quarta-feira, 1 de junho de 2011

30 Trilogias | Esparguete com Legumes e Anchovas | Carolina 2010

10 rondas, 30 trilogias, 90 preparações. Números redondos nesta aventura iniciada a 10 de Novembro do ano passado, com a Ana, do blogue Cozinha com a Anna e o Luís, do blogue Outras Comidas. Para encerrar esta ronda, foi a minha vez de propôr o tema e que foi Conservas de Peixe. E a propósito, recomendo a leitura das conversas sobre conservas, no fórum da RV para não estar aqui a falar das enguias da Murtosa, das conservas Ramon Peña, da Tricana ou de outras marcas. Embora goste muito de conservas de peixe, não me imagino a fazer muitas preparações quentes. Um bom pão, maionese, atum, alface e um toque de pimenta e flor de sal fazem uma das minhas sandes preferidas. Ou atum, com feijão frade e um fio de azeite, com uma salada verde, ou uma salada russa são pratos de que gosto particularmente. Mas o mote para este prato foi dado pelo Luís, quando escreveu o seguinte neste post:

A anchovagem é um processo ancestral de conservação pelo sal que se prolonga por dois a três meses, durante os quais o peixe perde muita da sua água, fermenta parcialmente e ganha esse sabor estranho e pungente que aromatiza pastas, pizzas, carnes, saladas, molhos, sendo que alguns acham que é pivete a peixe podre e outros, como eu, que o consideram um aroma celestial.



Anchovas e massa, that´s it, pensei eu sem me lembrar do spaghetti alla puttanesca que afinal até foi a proposta do Luís nesta trilogia. E fiz o meu esparguete com anchovas. Pus esparguete a cozer até ficar al dente e noutro tacho deitei um fundo de azeite, alho, cebola e alho francês finamente laminados e espargos verdes fescos cortados em rodelas finas (reservei as cabeças) e deixei a confitar em lume brando. Juntei o esparguete, as anchovas (filetes de biqueirão) que tinha previamente demolhado, as cabeças dos espargos e um ar de pimenta preta e mexi com a colher de pau até envolver tudo. Desliguei o lume, esperei uns minutos e servi.


O vinho escolhido para acompanhar este prato foi um belo branco do Douro, o Carolina branco 2010 (a garrafa foi gentilmente oferecida pelo Luís Cândido). Já tinha referido aqui o de 2008 e aqui o de 2009. É um vinho feito na Quinta da Carolina pelo Enólogo Jean-Hugues Gros com Códega do Larinho, Viosinho e Rabigato, sem estágio em madeira. Cítrico e com algumas notas de frutos tropicais, é um vinho sério que conjuga boa acidez a boa frescura e alguma mineralidade. Bom corpo, pede comida e nesta edição de 2010 baixou o teor alcoólico para uns mais razoáveis 13,3º e parece ainda mais afinado/consensual do que o de 2009. O PVP na garrafeira Tio Pepe é de € 8,90, tendo por isso uma bela relação preço/qualidade.

2 comentários:

  1. Andámos bem perto na essência das nossas propostas e esse teu spaguetti deve ter sido um belo cúmplice para "despachar" a boa da Carolina!
    Quanto ao cozinhar (ou recozinhar) as conservas, não partilho as tuas reticências quanto ao processo, senão nunca comia bacalhau, não é?

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  2. 10 - 30 - 90, são uns belos números para uma trilogia que cada vez está mais gratificante.
    Gostei muito do teu esparguete que me fez ter saudades do meu wok...
    Também não sou muito de cozinhar conservas, é mais abrir a lata e fazer saladinhas, lol!
    Beijinhos.

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