O Gus é um colaborador deste Blog desde a primeira hora; apesar de ao longo deste tempo termos trocado ideias sobre comidas, vinhos, feito alguns jantares e provas em conjunto, coube-me sempre a mim o "fado" de fotografar (ou, no caso de fotos tiradas por outras pessoas presentes, ser eu a recebe-las por email e postar no blog).
Na sequência de um jantar organizado por ele e abaixo documentado vou passar-lhe a palavra para o seu primeiro post.
cupido
Olá a todos,
É sempre muito dificil escrever em público (ainda que seja para uma pequena minoria...).
Geralmente quando combinamos jantares em conjunto, começamos por definir os vinhos que vamos beber e depois pensamos nos pratos que teoricamente podem fazer uma boa harmonização.
Para o jantar de ontem, decidimos beber uns vinhos alentejanos ('coisas boas' a caminhar para vinhos de topo).
Por isso, escolhemos fazer uma comida de tacho e a escolha recaiu sobre uma 'variante de rancho' que se faz na Beira Alta.
Colocamos as carnes a cozer (rabo de porco, costela, um pouco de entremeada, uma chouriça de carne e uma morcela de sangue) . A morcela, depois de cozida, foi salteada em azeite e servida à parte para respeitar gostos diversos dos comensais e potenciar a flexibilidade sápida do prato.
Abriram-se as hostilidades (nos vinhos) com um monocasta do João Portugal Ramos: Um Tinta Caiada, 2004, que estava fantástico. É uma casta normalmente usada para fazer blend com outras castas, mas que bem trabalhada (como bem sabe o J. P.R.) proporciona excelentes vinhos.
Fez-se uma bela tábua de queijos e salteou-se uma alheira de caça selada em azeite.
Serviu-se também um patê campestre (muito bom) e abriu-se um Esporão, Late Harvest, 2006, o que proporcionou uma bela ligação.
Relativamente aos vinhos brancos, pensou-se em abrir um Esporão, Reserva, branco, 2007, mas um belo Alvarinho tentou-nos: O Dorado, 2005, um alvarinho que não é muito consensual, mas de excelente estirpe que deu uma bela prova. Gostei realmente do Dorado.
Voltando ao jantar, fez-se um pequeno refogado, colocaram-se as carnes, cenoura cozida, um pouco de couve juliana, o grão cozido e um pouco de massa (cotovelo) e no final algumas folhas de hotelã (sugestão da Rosa) que deram um toque de frescura excelente. Deixou-se apurar e serviu-se.
Para o jantar propriamente dito abriu-se um Vale do Ancho, 2003, um grande vinho alentejano, muito sério (sem demasiadas notas de 'gulodice'), com taninos firmes, mas redondos. Já no final do jantar serviu-se a estrela da noite: Um T de Terrugem, 2001, que mostrou uma frescura e uma acidez diferente do padrão habitual nos vinhos alentejanos e que promete uma excelente evolução em garrafa para os próximos 5 anos. Ficou na calha um Quinta do Mouro 2002 (para uma próxima).
Com a sobremesa foram servidas as primeiras castanhas da época assadas no forno com um pouco de sal e 'salpicadas' com água e um flan de maçã.
sábado, 1 de novembro de 2008
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Que "imbeija"!!!! Essa alheira está pornográfica no tacho :) Bom fim de semana!
ResponderEliminarOra bem, quem tem amigos assim, com quem pode partilhar este tipo de coisas boas, não precisa de mais nada na vida...
ResponderEliminarBeijinhos aos 2.