domingo, 17 de abril de 2011

Quinta da Alorna Reserva Touriga Nacional e Cabernet Sauvignon 2008

Um nome convenientemente comprido, um conjunto garrafa/rótulo muito apelativo, um selinho estrategicamente aposto ao lado do rótulo (a dizer que o vinho impressionou por alguns segundos os provadores dum concurso na alemanha e até mereceu ouro - ainda bem que isto não saiu nos jornais, já que se tivesse saído, o vinho já estaria quase todo em casa dos açambarcadores de vinhos medalhados e o preço teria subido, naturalmente) e a menção à nobreza da Touriga Nacional e do Cabernet Sauvignon fazem deste vinho um natural objecto de desejo se o compararmos com alguns outros vinhos do Tejo. Também o preço (€5,49) ajuda na altura de enfiar uma garrafa no carrinho das compras, já que a elegância do conjunto remete para preços um bocado mais altos.

Esta é uma introdução palerma, mas na verdade, a garrafa destaca-se em qualquer prateleira. Já o vinho, com enologia de Nuno Cancela de Abreu, é feito com as duas castas referidas e estagiou 12 meses em barricas de carvalho francês. As notas florais da touriga estão lá, algum especiado do cabernet (felizmente nada de flores a saber a pimentos), muita e boa fruta madura, a madeira a intrometer-se um pouco mais do que seria desejável, um corpo um pouco mais afinado do que o da edição de 2007, boa acidez e um final razoavelmente longo. A juventude obriga à decantação e os 14º de álcool a alguma refrigeração (dos 16-18º C referidos, eu inclino-me para os 16). Para o preço, este é um vinho francamente bom, embora pareça precisar de algum tempo para afinar alguns excessos da madeira.


Food Pairing para este vinho foi um sarrabulho à moda da beira, cujo modo de preparação está referido aqui, acompanhado com nabiças e batatas novas cozidas com a pele.


2 comentários:

  1. Fui espreitar o sarrabulho à moda das Beiras e não é que estou a rir até agora, não do sarrabulho, não senhor, mas dos comentários desse tempo...
    Olha que ainda mantenho o que disse sobre comer este prato em Lisboa!
    Beijinhos.

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  2. Pois um belo sarrabulho como este come-se na Beira, em Lisboa ou na China!
    Claro que há que arranjar o ingrediente sangue que na cidade é às vezes um pouco difícil, mas difícil não quer dizer impossível e o que o nosso talho não tem ali para vender todos os dias, está muitas vezes à distância de um pedido simples ao senhor talhante, para o dia seguinte.
    Melhor que o sarrabulho de matança de porco, só mesmo o de leitão, feito com os miúdos do dito, coisa que se arranja só junto de quem mata, é claro, e tem de ser pedido baixinho e com bons modos, que a asae não deixa...

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