Entretanto, pré aqueci o forno a 170º C e untei uma forma de silicone com manteiga e polvilhei-a com farinha. Deitei a mistura na forma e levei-a ao forno, coberta com filme metálico, durante vinte minutos. Retirei o filme e deixei acabar de cozer. Quando arrefeceu um pouco, desenformei. Deixei arrefecer por completo e polvilhei com açúcar em pó. 




1 comentário:

  1. Mesmo só "entre isto e aquilo" este bolo de inspiração alentejana, saiu alentejano até mais não e de modo que eu não julgaria possível sair de cozinha de tão alta latitude.

    "Fiquê salivando, bolo dum cabrão. Tal tá a moenga, heim!"...

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