Em semana de Itália na trilogia, desta vez a mando do Luís, que me meteu a mim e à Ana a rumar àquela bota de onde nos chegam fiats, alfa romeus e estórias engraçadas dum primeiro ministro bon vivant. Acampei em Capri, a ilha que deu nome a um ford e a uma grande e desarmantemente simples sobremesa, a Torta Caprese. Mais estórias, menos estórias que isto de tentar a toda a força encontrar uma origem (em geral parva) para tudo tem muito que se lhe diga, mais ingrediente, menos ingrediente que isto não são os pastéis de belém, deixo a minha versão, que não cantou, mas encantou quem a provou.
O ingrediente mais importante é o chocolate, duzentas gramas dele (chocolate em barra do lidl, usei o de 52% de cacau, mas apenas porque não havia o outro de 70%, que é melhor e pouco mais caro) a que se juntam outras duzentas gramas de manteiga (e não se diz duzentas gramas, mas duzentos grama, vivam os erros ortográficos, mas blog que se preze tem que os ter). Parte-se o chocolate e corta-se a manteiga em pedaços e leva-se a derreter em banho maria (para os apressados e menos preciosistas, no microondas). Juntam-se 4 ovos à mistura e bate-se levemente até obter uma massa homogénea. Juntam-se outras duzentas gramas de açucar e remata-se com duzentas e cinquenta gramas de amêndoas. As amêndoas idealmente deverão ser picadas duma forma pouco homogénea, algo entre o pó e uns bocadinhos com 2 milimetros no máximo. Pode fazer-se com uma simples varinha mágica, uma picadora ou até (pasme-se) uma bimby. Envolve-se tudo e deita-se numa forma de aro com fundo amovível devidamente untada com manteiga. Leva-se ao forno pré-aquecido a 170º C durante cerca de 30 minutos. Coisas como um palito para verificar a cozedura e uma folha de alumínio de cozinha para não deixar tostar ajudam a que não saia asneira que esta torta é muito boa mas apenas se não ficar seca. Desenforma-se e cobre-se com açucar em pó. Serve-se.
A Torta Caprese é uma das poucas exceções que abro (e mantenho aberta) na indiferença a que normalmente voto bolos e outros cozinhados com chocolate e seguramente "uno dei pasticci più fortunati della storia".
ResponderEliminarEsta parece bem ter cumprido a missão transalpina nas trilogias... e para a semana há mais.
Não se anda nada guloso por estas bandas... claro que iria encantar quem a provou, assim como consegue encantar quem a adivinha.
ResponderEliminarBeijinhos.
Tenho muito bons livros de cozinha italiana e ainda agora, regressado de Taormina, na Sicília, lá trouxe um, como disse aqui e aqui. Recomendo especialmente um livro de grande equilíbrio entre cozinha criativa de chefe e raízes tradicionais: Giuliano Bugialli, "Le Goût de l'Italie", ISBN 9782082000611.
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