domingo, 8 de janeiro de 2012

Vinhos Gravato - Vinhas Velhas 2008 e Touriga Nacional 2006


Coriscada, Meda! Alí entre o Dão e o Douro Superior, temos a Quinta dos Barreiros, do Eng. Luís Roboredo. Os vinhos são feitos para a mesa, embora tenham os mais que merecidos encómios da crítica. Para começar, um palhete (de que tinha dado nota aqui) feito de uvas brancas e tintas, tal como seria a maior parte dos vinhos do antigamente e que no que a mariadagens diz respeito, vai mais além do que a maior parte dos rosados da praça. E da colheita de 2008, há um Gravato Tinto Vinhas Velhas, feito com Rufete e temperado com a branca Síria. Um vinho tinto que se pode beber fresco (a 14º C) e que tem uma acidez e frescura fantásticas. Outra jóia da coroa é o Touriga Nacional 2006, um vinho profundo, tenso e intenso, escuro, com um belo balanço entre o lado floral da touriga, bons frutos vermelhos e uma (mais uma vez) excelente aptidão gastronómica. São vinhos de não-terroir, ou melhor dizendo, de um outro terroir, ali entre o calmo dão e o infernal douro superior, feitos com paixão, para a mesa.   

Não são vinhos que se encontrem em qualquer sítio, infelizmente. Encontrei-os na Mercearia do Molhe, na Foz do Douro. O Vinhas Velhas a € 7,70 e o Touriga Nacional a € 9,85, mas estão à venda noutros sítios (Wine o'Clock, Talho do Túnel - Foz do Douro ou ainda através do site do produtor).

O Vinhas Velhas esteve muito bem a acompanhar umas razoáveis empadas de galinha e outras de camarão da supracitada Mercearia do Molhe (que tem muitas coisas boas, como manteiga das Marinhas e o fantástico azeite Romeu) como entradas num jantar onde pontificou um entrecosto de porco no forno, com as suas batatas e bons grelos cozidos e salteados em azeite e alho, este acompanhado pelo Touriga Nacional 2006.


E em jeito de nota final, diria que o tourigo é excelente, ainda mais a este preço. Do Vinhas Velhas, é de salientar a aptidão gastronómica. É um tinto que não perde muito em ser refrigerado e bebido fresco e que acompanha pratos para os quais não se encontram parceiros naturais, como este empadão que fiz com as sobras do entrecosto e que acolitei com puré de batata a que juntei parmesão (para além de leite e um ar de noz moscada), tendo usado o mesmo parmesão na camada final. Belos vinhos a preços cordatos...


1 comentário:

  1. Muito bem! Bons vinhos, sem dúvida, ainda que não pertençam ao mainstream e para muita gente, portanto, precisem de adaptação.

    Só uma precisão, a zona sul do concelho da Mêda, onde se insere a Coriscada, é um ponto de encontro entre o Douro e a Beira Interior (não o Dão), sub- região de Pinhel, no caso.

    É uma região que é procurada para compôr de acidez e frescura alguns dos brancos de mais nomeada do Douro...

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