No segundo dia, espumantes e vinhos da região do verde m(v)inho. Uma tentação, naturalmente. A minha prova começou desastradamente com o encontro special cuvée bruto 2008, o topo da Quinta do Encontro e da Dão Sul na Bairrada. E desastradamente, porque o espumante é muito bom (e o PVP a € 12 é muito cordato) e recomenda-se e porque precisei de algum tempo para limpar o palato de modo a ficar em modos de provar os novos raposinhos. Da Raposeira vieram dois espumantes, um blanc de blancs 2006, de Malvasia Fina, entusiasmante e cativante, excelente para beber a solo e um blanc de noirs, também de 2006, de Touriga Franca a pedir um leitão para acolitar. Brevemente disponíveis a preços que rondam os seis euros. Viva a Raposeira, nesta nova fase, depois da Murganheira a ter comprado. E viva a Murganheira, com os seus Assemblage Grande Reserva de 1998, 1995, 1990 e 1985. O 1998, soberbo, os 1995 e 1990, bons e o 1985, sublime, mas apenas para quem percebe de espumantes com alguma idade (incluidos os de champagne, naturalmente), o que a mim não me assiste. Mas que grandes espumantes... Na passagem dos bolhinhas para os tranquilos, o Espumante Bruto 2009 da Quinta de Cabriz. Para um espumante que vai estar disponível em grandes superfícies a menos de seis euros, está muito bom, até melhor que edições anteriores.
E nos tranquilos, começou-se pelas Colinas de São Lourenço, mas na versão Minho, a da Quinta da Pedra. Senhorio Alvarinho 2010 exuberantemente frutado no nariz e apenas um pouco mais controlado na boca, não convenceu. Já o Quinta da Pedra Alvarinho 2010, mostrou-se mais alvarinho, mas o que impressiona é a embalagem, já que o vinho, sendo bem feito, fica longe de encantar. Mas havia Loureiros, o Royal Palmeira e o outro Royal Palmeira, mas o Eminência, também de 2010. Vinhos de Loureiro, bem feitos mas que não parecem justificar o preço pedido, já que custam mais de vinte euros cada garrafa. O projecto é interessante, já os preços...
Era tempo de passar a provas mais sérias. Anselmo Mendes trouxe os Muros Antigos para uma prova vertical. 2010, crú, a pedir descanso, 2009 em bom momento de prova, mas merece tempo de guarda, 2008 algo vago (para mim), 2007 a brilhar e 2005 a demonstrar que os Alvarinhos bem feitos precisam de tempo para se mostrarem. Depois do Muros Antigos, os curtimenta... 2010 em amostra de casco e a cheirar a uvas frescas, um menino. O 2009 a mostrar que precisa de algum tempo para melhorar (embora esteja fabuloso), o 2007 está deslumbrante e o 2005 está a pedir uma bacalhauzada à moda antiga. Vinhos sérios, ambos, a provar que na região dos vinhos verdes se fazem dos melhores brancos portugueses.
Mas a cereja ao lado do bolo estava reservada para a única prova vertical completa, a do Soalheiro Reserva. 2006 brilhante, 2007 acutilantemente fantabulástico, 2008 deslumbrante e 2009 a parecer um sério soalheiro "normal" 2010 (precisa de tempo em cave, naturalmente). Foi uma prova épica, ainda mais pela presença do Luís Cerdeira que foi explicando o soalheiro clássico, o primeiras vinhas e esta pérola que é o soalheiro reserva.
Para acabar, de volta à Dão Sul... Espumantes de Cabriz. O Encruzado 2007 não convenceu, vá lá saber-se porquê (porque o tranquilo Encruzado de Cabriz é melhor e mais barato?). Já o rosado de tourigo é muito recomendável, embora o preço seja upa upa (a rondar os quinze euros). E acabei a tarde de provas com o Murganheira de 1998. Grande Espumante...
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