Há dias em que apetece ir para a cozinha. Para cozinhar, pensar, descontrair e já agora, fazer o jantar...
Esta preparação foi feita a partir do universal Canard à l' Orange e dum belo estufado do Avental do Gourmet, um dos meus blogues de referência. A ideia era construir um prato com pato e laranja, mas estufando o pato. Comecei por deitar um pouco de azeite e uma cebola picada num tacho. Juntei uma coxa de pato e, em lume forte deixei alourar dos dois lados e também que alguma da gordura da pele derretesse e aromatizasse o azeite. Entretanto a cebola foi alourando e quando estava dourada, baixei o lume. Reservei a coxa de pato e passei o azeite num passador, tendo rejeitado a cebola. Voltei a deitar o azeite no tacho, juntei uma nova cebola, agora picada grosseiramente, vinho branco e um pouco de aguardente velha (usei uma de espumante das Caves São Domingos), bem como um pouco de pimenta preta e, naturalmente, a coxa do pato. Deixei a estufar em lume muito brando durante cerca de duas horas, tendo o cuidado de virar a carne e ir acrescentando água aos poucos, mantendo a consistência do molho. Quando a coxa estava bem macia, retirei-a do tacho e levei-a num tabuleiro ao forno pré-aquecido a 250º C para dourar a pele. Retirei do forno e reservei. Entretando vazei o molho para o copo da varinha e triturei tudo até obter um molho homogéneo, com que reguei o pato na hora de servir.
Para acompanhar, pensei num puré de batata. Tinha cozido umas batatas que me limitei a desfazer com o garfo. Juntei um pouco de manteiga e doce de laranja amarga. Fui mexendo com o garfo até obter uma papa não totalmente homogénea.
Para completar o prato, umas folhas de rúcula temperadas com um pouco de flor de sal e um fio de bom azeite, servidas à parte.
Para completar o prato, umas folhas de rúcula temperadas com um pouco de flor de sal e um fio de bom azeite, servidas à parte.
Esta preparação, apesar de poder parecer complexa, é na verdade muito simples. O estufado é fácil de fazer, apenas requer tempo e alguma atenção. E vale a pena; a carne fica macia e muito saborosa. No caso da carne de pato, o acompanhamento é bastante importante para cortar algum excesso de gordura. Aqui, a ligação acridoce do doce de laranja amarga com o pato só veio demonstrar porque é que o Canard à l' Orange é um dos clássicos da Cozinha Mundial. Também o toque quase amargo da rúcula ajuda a cortar a gordura.
Explicaste muito bem o que aconteceu para este prato ter ficado maravilhoso: apetecia-te cozinhar, pensar e descontrais... pena não serem todos os dias assim!
ResponderEliminarFizeste-me ir ao Avental do Gourmet para perceber a cena da cebola...
Mais ainda do que o pato, encantou.me o puré, pela simplicidade e pela diferença marcante.
Se fosse para dar nota, como gostas de fazer aos senhores vinhos, dava-te 19.
Beijinhos que o comentário já vai longo...
Muito interessante o uso da laranja "do lado" do acompanhamento!
ResponderEliminarEste pato com laranja não tem nada de universal: é sim verdadeiramente original. Parabéns.