Encruzado e Dão é quase pleonasmo quando se fala de vinhos brancos. E quase todos os produtores de vinho no Dão usam esta casta para fazer os seus (deles e nossos) melhores brancos. Este Druida Encruzado Reserva de 2012 vem de vinhas velhas plantadas a 500 m de altitude e tem enologia de João Corrêa e Nuno do Ó. Fresco, vibrante e mineral, é um hino à casta e um grande branco do Dão. Custa € 16,50 na Garrafeira Tio Pepe. Não é barato, mas merece prova atenta e boa comida a acompanhar, como este lombo de bacalhau feito como se fosse de caldeirada :)
terça-feira, 31 de dezembro de 2013
segunda-feira, 30 de dezembro de 2013
Grandes Quintas 2010
Depois de ter provado o Grandes Quintas Reserva 2010 de que dei nota aqui, provei o colheita do mesmo ano. Feito com touriga nacional, tinto cão, touriga franca e tinta roriz, estagia dez meses em barrica de carvalho francês (presumo que usada). Aparece neste momento algo marcado pela madeira, a par das notas de fruta madura qb e das florais do tourigo, mas é fresco e tem aquela rusticidade duriense que agrada e pede mesa e comida à altura.
Acolitei-o com uma costeleta de vitela mirandesa grelhada, acompanhada com batatas assadas a murro e grelos cozidos, com alho picado e bom azeite (o Romeu) e a ligação foi feliz. O PVP recomendado é de sete euros, justo face à qualidade do vinho.
(vinho enviado pelo produtor)
sexta-feira, 27 de dezembro de 2013
Soalheiro 2013
Este vinho dispensa apresentações, já que é um dos mais bem cotados Alvarinhos do mercado. No ano em que a marca celebra trinta anos, brinda-nos com este colheita 2013, fiel ao estilo e à casta e que nesta edição me pareceu mais fresco que o 2012 e com um final mais persistente. Fora isso, lá está focado nos aromas vegetais (rama de tomate e leve espargo) e abre no copo para aromas cítricos, sempre com uma bela acidez. É um clássico que dá muito prazer a beber assim novo, mas que merece guarda, já que é ao fim de três ou mais anos que começa a mostrar o que vale. O preço mantém-se nos oito euros e meio nas chamadas grandes superfícies (este veio do Continente do GaiaShopping) e em garrafeiras.
Acompanhou prazenteiro uma feijoada de sames e línguas de bacalhau feita assim e esteve muito bem no fim da refeição a acompanhar umas lascas de queijos vários, a provar a bondade do vinho no que toca à aptidão gastronómica.
quinta-feira, 26 de dezembro de 2013
Pardusco 2012 e o Bacalhau da Ceia de Natal
Pardusco é um vinho tinto da região dos Vinhos Verdes, feito pelo Eng. Anselmo Mendes. A história deste vinho é contada aqui, pelo que dispensa reapresentações.
Fresco e com boa acidez e apenas 12º de álcool, pareceu-me um vinho adequado para o bacalhau da ceia de Natal. Um tinto que me agradou muito (normalmente prefiro o bacalhau cozido acompanhado com brancos) e que ligou muito bem com o prato. Refresque-se ligeiramente e desfrute-se de um vinho tinto feito com castas quase desconhecidas, como o Borraçal e o Caínho, juntamente com o mais conhecido Alvarelhão. Custa sete euros na Garrafeira Tio Pepe. Irei voltar a este vinho e experimentar novas harmonizações :)
Deixo ainda nota de um queijo de que gostei bastante, um queijo de ovelha da Sabores da Serra, com loja física em Celorico da Beira e E_loja. Esteve muito bem a fazer companhia a um cálice de Graham's LBV 2008 na transição entre o bacalhau e os doces desta época. E já agora, antes de abrirem um queijo, leiam isto :)
O Pardusco 2012 foi oferecido pelo Produtor.
Grandes Quintas Reserva 2010
Vinho feito com uvas provenientes na sua maioria (80%) de vinhas velhas das quintas da Casa da Arrochela, no Douro Superior, com predominância das tourigas (nacional e franca) e tintas (roriz e barroca). Estagia um ano em madeira (uma parte em madeira nova - 30% - e o restante em madeira usada). O responsável pela enologia é Luís Soares Duarte (Quinta do Infantado, Gouvyas) e o vinho foi recentemente notado com 17,5 valores na RV, o que, para um vinho com um PVP recomendado de quinze euros, é excelente.
Vai na quinta edição (a primeira foi em 2007, como tinha referido aqui) e já é um vinho de referência no Douro, muito pela excelente relação qualidade/preço. É um vinho muito bem feito e muito equilibrado que dá muito prazer à mesa com gastronomia regional (ali entre a beira alta e trás os montes) mas que também dá muito boa conta de si, quando provocado com outros pratos como este frango na púcara, aqui acompanhado com uns legumes cozidos. Resumindo, temos um vinho muito bem feito e que já dá muito prazer a beber, embora revele potencial de crescimento em cave. O que fazer? Comprar pelo menos uma caixa para beber, partilhar e guardar, já que um vinho como este não aparece todos os dias, pelo menos a este preço :)
Vinho enviado pelo Produtor.
segunda-feira, 23 de dezembro de 2013
Proibido Grande Reserva 2010 | Feijoada de Leitão
Um pequeno rebento do Eng. Márcio Lopes na sua segunda incursão pelo Douro. Depois dum honorável tourigo da colheita de 2008 vindo do Vale de Mendiz, numa edição limitada a 900 garrafas de que dei conta aqui, fez este Proibido, com uvas de uma vinha velha localizada perto do Pocinho e com um pouco de Sousão a temperar (20%). Foram feitas apenas 660 garrafas, pelo que não será fácil encontrar este vinho (está à venda na Garrafeira Tio Pepe a €25,00 envolto numa elegante embalagem e também aqui).
É um vinho de Autor, que foge à fruta fácil e à madeira abaunilhada. É também uma homenagem ao povo da raia, que contrabandeava para sobreviver. Sério e grave, balsâmico, abre no copo e mostra notas de fruta preta, xisto do solo das vinhas, taninos firmes, mas amigos a dar boa prova e a sugerirem que se guardem algumas garrafas para o voltar a provar daqui a uns anos. Tem 15º de álcool muito bem integrados, já que a estrutura é de aço e a acidez é correcta, mas na boca aparece quase como veludo. O estágio em madeira nova não marca o vinho, o que é de louvar. Tem um final longo e envolvente.
Sendo um vinho do Douro Superior, ligará muito bem com cabritinho no forno ou boa vitela, mas foi um excelente escort para uma feijoada de leitão, como a que descrevi aqui. Belo vinho :)
(o vinho foi oferecido pelo produtor aka winemaker)
quinta-feira, 12 de dezembro de 2013
Arroz de Leitão
Antes da invasão dos rissóis e das trouxas de leitão, uma das formas de aproveitar as sobras era fazer uma feijoada ou este arroz. Pica-se uma cebola e leva-se a refogar num tacho com um fundo de azeite. Adiciona-se o leitão cortado em pedaços pequenos e molho de leitão a gosto e envolve-se tudo. Junta-se o arroz (carolino, uma chávena de café por pessoa) e água a ferver (o dobro do volume do arroz) e deixa-se cozer durante cerca de doze minutos. Pica-se um pouco de salsa que se junta já fora do lume. Envolve-se tudo e serve-se.
domingo, 1 de dezembro de 2013
Altas Quintas 2007
Um vinho alentejano com enologia de Paulo Laureano, feito com Aragonês, Trincadeira e Alicante Bouschet de vinhas plantadas a 600 metros de altitude na Serra de São Mamede. Seis anos após a colheita, está em muito boa forma, surpreendendo pela frescura. Tem boa madeira muito discreta e fruta muito limpa e é um bom exemplo de como a altitude marca o vinho. Com um preço a rondar os vinte euros, não é barato, mas lá que merece prova, merece. Ligou muito bem com um naco de nispo de vitelão cortado em pedaços.
Tacho de barro, fundo de azeite e um pouco de banha de porco, sal, pimenta, uma folha de louro, cebola em meias luas finas, dois dentes de alho esmagados, uma malagueta e um pouco de barriga de porco fumada. Deita-se a carne por cima, adiciona-se um pouco de vinho tinto e cobre-se com vinho branco. Vai ao lume brando até a carne ficar macia. Tira-se a tampa ao tacho e leva-se ao forno pré aquecido a 180º C até dourar. Servi com legumes cozidos.
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