Nesta trilogia número 106, foi a minha vez de sugerir um tema à Ana e ao Luís: peru. Uma garbosa ave que se prestava a ser engordada, para, depois de devidamente recheada, brilhar à mesa no dia de natal e que actualmente, se algum préstimo tem, será o de fornecer proteína animal com poucas gorduras. Ainda há poucos anos costumava encontrar umas coxas de peru de tamanho porreiro para dar uma por pessoa, assadas no forno; agora, incharam e perderam o sabor. Apesar de tudo, salva-se o peito do peru, que por ter uma consistência mais firme do que as dos frangos de estufa, consegue sobreviver a algumas preparações.
É o caso desta que escolhi. Um naco de peito de peru cortado em quase cubos, que reservei enquanto fiz um estrugido com cebola picada grosseiramente, um dente de alho esmagado e uma boa colher de sopa de caril em pó. Deixei a cebola ficar transparente e juntei os pedaços do peito de peru. Deixei a carne rebolar até ficar selada e juntei um copo de vinho branco a cobrir a carne. Baixei o lume para o mínimo e deixei estufar durante meia hora, até a carne estar macia e o molho reduzido. Juntei então um pouco de leite de coco e deixei a fervilhar uns minutos. Desliguei o lume e deixei mais uns minutos a harmonizar sabores antes de servir.
E para acompanhamento, fugi ao quase mandatório arroz branco e optei por umas batatas cortadas em rodelas finas e fritas em azeite, que finalizei com uma pitada de flor de sal. E assim se cumpriu mais uma trilogia :)
Estrugido? ;-) Traiu-se, é mesmo lá das terras do Bimbo da Costa... É brincadeira, até tenho dois primos muito meus amigos e mais os/as respetivas que são portuenses. E um até é seu colega arquiteto, talvez mais velho.
ResponderEliminarA sério, continuo sempre a ler, com muito apreço, a sua cozinha creio que propositamente simples mas com ótima conceção e confeção. Este peru é um exemplo.