Dia 30 de Abril de 2011 pela manhã. Tempo fresco. De Viseu até à Régua e depois pela estrada ao longo do Douro que liga a Régua ao Pinhão. Logo após a saída para Armamar, aparece a Adega da Quinta de Nápoles de volumetria sóbria, revestida a xisto e muito bem integrada na paisagem envolvente. É estacionar minha gente, que lá dentro, passam-se... coisas.
Desde logo a sala de recepção, uma recuperação de uma edificação de dois pisos a que se retirou o piso de cima, deixando o volume com um pé-direito duplo onde se distribuiram os dísticos com o nome dos convidados e um copo de prova a cada.
Dessa sala acede-se a duas mini "caves" climatizadas, feitas pela Cave do Vinho e onde repousavam muitas garrafas da Niepoort. Interessante o conceito, para quem quer uma cave em casa e dispõe de pouco espaço.
Dessa mesma sala de entrada, descem-se umas escadas e acede-se à adega. O corredor de ligação tem um monte de chaves penduradas. Pitoresco...
Já na Adega, as provas começaram pelos Baga Friends.
Filipa Pato, recentemente eleita a "Newcomer of the Year" pela revista Der Feinschmecker, a mais prestigiada publicação alemã na área gourmet. De destacar os brancos Nossa 2009 e o fantástico Nossa 2008 em magnum, bem como o seu espumante 3B.
Logo ao lado, Luís Pato com os seus vinhos. Destaque para o belo espumante Vinha Formal, para o Vinha Formal (branco) 2005 em magnum e para o Vinha Barrosa 2001, de que tinha dado nota aqui.
Mário Sérgio Alves Nuno, que nos deu a provar o excelso Quinta das Bágeiras Garrafeira Branco 2009, um vinho que estará ao nível dos seus irmãos de 2004, 2005 e 2007. Aqui, ao lado do Sr. Simões (à esquerda), o obreiro do magnífico almoço que fizémos nas Bágeiras há um ano atrás. Em muito bom nível, naturalmente, os seus espumantes e a má notícia do dia (do ano?): não vai haver Quinta das Bágeiras Garrafeira tinto 2007. Depois do fabuloso 2005 e dada a grande qualidade dos tintos de 2007 era de esperar algo de superlativo nas Bágeiras...
A seguir, uma prova, para mim, en primeur. Os vinhos do Buçaco são míticos desde que José dos Santos os começou a lotear (a partir de vinhos comprados a produtores da Bairrada e do Dão) e a guardar nas caves do Palace Hotel do Buçaco. São vinhos que apenas se podem provar no Palace Hotel do Buçaco, no Grande Hotel da Curia e no Hotel Astória em Coimbra. Os brancos em prova, de 2001, 2003 e 2007 surpreenderam pela elegância e pelo potencial de guarda. Feitos com Bical e Maria Gomes da Bairrada e Encruzado do Dão, demarcam-se pela diferença. Os tintos, feitos com Baga e Touriga Nacional não os cheguei a provar, mas mereceram rasgados elogios.
Dos restantes Baga Friends, Kompassus, Quinta da Vacariça e Sidónio de Sousa, acabei por não provar nada, ficando a lamentar ter perdido a oportunidade de provar o Sidónio de Sousa Garrafeira 2005, um dos ícones contemporaneos da Bairrada e que não será reeditado, uma vez que a vinha foi arrancada.
Dos Baga Friends, passei aos Douro Boys (Niepoort, Quinta do Vallado, Quinta do Crasto, Quinta do Vale Dona Maria e Quinta do Vale Meão) destacando o Meandro 2009 em amostra de casco e o já mais que aclamado Quinta do Vale Meão 2008 de Xito Olazabal, bem como o Quinta do Vale Dona Maria e o VT de Cristiano Van Zeller.
Hora de passar aos amigos "estrangeiros" presentes...
Domaine Rulot e os Mersault, dos melhores brancos da Borgonha. Fantásticos, cativantes.
Jean Marc Rulot, a servir os seus Mersault.
Da Borgonha para a Alemanha e para os Riesling de Mosel, pela mão de Wilhelm Haag.
Vinhos Fritz Haag em prova. É fácil ficar fã e muito, muito difícil deixar de o ser.
De Mosel a Campagne, oportunidade para provar os R&L Legras. Excelentes.
Schloss Gobelsburg, Austria. Riesling e Gruner Vertliner. A mineralidade que veio do frio.
O Schloss Gobelsburg by João Roseira: vinde probar, que este tem Goubeio...
Michael Moosbrugger a servir os seus Schloss Gobelsburg.
Ainda de volta à Borgonha, Domaine Rousseau, com Eric Rousseau a dar os seus vinhos a provar.
De Espanha, Telmo Rodriguez. Fiquei fã do Verdejo e do Matallana 2005.
João Rico a dar a provar o vinho da casa.
Para além dos produtores com vinhos em prova, estiveram presentes alguns outros, como o Eng. Mota Capitão, da Herdade de Portocarro.
Jorge Moreira, o Autor do Poeira, aqui em conversa com o Gus acerca do Poeira 2004 que se tinha bebido na véspera, ao jantar.
Álvaro de Castro. Palavras para quê?
Jorge Moreira (again) aqui com Xito Olazabal, enólogo do Vallado e do Vale Meão e enólogo do ano da Revista de Vinhos.
Depois das provas começou a ouvir-se falar em ostras. Uns debandaram outros não...
Os vinhos do almoço estavam a refrigerar.
O Chef Rui Paula já estava na cozinha a maestar o almoço...
As ostras (parece que) desapareceram num ápice (não sei que não as provei).
Assalto à paleta e demais embutidos. Foi pena não haver Navazos para acompanhar.
Primeiro prato do Chef Rui Paula: Açorda de Robalo.
Coxa de pato confitada sobre espargos e puré.
A sobremesa, um cilindro de maçã com crocante de canela e gelado.
No fim do almoço, pausa para descontrair, antes do café e de alguns fortificados (gostei muito do moscatel Niepoort 1977).
Dirk Niepoort, o anfitrião.
Cheers :)
Também há Douro assim. Grande dia.
Grande dia deve ter sido esse, em que até as ostras ganharam pernas e fugiram!
ResponderEliminarEsses são os vinhos do "outro campeonato", com os baga a fazer-me lembrar um São Domingos Reserva 2003 que bebi há dias e que me deixou dessa casta, que ainda há pouco desconhecia, uma grata recordação.
Hoje o Garficopo foi (pro)movido a Copicopo... lol!
ResponderEliminarDeve ter sido mesmo 1 big day...
Beijinhos.
Já estou sonsa com tanta prova. deve ter sido bem divertido e instrutivo. :)
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