Depois de ter andado há algum tempo para provar este vinho notado com 17,5 valores pelo painel da RV de que tinha falado aqui, lá o consegui encontrar. Para tornar a compra mais apetecível, em vez dos normais 11 Euros, estava a 8 (no Jumbo do Parque Nascente). Um vinho do Douro, da Cálem (Sogevinus), sem indicação de castas ou do estágio. Bom no bouquet, algo cítrico, com alguma tosta (pouca). Fresco e com uma acidez média (que apesar de tudo não compromente o conjunto) e uma boa mineralidade, é um vinho fácil e consensual. Há ali Douro, mas também muita vontade de agradar ao consumidor. Não lhe dava era 17,5 valores...
Portou-se bem acompanhar uma salada de atum e feijão frade...
Nesta altura em que eu estou a notar-me a gostar bem mais de brancos do que já gostei, hei de ver se encontro este Curva Reserva 2009 num Jumbo cá de baixo e ao preço a que o Cupido o comprou.
ResponderEliminarFiquei curioso por duas coisas: uma, claro, a descrição das impressões de prova; outra, ver se descortino, no palato, o significado da palavra "mas" na frase "Há ali Douro, mas também muita vontade de agradar ao consumidor."
É que se na questão do "haver Douro" não há dúvida que de elogio se trata, para mais sabendo quem o lê da preferência com que o autor sempre distinguiu os vinhos desta região, já do "mas" seguinte se fica na dúvida; será defeito ser um vinho que agrada? Deveria, para ser um excelente vinho, digno dos 17,5, ter sido feito para desagradar ao consumidor? Ou será simplesmente que há aqui algo que me continua a escapar?
Caro Cupido, agradou-me a sua descrição para este branco e fiquei curioso em saber a sua nota pessoal para o mesmo. É que um 17, ou mesmo um 16,5 por este preço, não deixa de ser uma boa relação.
ResponderEliminarCaro LPontes, como grande adepto de vinhos brancos é com satisfação que vejo cada vez mais consumidores aderirem à causa.
Cumprimentos,
Luís, ainda bem que te rendeste ao encanto dos brancos portugueses. Estão cada vez melhores e recomendam-se. O haver Douro tem a ver com a expressão do terroir, alguma rusticidade a plasmar aquela morfologia e aquele clima quase diabólicos. Um vinho que vem daquele vale tem em geral, muito trabalho associado e por isso, a exprimir o berço (noção simplificada de terroir, mas nem por isso menos abrangente), será difícil na prova. Mas o Douro vende bem e cada vez há mais vinhos a serem formatados e fáceis. Não digo que um vinho para ser bom, tenha que ser duro na prova, mas alguma luta teria que dar, como na saga do velho e o mar, de Hemingway. Este Curva Reserva pareceu-me apenas cordato e agradável. Tinha provado o normal há uns meses e gostei, como gostei deste, mas não lhe reconheci grandes qualidades. Ainda assim, como isto do gosto é relativo e discutível, recomendo vivamente a prova, ainda mais se o encontrares ao mesmo preço.
ResponderEliminarJoli, a minha nota fica pelos 16,5 (indexada às notas actuais da RV). Gostei do vinho, mas esperava algo que me surpreendesse...