terça-feira, 13 de novembro de 2012

Primus 2009, Mouro 2005, Charme 2010 e Moscatel Roxo Horácio Simões 2007




Vinhos alinhados para um jantar...

Primus 2009, um branco vibrante do Álvaro de Castro, feito com uvas das vinhas velhas da Quinta da Pellada. Está num excelente momento e tudo indica que se vai manter no topo por uns anos. É bem capaz de ser o melhor vinho branco português. É pena o preço (sempre a passar os trinta euros).

O Mouro 2005, feito na Quinta do Mouro por Miguel Louro para o Dirk Niepoort. Algumas notas vegetais do Cabernet bem ligadas com as de fruta, taninos já amaciados, frescura e longo final. Belo vinho, a rondar os vinte euros a garrafa.

Charme 2010, um vinho desafiante do Dirk Niepoort. Está novo mais que novo, impressiona pela cor aberta, porque é feito de Tinta Roriz, Touriga Franca e outras castas das vinhas velhas de Vale de Mendiz, (como refere a ficha técnica) e sem desengace, seria de esperar outra concentração de cor. Mas o Charme é assim! Novo como está, predominam as notas da barrica no nariz, altaneiras e a quasi dominarem a fruta. Aparecem a pouco e pouco algumas notas terrosas e de mato. Na boca aterra que nem morangos, largo e gordo, com taninos firmes mas amigos, com estrutura de ferro e muita elegância. Este vinho desafia porque vai contra quase tudo o que se espera de um vinho do Douro, a começar pela cor. Continua a desafiar na ligação com comida. Tanta elegância não liga muito bem com a maioria dos pratos da cozinha tradicional transmontana. Creio que, neste momento, será mais vinho para ser bebido a acompanhar uma boa conversa, do que a acompanhar comida da terra. Talvez com uns anos em cima (e a longevidade deste vinho está mais que provada) seja um belo escort wine para um prato de caça de pena. Neste momento, desafia, mas a um preço (€ 55,00) que poucos podem pagar*. 

Horácio Simões Moscatel Roxo 2007, fino e muito focado nos aromas da uva em passa, mais do que nos da laranja e sua casca esperados, é bem feito, tem boa acidez e complementa bem uma refeição. Custa quinze euros a garrafa de meio litro. Não é barato, mas merece prova atenta.          


* vinho oferecido pelo produtor.


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