O bacalhau cozido com mais ou menos todos é bem capaz de ser o prato mais consumido no jantar do 24/12, ou o da Consoada. Por mim, gosto muito do bacalhau cozido apenas com batatas e duas couves, a galega em folha e outra mais clara em repolho (lombarda, coração and so on and so on). Claro que os bróculos, a couve flor, a cenoura, os ovos e a cebola normalmente entram para compôr o resto do todo que antecede toda a panóplia de doces como as filhozes, as rabanadas e o bolo-rei e que acaba em roupa velha como entrada no almoço do dia 25. Para bem fazer este prato, diria que os legumes deverão ser deitados no tacho onde há água a ferver por estrita ordem do tempo de cozedura e que o bacalhau deverá ser apenas escalfado e que o ovo deverá ser cozido à parte e mergulhado no tacho com a água ainda fria. Depois, já no prato, um dente de alho esmagado e cortado, um generoso fio de bom azeite, o bacalhau e os legumes e pimenta preta a salpicar o prato...
Para acompanhar este prato, não há unanimidade nas opiniões. Desde um vinho branco às segundas, quartas e sextas, tinto às terças, quintas e sábados e ao domingo, ou se manda a moeda ao ar ou se prescinde do bacalhau, como advoga o meu amigo PadreFrancisco, vale tudo. Por mim, concordo, embora prefira um branco (um bacalhau bem preparado e acompanhado por um Quinta das Bágeiras Garrafeira branco é algo de inesquecível) e de preferência um branco com algum tempo em garrafa. Este Herdade do Perdigão Reserva, feito em 2007 com Antão Vaz e estagiado em madeira constituiu uma bela mariadagem. Para "reserva" está algo evoluído na cor (a roçar o dourado) mas está telúrico e mineral, elegante e com bom corpo para acompanhar a comida. A cereja no topo do bolo, foi o preço... € 5,99 no Jumbo do Parque Nascente. Imperdível.
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