quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Empadas de Coelho e Baga by Luís Pato




Gosto muito deste rectângulo à beira mar plantado. A cozinha é excelente sem precisar de ser alta, o peixe parece que é do melhor que se faz no mundo e as pessoas, desde que não andem na política ou no futebol, são boas; hospitaleiras, sorridentes e amáveis. Somos parvos quando cultivamos a dicotomia norte/sul, porque damos demasiado valor ao mondego como fronteira, quando o mondego está ali, a crescer pequeno entre as margens, de propósito para nos deixar passar de sul para norte e vice versa e redescobrir o país que já foi do minho a timor e que agora continua a existir, do mesmo minho ao algarve quase allgarb, de tão maltratado. 

Mas do coelho se faz empada, ali a meio caminho entre as de galinha de vila viçosa e as covilhetes da vila real. Coelho que não o (nosso) primeiro, marinado em vinho branco com alho e estufado em lume brando, com os preceitos do que é feito na estremadura e chamado de "à caçadora". Das sobras, aproveita-se a carne restante, desfia-se nos dedos, junta-se o molho do estufado a gosto e forram-se forminhas de alumínio com massa folhada, deita-se lá para dentro a carne e o molho do coelho e cobrem-se com uma rodela de massa folhada. Tomam-se as pontas e leva-se ao forno bem esperto até a massa folhar e dourar. 

Servem-se assim, simples, com uma salada fresca ou com uma legumada, feita de batatas, cenoura e couve que se cozeu e se levou a saltear em azeite e alho.  


Para acompanhar estas empadas escolhi um vinho de Baga. Rosado e espumantizado pelo Eng. Luís Pato. Da vindima de 2009, apareceu pouco vivo na bolha e até algo rústico, nos aromas a madeira usada, com algumas boas notas de frutos vermelhos e um toque vegetal. Não o o recomendaria muito para sushis ou mariscos, mas esteve muito bem a acolitar estas empadas :) 


1 comentário:

  1. Tenho de parar de ler este blog porque fico sempre cheio de fome depois de cada post...

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