Condessa de Santar, Conde de Santar, Paço dos Cunhas de Santar Vinha do Contador, CCCC (ou 4C ou FourC, não confundir com o CCCP, que era a sigla da URSS e é um espumante de Carlos Campolargo e Celso Pereira) serão dos vinhos mais cotados do Dão. E todos da Dão Sul e todos da equipa de enologia chefiada por Carlos Lucas. Para além disso, a Dão Sul ainda consegue a proeza de abastecer tudo o que é ponto de venda com o irritante Cabriz Colheita Seleccionada que até teve a distinta lata de levar 90 pontos da Wine Spectator. E custa € 2,99 em toda a parte. Isto deve causar muita azia a muita gente que depois vem dizer que os vinhos de Carlos Lucas são todos iguais, que são bem feitinhos e para agradar a gregos e a troianos e que não mostram ter personalidade, etc, etc, etc. E isso até pode ser verdade, mas a verdade é que nos vinhos brancos, o Condessa de Santar e o Paço dos Cunhas de Santar Vinha do Contador são dos melhores do Dão e por arrasto, de Portugal. E por arrasto, o Encruzado de Cabriz é bem capaz de ter uma das melhores relações qualidade/preço do mercado. E o Casa de Santar tinto e o Casa de Santar tinto Reserva idem. Todos vinhos a abater por qualquer produtor ou enófilo.
E tanto sucesso até a mim me provocou alguma azia quando vi o atrevido selo dos 90 pontos pespegado por cima do rótulo. É provocação. Então não é já este um dos poucos vinhos de 3 euros que se bebe bem? Era preciso ter 90 pontos? Pensando bem, 90 pontos por 3 euros sai a qualquer coisa como 3,3(3) centimos o ponto, o que raia a escandaleira.
E o vinho? Alfrocheiro, Tinta Roriz e Touriga Nacional vinificadas separadamente. Feito o lote, estagiou 6 meses em meias pipas de carvalho francês e mais algum tempo em cave depois de engarrafado e antes de ser lançado para o mercado. Leve tosta, muita fruta vermelha no ponto, cor ruby de média intensidade, 13º de álcool, tudo muito certo e no ponto. Quase bom demais para ser verdade, mas é. Nem o caril de porco com que o acompanhei lhe fez mossa. Por 3 euros... His name is Lucas and he doesn' t live in the second floor...
Já fui fã incondicional dos vinhos do Dão, chegando a ir comprá-lo ao produtor, nos arredores de Viseu, num sítio chamado Falorca de Silgueiros, coisa de outras épocas...
ResponderEliminarDepois fui desgostando dos Dão que havia, ou esquecendo, sei lá. O certo é que já não bebo um Dão há muito, muito tempo, uma exceção a um rosé o ano passado e logo coisa de triste memória.
A ver se vou experimentar esse dos 90 pontos, pois claro!