Quando olho para estes "novos" varietais de João Portugal Ramos, agora com o cognome de Vila Santa, lembro-me sempre dos antigos, o de Antão Vaz em branco e o de Tinta Caiada, naturalmente em tinto, que foram descontinuados. Ficaram o Syrah, o Trincadeira e este Aragonês, agora com novo desenho, na linha dos outros VS e quase sem dourados no rótulo.
Esta gama de varietais é uma alternativa (ao preço) ao Vila Santa Reserva, para quem quer experimentar o que uma casta pode dar, em vez de ficar com o blend, que pode ganhar em complexidade, mas seguramente será menos interessante num jantar de eno-chatos :)
O Aragonês é uma casta transversal e longitudinal nos vinhos do país. É a Tinta Roriz associada às Tourigas Franca e Nacional no Douro. No Dão também se associa ao Alfrocheiro e à Jaen, maila nossa Touriga e no Alentejo aparece muitas vezes ligada à Trincadeira e a fazer muitos grandes vinhos.
Aqui, no Estremoz de João Portugal Ramos, desenhou-se um vinho que está fácil de beber em novo, com 14,5º de álcool a pedirem alguma contenção na temperatura de serviço (16º C está bem), mas que tem notas de frutos vermelhos e especiarias, algum vegetal muito bom, madeira presente para dar mais complexidade, sem contudo estar a mais e taninos macios mas presentes qb a assegurar uma boa evolução em cave.
Nada guloso, porta-se muito bem à mesa a acompanhar carnes vermelhas com algum apuro, aqui, uns cubos de porco marinados em vinha de alhos e estufados com um simples arroz branco a acompanhar.
O vinho tem um PVP recomendado de dez euros, justo face à qualidade e consistência que demonstra ano após ano. Excelente para beber assim ou ainda melhor num jantar alargado, juntamente com o resto dos Vila Santa :)
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